A violência urbana cresce assustadoramente em
todo o mundo, tornando-se mais intensa nas Américas, especialmente no México e
Brasil, por causa de fatores locais. Em alguns países ela se apresenta mais com
a face do terrorismo, como o dos islâmicos, enquanto que por aqui o fator mais
marcante é o “mata-mata” da criminalidade comum. Por causa disso, damos mais
destaque ao Brasil nesse aspecto. Tudo indica que a coisa chegou a tal ponto
que não é inverossímil imaginar o próprio demônio dirigindo grupos com tais intenções.
Os casos de Suzano, no Brasil, e o da Nova Zelândia ocorridos nesta semana são
muito ilustrativos sobre isso. E espera-se que ocorram novos casos brevemente,
haja vista que a sociedade não demonstra estar querendo voltar-se novamente
para Deus.
No início da década de 60 o jornal “O Globo”
do Rio de Janeiro estampou uma notícia que causou sensação: um ladrão assalta
uma pessoa no centro da cidade, em plena luz do dia e de arma na mão. Até aí a
notícia não parece causar qualquer estremecimento nas pessoas, mas logo em
seguida o jornal chama a atenção para um detalhe: o bandido estava sem máscara
e fizera o assalto em plena luz do dia. Em todo o Brasil os comentários eram os
mesmos: “mas que ousadia, assaltar em plena luz do dia, no centro da cidade, e
ainda por cima de tudo sem qualquer máscara, mostrando a cara?”. Ao longo dos anos foi este o ponto comum
entre os bandidos: a ousadia, o inesperado, que choca e amedronta as pessoas.
No início, a ousadia consistia em assaltar sem máscara e em plena luz do dia.
Depois, passou a ser o seqüestro de pessoas, a exigência de resgates, etc. Cada
lance ousado que ocorria causava certo clamor na opinião pública, porém quando
passaram a ocorrer outros semelhantes todos se acostumavam paulatinamente. E
tendo a TV como veículo para banalizar a violência em seus filmes e
noticiários, o público ficou mais indiferente ainda e se acostumando com
crimes, tiros, seqüestros, mortes, etc.
“Serial Killer” faz escola
O termo “serial killer”, quer dizer, matança em
série, surgiu em meados do século passado, tendo sido mais difuso pela
divulgação do filme “Jack o Estripador” (que já circulava em forma de
quadrinhos) em que narra a história de um assassino maníaco agindo na Londres
do final do século XIX. Feito o lançamento do termo pelo cinema e pela mídia,
logo apareceram “atores” vivos para agir segundo a fórmula criada. E até hoje
se contariam talvez às centenas os casos de criminosos em série, indivíduos
maníacos que saem matando a esmo, e depois de tudo, geralmente se suicidam.
Em geral, tais crimes ficaram mais comuns a partir
da década de 70. Um dos primeiros assassinos da série foi Theodore Robert
Bundy, que cometeu entre 20 a 30 assassinatos e foi executado na cadeira
elétrica. No mesmo período, tivemos o russo Andrei Aomanovich Chikatilo,
cognominado o “Estripador de Rostov”, que chegou a matar cerca de 55 pessoas!
Um dos mais sádicos “serial killer” foi Jeffrey Lionel Dahmer, o qual criou em
sua mente a idéia de criar zumbis que seriam seus brinquedos sexuais vivos,
fazia buracos nas cabeças das vítimas e pingava soda cáustica nas feridas,
chegando até a praticar canibalismo. Em geral este tipo de maníaco é mais comum
nos Estados Unidos da América, como John Wayne Gacy Júnior que chegou a matar
33 pessoas e Edward Theodore Gein, que matou 54. Mas, até a década de 80 ainda
não era comum que tais indivíduos se suicidassem após os crimes, o que só veio
a ocorrer alguns anos depois. Ocorrido o primeiro caso e causando grande
comoção, logo, logo, casos semelhantes passam a ocorrer em várias partes do
mundo.
No Brasil, surgiu também uma série de assassinos
desta natureza, como o “Bandido da Luz Vermelha”, cruel e frio; Pedro Rodrigues
Filho, cognominado de “Pedrinho Matador” por ter executado mais de 100 vítimas;
Francisco Costa Rocha, “Chico Picadinho”, assim chamado por esquartejar as
vítimas; Francisco Assis Pereira, “O Maníaco do Parque” por agir mais no Parque
do Ibirapuera, em São Paulo matando mulheres asfixiadas; Marcelo Costa de
Andrade, estuprou e matou onze meninos no Rio e depois bebeu o sangue e chegou
a praticar também canibalismo com os corpos das vítimas; muitos outros podem
ser citados, mas em geral nesta série também ainda não era comum o suicídio do
criminoso após os crimes.
Mais recentemente, no Brasil, antes do caso de Suzano,
tivemos o caso de Wellington Menezes de Oliveira, que matou cerca de 12
estudantes numa escola do Rio e depois se suicidou. Em outros países tivemos
vários casos e já vai se tornando rotina em escolas, faculdades, praças
públicas, shoppings ou em qualquer outro ajuntamento humano de repente surgir
um atirador matando as pessoas aleatoriamente e, depois, se suicidando...
Talvez os únicos que não se suicidaram após os ataques foram os casos ocorridos,
como o da Noruega, em que Anders Behrin Breivik, responsável pela morte de 77
pessoas, entregou-se à policia e fez divulgar uma declaração pela TV, e o do
rapaz americano que entrou num templo protestante atirando e matando, mas
também entregou-se vivo à polícia..
Note-se que a cada modalidade nova de crime ou
violência, logo ela vai se espalhando e sendo imitada. No início era tido como
um caso terrível o assassinato seguido de suicídio, assim como a matança
tresloucada e indiscriminada de várias pessoas por um atirador louco. Hoje
tornou-se comum não só nas grandes cidades mas até mesmo na região rural, onde
estes crimes também ocorrem.
Qual
a causa disso tudo?
Há muita discussão sobre o
tema. Em geral, psicólogos e educadores colocam a culpa nos pais e na internet,
um veículo de comunicação mal utilizado especialmente pelos jovens. A rapidez e
proliferação indiscriminada de informações nas comunicações em geral, como TV,
cinema e internet, realmente vêm trazendo grande concurso para a disseminação
de tais atos violentos. Há também culpa da mídia que os divulga de forma
imoderada e escandalosa, causando comoção social e banalizando a violência.
No entanto, é toda a
sociedade que paga um preço muito alto por ter abandonado os caminhos da vida
cristã e da boa moral. Sem Deus, o homem moderno fica à mercê direta da influência
diabólica, que aumenta cada vez mais que as pessoas levam uma vida cheia de
deleites e sem a prática das virtudes cristãs. Sem orações, sem vida recatada,
isto é, sem Deus, tudo o que é de ruim deve se esperar que ocorra no mundo de
hoje. E como castigo por tal vida desregrada, vemos o auge da violência contra
a vida repetindo-se nestes crimes chamados de “serial killer”, mortes em série
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