Qual é o principal exercício religioso do Santuário de Montmartre? Será perpétua a exposição do Santíssimo Sacramento?
Um dos atrativos mais poderosos do Santuário de Montmartre, é a exposição perpétua do Santíssimo Sacramento. Desde o 1º de agosto de 1.885, a Custódia, não deixou de estar um só momento no seu trono de amor, excetuando sexta e sábado santos. Duas associações, uma de senhoras e outra de homens, foram estabelecidas com o fim de formar á volta do divino Rei a guarda de honra sem interrupção.
As santas vigílias
noturnas são unicamente para homens, e todas as noites na basílica de Mommartre
se cumpre à letra o que a Sagrada Escritura diz de Salomão: “En lectulum Salomonis sexaginta fortes
ambiunt ex fortissimis Israel; uniuscujusque ensis super femur suum propter timores
nocturnos”. O trono do verdadeiro Salomão está rodeado dos sessenta mais
esforçados de Israel, todos de espada em punho: a espada da adoração e da
oração. Só durante o ano de 1.898, se contaram 22.885 adoradores noturnos; e
nas fileiras desta intrépida legião entram todas as condições sociais. Uma
noite pertence aos sacerdotes, outra aos senadores e deputados, outra aos
militares e empregados dos caminhos de ferro; há a noite dos estudantes, a dos
patrões, a dos trabalhadores, a dos jardineiros, a dos círculos, a das ordens
terceiras, etc.
Aos sábados a adoração noturna faz-se ordinariamente em dois lugares: na Igreja superior e na cripta. São os pobres que fazem a adoração na igreja subterrânea, adoração mui edificante. Rezam por eles e por todos os miseráveis de Paris, especialmente por aqueles que no dia seguinte vêm assistir à missa dos pobres, e buscar o pão material que a todos é dado, e o pão espiritual da palavra de Deus. O número destes últimos sobe ás vezes a 2.000.
Em virtude de um indulto
especial, sempre que o número dos adoradores noturnos é considerável, celebra-se
a missa á meia-noite, a qual ordinariamente é precedida da procissão solene do
Santíssimo Sacramento.
A adoração diurna não é
menos edificante: cinco mil senhoras revezam-se por turnos de hora a hora diante
do Santíssimo Sacramento exposto. Duas vezes por dia, depois da missa das 9, e às
3 da tarde, esta adoração torna-se mais solene, terminando pela bênção do
Santíssimo Sacramento.
O Sagrado Coração, que se
não deixa vencer em generosidade, corresponde a estes testemunhos de confiança
e de amor, com graças numerosas e por vezes extraordinárias; graças temporais,
graças espirituais e sobretudo graças de conversão.
Quais são as principais obras estabelecidas em Montmartre?
Pode afirmar-se que todas as obras, que tem por fim glorificar o Coração de Jesus, tem o centro em Montmartre; contudo, as três principais associações, que são, por assim dizer, a alma do santuário, são: “A arquiconfraria do Sagrado Coração para pedir a liberdade do Papa e a salvação da sociedade; a arquiconfraria da oração e da penitência em honra do Sagrado Coração; e a adoração perpétua e universal de todas as igrejas, para pedir o reinado do Sagrado Coração no mundo.
E estas associações foram estabelecidas unicamente para a França?
S. Santidade Leão XIII, não contente com oferecer um riquíssimo cálice e 25.000 francos, quis também que o santuário do Monte dos Mártires fosse de direito o que já era de fato: o centro universal da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Com este fim concedeu às três grandes associações deste santuário o poder de agregar todas as obras similares e todas as igrejas do universo.
A Beata Margarida Maria conheceria sobrenaturalmente as maravilhas de Montmartre?
É crença piedosa de alguns mosteiros da Visitação e também nossa, que a Beata Margarida Maria entrevia as futuras glórias de Montmartre, na visão que teve a 2 de Julho de 1.688: “Foi-me representado um lugar muito elevado, espaçoso e admirável pela sua beleza, escreve ela. No centro via-se um trono de chamas. Sobre este trono estava o Coração adorável de Jesus com a chaga, da qual saíam raios tão ardentes e luminosos, que iluminavam todo aquele lugar”.
Eis em resumo a história do princípio do reinado social do Sagrado Coração na França. A filha primogênita da Igreja, a França de Clovis, de Santa Clotilde, de Santa Radegonda, de Carlos Magno, de S. Luiz, já cumpriu a primeira cláusula da grande mensagem: tentou também realizar a terceira, quando no campo de batalha de Loigny e de Patay. a 2 de dezembro de 1.870, o general de Sonis e o coronel de Charette fizeram arvorar o estandarte do Sagrado Coração de Jesus. As bandeiras com as cores n acionais e com a imagem do Sagrado Coração multiplicam-se cada vez mais. Oxalá venha finalmente o dia, em que a França oficialmente se consagre ao Coração de Jesus no santuário pedido por Nosso Senhor
(Extraído de “O Coração de
Jesus Segundo a Doutrina da Beata Margarida Maria Alacoque” – Por um Oblato de
Maria Imaculada, Capelão de Montmarfe – Introdução do Pe. Joaquim dos Santos
Abranches - Editor Manuel Pedro dos Santos, 1907, Lisboa –págs. 135/154)
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