Os comunistas sempre tiveram a idéia de se
apresentar com certa simpatia à opinião publica e, desta forma, dirigi-la com
mais facilidade. No entanto, nem sempre o conseguiam. Houve reações muito fortes em todos os povos que
dominaram. A partir de certo momento
começaram a agir com força a fim de sufocar as vozes discordantes. A partir daí
perdiam toda a autenticidade de seu regime. Como conseqüência, ao longo dos
anos, perderam também a popularidade. Para mascarar certa popularidade
afirmavam cinicamente os próceres comunistas (especialmente em países não
comunistas do Ocidente) serem a favor dos “direitos humanos”.
Com o regime
comunista nada disto (direitos humanos) existe, conforme podemos constatar nas
observações feitas pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em obra publicada em
novembro de 1987:
“Tanto esta quanto aquela constituem condições indispensáveis da
sanidade de qualquer sistema social ou econômico. E, a quem contestasse a
presente afirmação, bastaria lembrar, simplesmente, a trágica experiência comunista das nações detrás da cortina de ferro.
“Ora, diversificam-se estas, como que ao
infinito, na imensa área de 22.400.00 km2 da chamada “União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas” (URSS), a qual abrange condições geográficas
e climatéricas que vão de um frio implacável até um calor difícil de suportar.
Ademais, nessas vastidões se radicam povos com raças, religiões, hábitos e
idiomas dos mais diversos. E, como se sabe, tal diversidade de circunstâncias é
fator propício a todas as experiências. Pois o que não der resultado favorável
aqui ou lá, bem pode dá-lo acolá.
“Acresce que a autoridades comunistas
dispuseram constantemente, para a execução dessa experiência ideal, de todos os
meios de mando... excetuada a força moral. Tiveram eles ao seu alcance todos os
recursos de uma burocracia onipotente, da força persuasiva da totalidade dos
estabelecimentos de ensino primários, secundários e universitários, de todas as
formas de propaganda escrita e falada, e, “horresco referens”, de todos os
meios de intimidação policialesca. Nesta matéria, nada lhes faltou. As câmaras
de tortura das repartições policiais, a residência com trabalhos forçados nas
geleiras infindas da Sibéria, a detenção em prisões com sevícias, maus tratos,
subnutrição e tudo mais que possa danificar física e mentalmente o homem, tudo
tem sido utilizado pela tirania soviética contra um número incontável de
desgraçados. Ao que cumpre acrescentar, como ápice da crueldade, o internamento
compulsório em “hospitais psiquiátricos”, nos quais se leva a crueldade a ponto
de destroçar a saúde mental dos seus “enfermos”, sem lhes danificar diretamente
a saúde física: modo atroz de prolongar pobres existências humanas, em
circunstâncias nas quais a vida não é senão um intérmino sofrer.
“Reunidas durante sete décadas, isto é,
quase um século, todas essas condições de mando, de persuasão, de compressão e
de terror, tudo puderam os autocratas vermelhos. Tudo, sim, exceto obter a
adesão da maioria da população, bem como produzir prosperidade em qualquer
região ou grupo étnico postos sob sua férula.
“Implantado na Rússia o regime comunista, a
desolação, o desestímulo, a miséria se estenderam como um manto sobre essa
nação-cárcere – a maior de toda a História – cujos habitantes são condenados a
uma reclusão inflexível por detrás da cortina de ferro, tornada peculiarmente
efetiva pelas rajadas de metralhadora contra os que tentassem fugir. E pela
aplicação de penalidades sinistras aos familiares dos trânsfugas, que estes tivessem
sido forçados a deixar atrás de si, quando da despedida pungente e apressada,
rumo à aventura e à liberdade.
“E, por isto, em documento da Congregação
para a Doutrina da Fé, assinado pelo Cardeal Ratzinger, Prefeito daquele
Dicastério romano, e aprovado explicitamente por João Paulo II, lê-se: “Milhões de nossos contemporâneos aspiram
legitimamente a reencontrar as liberdades fundamentais de que estão privados
por regimes totalitários e ateus, que tomaram o poder por caminhos
revolucionários e violentos, exatamente em nome da libertação do povo. Não se
pode desconhecer esta vergonha de nosso tempo: pretendendo proporcionar-lhes
liberdade, mantêm-se nações inteiras em condições de escravidão indignas do
homem. Aqueles que, talvez por inconsciência, se tornam cúmplices de
semelhantes escravidões, traem os pobres que eles quereriam servir” (Instrução sobre alguns aspectos da “Teologia
da Libertação”, 6-8-84, XI, 10 – Coleção Documentos Pontifícios, Vozes,
Petrópolis, 1984, 2ª ed., vol. 203, p. 39)
(“Projeto de Constituição Angustia o País” – Plínio
Corrêa de Oliveira - Ed. Vera Cruz Ltda – p. 9)
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