Antigo rei da Tchecoslováquia fundou um Convento Carmelita após conseguir grande vitória numa batalha importante. Foi um ato de agradecimento. Tempos mais tarde, o convento começou a passar por grande crise. Os padres carmelitas, então, pediram ajuda a Deus.
Certo dia, receberam a visita da
Princesa Polixene Lobkwitz, que estava em seus últimos dias de vida. Ela levou
aos padres uma grande oferta em dinheiro que os tirou da crise. A princesa
prometeu dar aos padres uma bela imagem do Menino Jesus, vestido de Rei, com o
globo terrestre na mão esquerda e a mão direita levantada para abençoar.
A ligação da devoção ao Menino
Jesus e os carmelitas já vinha de longa data. Santa Tereza D’Ávila,
diz a tradição, teria sido a primeira pessoa a vestir o Menino Jesus com roupas
de rei. Há uma versão de que foi ela quem introduziu a devoção ao Menino Jesus
nos conventos carmelitas.
Conta-se que a mãe da Princesa
Polixene, que era espanhola, tinha ganhado a imagem da própria Santa Tereza
D’Ávila. Quando Polixene se casou com um nobre tcheco, ela ganhou a imagem de
sua mãe e a levou para a Tchecoslováquia. Antes de sua morte, a princesa fez
questão de dar a imagem aos carmelitas, como uma homenagem a Santa Tereza.
No ano de 1628,
Frei João Luís da Assunção, então Prior dos carmelitas descalços de Praga,
comunicou a seus religiosos que havia sentido uma moção interior no sentido de
que venerassem de um modo especial o Deus-Menino, para que Ele protegesse a
comunidade, e a fim de que os noviços aprendessem com Ele a ser pequeninos para
entrarem no reino dos Céus.
Quase
simultaneamente a Providência inspirou a Princesa Polyxena de Lobkowicz — que
então enviuvara e ia se retirar para seu castelo de Roudinice nad Labem — a
doar ao convento carmelita uma imagem do Menino Jesus que possuía. Ele era
representado de pé, portando trajes reais, com o globo na mão esquerda e a
direita em atitude de abençoar. Tal imagem era querida recordação de família,
pois sua mãe, Da. Maria Manrique de Lara, a recebera como presente de núpcias
quando se casou com Vratislav de Pernstein, e a dera à filha também como
presente de bodas.
A Princesa Polyxena
disse ao prior, ao entregar-lhe a imagem: “Eu vos ofereço, querido padre, o que
mais quero no mundo. Honrai este Menino Jesus e assegurai-vos de que, enquanto
O venerardes, nada vos faltará”.
Frei João Luís agradeceu o presente, que vinha tão milagrosamente ao encontro do seu desejo, e ordenou que a imagem fosse colocada no altar do oratório do noviciado. Ali os carmelitas se reuniriam todos os dias para louvar o Divino Infante e recomendar-Lhe suas necessidades.
Do ataque sacrílego de protestantes à perseguição comunista
Em novembro de
1631, sob o comando do príncipe eleitor da Saxônia, Praga foi assediada. Os
soldados protestantes invadiram igrejas e conventos, profanando e destruindo os
objetos do culto católico. Puseram na prisão dois frades carmelitas e começaram
a depredar o convento. Vendo no oratório dos noviços a imagem do Menino Jesus,
começaram a rir e a zombar dela. Um dos soldados, desejoso de mostrar-se diante
dos outros, com a espada decepou as mãozinhas da imagem sob os aplausos dos
companheiros. Depois, empurrou-a para o meio dos escombros a que ficara
reduzido o altar. Ali o Menino Jesus ficou esquecido.
Redescoberta da imagem
Depois de mais de sete anos da
invasão protestante, quando a poeira já havia baixado, um carmelita, Padre
Cirilo, voltou para o convento em Praga e encontrou a imagem perdida. Ela
estava com as duas mãos quebradas. Feliz, o Padre a recolocou na igreja
de Nossa Senhora das vitórias.
Restauração da Imagem do Menino Jesus
de Praga
Certo dia, quando o padre Cirilo
estava em profunda oração, ouviu uma voz que lhe dizia: “Tem piedade de mim e eu terei de ti. Restitui-me as minhas mãos e
eu vos darei a paz. Quanto mais me honrardes, mais eu vos favorecerei”.
