domingo, 16 de novembro de 2008
Novo genocídio é denunciado pela Igreja
A agência FIDES publica denúncia de bispos africanos, onde se prenuncia novo genocídio, este agora no Congo. Os Bispos do Comitê Permanente da Conferência Episcopal congolesa (CENCO) lançam um “grito de dor e de protesto”, declarando-se “comovidos e aflitos com a tragédia humana no leste e no nordeste da República Democrática do Congo”.Numa mensagem enviada à Agência Fides com o título “A República Democrática do Congo chora por seus filhos, está inconsolável”, os membros do Comitê Permanente da CENCO afirmam que no leste do País acontece um “genocídio silencioso á vista de todos”. “Os grandes massacres gratuitos da população, o extermínio dos jovens, os estupros sistemáticos usados como arma de guerra: uma crueldade de uma violência imensa ocorre de novo contra as populações que pedem somente para poder viver de modo digno sobre a própria terra. Quem tem interesse nesse drama?”.Os Bispos criticam tanto os Capacetes Azuis ONU (“o fato mais deplorável é que as violências ocorrem à vista de pessoas impassíveis, dos que receberam o mandato de manter a paz e proteger a população civil”) como no governo central (“os nossos governantes se mostram impotentes diante da gravidade da situação, dando a impressão de não estar à altura dos desafios da paz, da defesa da população e da integridade do território nacional”) e mais uma vez destacando que “os recursos naturais da RDC alimentam a ganância de algumas potências. Com efeito, todos os conflitos acontecem nos espaços econômicos e em torno das jazidas minerais”.Na mensagem, também reiteram “a existência de um plano de balcanização, que nós sempre denunciamos, conduzido através dos intermediários. Temos a impressão de que existe grande cumplicidade. Pedimos ao povo congolês que não ceda nunca a qualquer idéia de balcanização do territorio nacional. Recomendamos que não aprovem jamais a discussão sobre as fronteiras internacionais do País, estabelecidas e reconhecidas pela Conferência de Berlim e pelos acordos sucessivos”. A Conferência de Berlim (1884-85) levou à divisão da África entre as Potências européias, definindo as fronteiras entre as diversas colônias, cujos traçados foram reconhecidos como linhas de fronteira intangíveis dos novos Estados independentes da então Organização para a Unidade Africana (que depois se tornou a União Africana), em 1963. Para cessar o conflito, os Bispos fazem apelo à comunidade nacional e internacional para aumentar a ajuda humanitária às populações dos campos de desabrigados, convidando a população congolesa a “um movimento nacional para viver como irmãos e irmãs na solidariedade e coesão nacional; pedem ao governo congolês “que exerça as funções do poder para proteger a população e as fronteiras” e fazem um apelo à comunidade internacional para que “se empenhe com sinceridade no respeito ao direito internacional”.
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