segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

A BUSCA DESENFREADA DAS DIVERSÕES PODE PROVOCAR “DISPERSÃO DO ESPÍRITO” E FALTA DE VIGILÂNCIA

 


 


             É muito comum, especialmente nos dias correntes organizarem-se grupos de amigos e familiares e irem a procura de um lugar para descanso, repouso ou, como dizem, divertirem-se um pouco para se esquecer dos problemas da vida moderna. Isso é natural; É claro que o ser humano deve procurar repouso de suas canseiras do dia a dia, até mesmo divertir-se. No entanto, a ansiedade com que as pessoas procuram tais regalias a levam esquecer-se da vigilância necessária para não cair no lado oposto, que é a completa “dispersão do espírito” fazendo com que releguem para segundo plano deveres fundamentais da vida humana e de cristãos,. Para divertir-me eu tenho que esquecer-me, por exemplo, do dever católico de assistir á santa missa aos domingos? No entanto, na grande maioria dos católicos que assim procedem, nem sequer lhe vêm à memória uma leve lembrança desta obrigação. Divertem-se, se esbaldam, “curtem” suas programações de alegrias e folguedos, mas nada de cumprir suas obrigações. E nunca vão achar que cometeram algum pecado. Agindo assim, deixam o espírito desprevenido para as tentações e demais ações demoníacas que não deixam de nos rondar em momento algum como diz São Pedro. Quando acabam-se os dias de diversões e passeios e se volta à vida normal, ninguém imagina que muitas dificuldades e problemas até ficaram pior do que antes daquele descanso, exatamente porque num momento não foram levados em consideração,  obscurecidos pela preocupação dominante que era a diversão.

Vigilância. É isso que pede Nosso Senhor.

Quando as catástrofes ocorrem, quando toda aquela alegria realmente demonstra que não serve pra nada, vem o momento de aflição, de angústia e até de desespero. Isso porque aquelas almas estavam com o espírito desprevenido, faltando a vigilância. Já ocorreu isso em vários episódios, continua ocorrendo, e tudo indica que vai ser assim até no fim do mundo, conforme disse o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.

“A vinda do Filho do Homem será como no tempo de Noé.Pois nos dias , antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos”

Esta comparação entre o dilúvio universal e a “vinda do Filho do Homem” é relacionada por diversos autores com a destruição de Jerusalém que se deumuitos anos depois da Crucifixão.

Ao ler, no Livro do Gênesis, a descrição dos trabalhos de Noé para construir a arca e introduzir nela “de cada espécie de todos os animas [...] macho e fêmea” (6, 19), chama a atenção a indiferença com que os homens daquele tempo consideraram os esforços desse grande varão de Deus. A bem dizer, “eles nada perceberam” do que estava para acontecer.

O mesmo se pode constatar ao tomar conhecimento dos acontecimentos da queda de Jerusalém no relato feito por Flávio Josefo, em sua clássica obra Guerra dos Judeus[1]

Fato semelhante se deu também quando da destruição da cidade de Pompeia.  Um verdadeiro centro de corrupção moral, a cidade vivia num eterno gozo de pecados de sexo, toda ela tomada pela luxúria. Para lá se dirigiam a elite romana para desfrutar dos gozos pecaminosos. De repente, o castigo, a explosão do vulcão soterrando a cidade e milhares de seus moradores.

O mesmo pode-se dizer do mundo de hoje, à beira de uma grande catástrofe, mas com os homens levando a vida como se nada de anormal estivesse prestes a acontecer. Ninguém pratica a virtude da vigilância.

Somente agora, depois do surto do vírus chinês, algumas pessoas começaram a se preocupar com a alma, pois nem sequer estão tendo condições de levar a vida de gozo que levavam antes. Praias, passeios, descanso em casas de férias, até mesmo o ócio caseiro, tudo isso no momento está sendo relegado a segundo plano. Pra não falar do pior, que são os antros de perdição moral, os mesmos que enchiam Pompeia de ofensas a Deus e que hoje ocorrem em toda a terra.

O principal agora é fugir da pandemia, é se ver livre da doença e da morte, custe o que custar. E o medo do castigo faz com que se crie este clima de pânico que toma conta de todos os países do mundo.

Quem tem espírito de vigilância e de oração vai conseguir sobrepujar a crise do mundo hoje, mas quem não a possui com certeza não conseguirá vencer tal situação, a não ser que seja auxiliado por um outro que seja vigilante e orante.

 

Veja: diversões de ontem e de hoje

 

https://quodlibeta.blogspot.com/2014/01/diversoes-de-ontem-e-de-hoje.html

 



[1] O Inédito sobre os Evangelhos- Monsenhor João ScognamiglioClá Dias, EP -  LibreriaEditrice Vaticana – Vol. 1, pág;  16.





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