Em outro dia de profunda oração e
súplicas o padre ouviu o Menino Jesus lhe dizer: “Põe-me à entrada da sacristia e alguém terá piedade de mim”. Então
um senhor muito rico chegou ali e se ofereceu para restaurar a imagem. Quando
ela ficou pronta, foi entronizada na mesma igreja em que estava e o convento
passou a ter dias melhores.
Os milagres do Menino Jesus de Praga
Por causa deste acontecimento a
devoção ao menino Jesus de Praga começou a se estender pela redondeza. Vários
milagres começaram a acontecer quando os fiéis rezavam ao Menino Jesus de Praga. Por isso, a devoção se espalhou
por toda a Europa e depois para o mundo. Ainda hoje, a cidade de Praga é famosa
por causa da devoção ao Menino Jesus.
Com a volta à
normalidade, chegou a Praga em 1651 o Superior Geral dos Carmelitas, Frei
Francisco do Santíssimo Sacramento, que aprovou a devoção do Divino Infante,
recomendando aos frades que a difundissem pelos outros conventos austríacos e
entre os fiéis. Deixou escrita uma carta, reconhecendo a legitimidade do culto
à sagrada imagenzinha, que foi afixada na porta da capela do Menino Jesus.
Em 1744, mais uma
vez as tropas dos protestantes, agora prussianos, cercaram Praga. As
autoridades da cidade acorreram ao convento dos carmelitas, pedindo ao prior
que a imagem do Menino Jesus fosse levada em procissão solene pela cidade, a
fim de a livrar da destruição dos hereges. E realmente chegou-se a uma
capitulação honrosa, sem batalhas; poucos meses depois os prussianos deixariam
Praga, e todos seus comovidos habitantes acorreram à igreja de Nossa Senhora da
Vitória para agradecer ao Menino Jesus mais essa graça.
Entretanto, outro
perigo maior ameaçava a devoção ao Divino Infante. Em 1784, o ímpio Imperador
José II suprimiu o convento dos carmelitas e confiou a igreja de Nossa Senhora
da Vitória à Ordem de Malta, já decadente e infestada de maçons. E assim, sem a
assistência contínua dos carmelitas, o culto ao Menino Jesus decaiu.
No entanto, de
Praga o culto ao Menino Jesus já havia se difundido por toda a Europa, e daí
para a América Latina (inclusive Brasil), Índia e Estados Unidos. Neste país,
isso se deu graças à devoção de Santa Francisca Xavier Cabrini, que ordenou a
entronização, em cada uma das casas do instituto por ela fundado, de uma imagem
do Pequeno Rei.
No dia 7 de
setembro de 1924, Sua Santidade o Papa Pio XI enviou especialmente o Cardeal
Merry del Val para coroar solenemente a sagrada imagem. Assim, a devoção ao
Menino Jesus de Praga recebia a aprovação oficial da Igreja.
Imagem preservada durante tiranias
nazista e comunista
Já no século XX,
durante a II Guerra Mundial, houve a ocupação de Praga pelos nazistas, e depois
o flagelo comunista abateu-se sobre o país durante quase 50 anos. Mas nem um
nem outro inimigo da fé católica atentou contra a milagrosa imagem, que
continuou em seu trono na igreja de Nossa Senhora da Vitória.
Finalmente, em
1989, com a queda do Muro de Berlim, e depois, com a Revolução do Veludo,
cessou a ditadura comunista na Checoslováquia, que se transformou na República
Checa, independente e soberana. Foi restabelecida a liberdade civil e
religiosa, e o novo Arcebispo de Praga, que fora também vítima da repressão
comunista, quis que reflorescesse a devoção ao Menino Jesus. A convite dele,
dois frades carmelitas, justamente de Arenzano, foram para Praga reabrir o convento
e estimular a devoção ao Divino Menino Jesus.
http://heroinasdacristandade.blogspot.com/2019/06/primeiro-domingo-de-junho-festa-mundial.html
https://cruzterrasanta.com.br/historia-de-menino-jesus-de-praga/19/102/
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