Há uma categoria social que Dr. Plínio chamava de “saparia”. Os “sapos”, segundo ele, são homens ricos, em geral donos de grandes empresas, mas cujo comportamento é contraditório com sua posição social. Têm simpatias pela esquerda e por tudo o que representa a sua própria ruína, ao passo que detestam ou se mostram apáticos para aqueles que defendem os princípios sociais que os mantêm no topo da sociedade. A forma como os “sapos” agem está descrita no artigo “Extremismo de direita, cebolas e sapos alados” – FSP, 28.12.69). Um exemplo de como se comporta esta “saparia” de âmbito internacional está contido nas notícias abaixo.
O grupo Sony, que financiou o filme anticatólico “Código Da Vinci”, retirou de circulação agora milhares de cópias (calcula-se entre 500 mil a um milhão) de um video-jogo eletrônico (“Little Big Planet”) porque aparecem fragmentos do corão numa das canções de seu fundo musical e, inclusive, atrasou o lançamento de novas cópias que não contenham essa melodia. O “alerta” à Sony foi feito por um muçulmano, ameaçando-a na justiça, e fez com que a empresa mandasse destruir as milhares de cópias do jogo. Com relação aos católicos, porém, a Sony tem agido de forma diferente. No ano passado, quando a empresa divulgou um jogo com cenas violentas no interior da catedral de Manchester, ela pediu desculpas mas não retirou as cópias do mercado. Da mesma forma, apesar de reiteradas críticas e acusações de haver na fita ofensas à Igreja e ao Cristianismo, a Sony Pictures manteve a película “O Código Da Vinci” como se nada estivesse ocorrendo.
Não é diferente o tratamento, por exemplo, dado pela famosa BBC de Londres, que proibiu sua cadeia inglesa de fazer qualquer tipo de ironia ou crítica sarcástica aos muçulamanos, inclusive nos seus programas de humor, mas não se peja de criticar acerbamente o catolicismo e o cristianismo. Recentemente, a cadeia divulgou uma comédia do humorista americano Jerry Springer em que aparece Jesus Cristo numa forma blasfematória, aparentando ser gay.
Segundo um diretor da BBC, esta posição da emissora não tem suscitado tantos ódios quanto se fosse partida dos muçulmanos. Quer dizer, já que os muçulmanos ameaçam com violência, vamos respeitá-los! Mas como os católicos tratam a coisa com educação e civilizadamente, continuemos a desrespeitá-los!
De outro lado, a McDonalds Corporation se declarou neutra na questão do tema do “casamento” entre homossexuais. Mas isto não ocorreu por mero acaso ou por princípios morais da empresa, mas sim por causa de um boicote que já dura 5 meses promovido por associações pró-vida nos EUA. A campanha de boicote foi deflagrada pela “American Family Association”, que aglutina quase dois milhões e meio de associados e foi detonada em virtude da McDonalds se haver autoproclamado como uma “empresa que demonstra ativamente seu compromisso com a comunidade gay-lésbica” e com suas doações havia conseguido que um de seus vice-presidentes ocupasse um cargo no conselho de administração da Câmara de Comércio de Gays e Lésbicas nos Estados Unidos. O tal vice teve que renunciar ao cargo, pois o boicote continuou...
A “American Family Association” deu a receita: é só fazer boicotes às empresas comandadas por estes “sapos” e as forçaremos a tratar com mais respeito a nossa religião!
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