Vigilância. É isso que pede Nosso Senhor.
Quando as catástrofes ocorrem, quando toda
aquela alegria realmente demonstra que não serve pra nada, vem o momento de
aflição, de angústia e até de desespero. Isso porque aquelas almas estavam com
o espírito desprevenido, faltando a vigilância. Já ocorreu isso em vários
episódios, continua ocorrendo, e tudo indica que vai ser assim até no fim do
mundo, conforme disse o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo.
“A vinda do Filho do Homem será como no tempo
de Noé.Pois nos dias , antes do dilúvio, todos comiam e bebiam, casavam-se e
davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. E eles nada
perceberam, até que veio o dilúvio e arrastou a todos”
Esta comparação entre o dilúvio universal e a
“vinda do Filho do Homem” é relacionada por diversos autores com a destruição
de Jerusalém que se deumuitos anos depois da Crucifixão.
Ao ler, no Livro do Gênesis, a descrição dos
trabalhos de Noé para construir a arca e introduzir nela “de cada espécie de
todos os animas [...] macho e fêmea” (6, 19), chama a atenção a indiferença com
que os homens daquele tempo consideraram os esforços desse grande varão de Deus.
A bem dizer, “eles nada perceberam” do que estava para acontecer.
O mesmo se pode constatar ao tomar
conhecimento dos acontecimentos da queda de Jerusalém no relato feito por
Flávio Josefo, em sua clássica obra Guerra dos Judeus[1]
Fato semelhante se
deu também quando da destruição da cidade de Pompeia. Um verdadeiro centro de corrupção moral, a
cidade vivia num eterno gozo de pecados de sexo, toda ela tomada pela luxúria.
Para lá se dirigiam a elite romana para desfrutar dos gozos pecaminosos. De
repente, o castigo, a explosão do vulcão soterrando a cidade e milhares de seus
moradores.
O mesmo pode-se dizer do mundo de hoje, à
beira de uma grande catástrofe, mas com os homens levando
a vida como se nada de anormal estivesse prestes a acontecer. Ninguém pratica a
virtude da vigilância.
Somente agora, depois do surto do vírus
chinês, algumas pessoas começaram a se preocupar com a alma, pois nem sequer
estão tendo condições de levar a vida de gozo que levavam antes. Praias,
passeios, descanso em casas de férias, até mesmo o ócio caseiro, tudo isso no
momento está sendo relegado a segundo plano. Pra não falar do pior, que são os
antros de perdição moral, os mesmos que enchiam Pompeia de ofensas a Deus e que
hoje ocorrem em toda a terra.
O principal agora é fugir da pandemia, é se
ver livre da doença e da morte, custe o que custar. E o medo do castigo faz com
que se crie este clima de pânico que toma conta de todos os países do mundo.
Quem tem espírito de vigilância e de oração
vai conseguir sobrepujar a crise do mundo hoje, mas quem não a possui com
certeza não conseguirá vencer tal situação, a não ser que seja auxiliado por um
outro que seja vigilante e orante.
Veja: diversões de ontem e de hoje
https://quodlibeta.blogspot.com/2014/01/diversoes-de-ontem-e-de-hoje.html
[1] O Inédito sobre os Evangelhos- Monsenhor João ScognamiglioClá Dias, EP - LibreriaEditrice Vaticana – Vol. 1, pág; 16.
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