sábado, 26 de agosto de 2023

O FEUDALISMO





Quando o Cristianismo dominou completamente a Europa, a prática da religião Católica fez com que toda a sociedade visse a necessidade de fazer cumprir na vida social a totalidade dos preceitos evangélicos, dentre eles o que dizia que é maior aquele que serve do que aquele que é servido. Entre as ordens religiosas havia regras que fazia seus membros cumprir mais fielmente tais preceitos, especialmente o da obediência. Na sociedade civil, porém, só começou a existir algo semelhante com o surgimento do feudalismo. 

Feudo – Território que um vassalo recebia de um rei ou senhor, em troca de lhe prestar serviços e pagar tributos. O rei Afonso X, “O Sábio”, assim definia o feudo espanhol: “Feudo é o benefício dado pelo senhor a algum homem porque se tornou seu vassalo e lhe fez homenagem de ser-lhe leal, tomou este nome da fé que deve o vassalo guardar ao senhor”. Interessante notar que havia a homenagem e a vassalagem, coisas diferentes . As normas feudatárias podem ser resumida num documento remetido ao duque de Aquitânia, Guilherme, no ano 1020: “Aquele que jura fidelidade ao seu senhor deve ter sempre presente na memória estas seis palavras: incólume, seguro, honesto, útil, fácil e possível. Incólume, na medida em que não deve causar prejuízos corpóreos ao seu senhor; seguro, para que não traia os seus segredos ou as armas pelas quais ele se possa manter em segurança; honesto, para que não enfraqueça os seus direitos de justiça ou de outras matérias que pertençam à sua honra; útil, para que não cause prejuízo  às suas possessões; fácil ou possível, visto que não deverá tornar difícil ao seu senhor o bem que ele facilmente poderia fazer, nem tornar impossível o que para ele seria possível”  Mais adiante, o documento acrescenta: “O senhor deve também retribuir da mesma maneira todas estas coisas ao seu fiel. Se não o fizer, será com toda razão acusado de má fé, exatamente como seria (considerado) pérfido e perjuro (o vassalo) apanhado a fazer ou consentir tais prevaricações”. (“História da Idade Média” – Maria Guadalupe Pedrero-Sánchez – Ed. Unesp, 1999 -  pp. 94/95)

Nenhum comentário: