segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Qual seria o meio mais eficaz de combater a pedofilia?

O crime mais abominável de nosso século não é praticado por guerrilheiros ou terroristas, sequestradores, assaltantes ou traficantes de drogas. Trata-se da corrupção de menores. Aqueles que escandalizam os inocentes, disse Nosso Senhor Jesus Cristo, melhor seria que lhe amarrassem uma pedra ao pescoço e os lançassem ao mar. De repente, uma onda de propaganda contra a chamada pedofilia invadiu a mídia, tanto a escrita e falada quanto a eletrônica, especialmente a internet. O que resolveu? De que adiantou? Por acaso diminuiu ou aumentou, cada vez mais, a incidência destes crimes? Parece até que as campanhas contra a pedofilia servem mais para propagar e incentivar este mal. Igualzinho à campanha contra o fumo. Ou contra as drogas: quanto mais os combatem, mais crescem.
Qual a razão disto tudo? É que a sociedade, de modo geral, não ataca o mal pela raiz. O que está na raiz disto tudo? O que incita tanto o crescimento destes males sem que se encontre um remédio eficaz?
Ora, o que está na raiz disto tudo é a crise moral e religiosa do homem moderno. Se não se procura debelar esta crise, usando apenas de meios superficiais e inóquos para se combater tais males, em vez de diminuirem eles vão crescer sempre mais. E é o que está ocorrendo.
Muito mais eficiente do que vídeos e telefones para denunciar pedófilos seria efetuar intensa campanha contra as revistas de mulheres nuas, os comerciais de prostitutas e gays nos grandes jornais e os filmes cada vez mais sensuais e pornográficos que, tanto o cinema quanto a TV, divulgam em profusão. Enquanto se denuncia e se prende quadrilhas de pedófilos em diversos pontos do mundo, outros tantos estão sendo "doutrinados", formados, estimulados, excitados pelas revistas pornográficas e a propaganda escandalosamente aberta do sexo explícito. Por que ninguém denuncia, por exemplo, o grande mal que faz à nossa sociedade a revista "Playboy" (que tem até propaganda na TV, coisa que as fábricas de cigarro não têm acesso por causa de uma fobia hipócrita contra o cigarro transformada em lei)?
Agora surge uma denúncia grave. Não são só os gays e tarados que praticam a pedofilia. Há, também, a pedofilia oficial, praticada pelos islamitas. Como os membros do bando terrorista "Hamas", do Líbano. No site "Mídia Sem Máscara" encontra-se tal denúncia. Mas porque ficar só nisto? Porque não ir mais longe e não denunciar, aqui entre nós, a propaganda explícita do sexo que excita e incentiva a formação de novos pedófilos que se espalham e crescem pelo mundo? Veja abaixo o texto da denúncia.

"Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.

Enquanto a imprensa exalta os "lutadores da liberdade do Hamas", os "rebeldes", ou então o PT e demais organizações de esquerda no Brasil dão apoio integral ao mesmo (conforme nota do secretário geral do partido, Valter Pomar durante a época do conflito), o mundo desconhece uma das histórias mais nojentas de abuso infantil, torturas e sodomização do mundo vinda do fundo dos esgotos de Gaza: os casamentos pedófilos do Hamas que envolvem até crianças de 4 anos. Tudo com a devida autorização da lei do islamismo radical.

A denúncia é do Phd Paul L. Williams e está publicada no blog thelastcrusade.org e é traduzida com exclusividade no Brasil pelo De Olho Na Mídia (ninguém mais na imprensa nacional pareceu se interessar pelo assunto).

Um evento de gala ocorreu em Gaza. O Hamas foi o patrocinador de um casamento em massa para 450 casais. A maioria dos noivos estava na casa dos 25 aos 30 anos; a maioria das noivas tinham menos de dez anos.

Grandes dignatários muçulmanos, incluindo Mahmud Zahar, um líder do Hamas foram pessoalmente cumprimentar os casais que fizeram parte desta cerimônia tão cuidadosamente planejada.

"Nós estamos felizes em dizer a América que vocês não podem nos negar alegria e felicidade", Zahar falou aos noivos, todos eles vestidos em ternos pretos idênticos e pertencentes ao vizinho campo de refugiados de Jabalia.

Cada noivo recebeu 500 dólares de presente do Hamas

As garotas na pré-puberdade, que estavam vestidas de branco e adornadas com maquiagem excessiva, receberam bouquets de noiva.

"Nós estamos oferecendo este casamento como um presente para o nosso povo que segue firme diante do cerco e da guerra", discursou o homem forte do Hamas no local, Ibrahim Salaf.

O Centro Internacional Para Pesquisas Sobre Mulheres estima agora que existam 51 milhões de noivas infantis vivendo no planeta Terra e quase todas em países muçulmanos.

Quase 30% destas pequenas noivas apanham regularmente e são molestadas por seus maridos no Egito; mais de 26% sofrem abuso similar na Jordânia.

Todo ano, três milhões de garotas muçulmanas são submetidas a mutilações genitais, de acordo com a UNICEF. A prática ainda não foi proibida em muitos lugares da América.

A prática da pedofilia teria base e apoio do islã, pelo menos a sua leitura mais extrema e radical. O livro Sahih Bukhari (além do Corão, outra das fontes de grupos como o Hamas) em seu quinto capítulo traz que Aisha, uma das esposas de Maomé teria seis anos quando se casou com ele e as primeiras relações íntimas aos nove. O período de espera não teria sido por conta da pouca idade da menina, mas de uma doença que ela tinha na época. Em compensação, Maomé teria sido generoso com a menina: permitiu que ela levasse todos os seus brinquedos e bonecas para sua tenda.

Mais ainda: talvez o mais conhecido de todos os clérigos muçulmanos deste século, o Aiatóla Komeini, defendeu em discursos horripilantes a prática da pedofilia:

Um homem pode obter prazer sexual de uma criança tão jovem quanto um bebê. Entretanto, ele não pode penetrar; sodomizar a criança não tem problema. Se um homem penetrar e machucar a criança, então ele será responsável pelo seu sustento o resto da vida. A garota entretanto, não fica sendo contada entre suas quatro esposas permanentes. O homem não poderá também se casar com a irmã da garota... É melhor para uma garota casar neste período, quando ela vai começar a menstruar, para que isso ocorra na casa do seu marido e não na casa do seu pai. Todo pai que casar sua filha tão jovem terá assegurado um lugar permanente no céu.

Para finalizar, o vídeo abaixo traz informações sobre espancamentos realizados contra meninos no mundo muçulmano para "estudarem melhor" - que incluem açoitamentos - escravidão de menores e a venda de meninas de 8 anos ou até menos como noivas no Sudão e em outras países da região. Tudo, com carimbo do islã radical:

Esta é a história que a mídia não conta, que o mundo se cala e não quer ver, ou que não querem que você saiba. Mas agora você está ciente, não tem mais jeito! Vai ficar calado? Cobre os veículos de mídia, aja! Se você não fizer nada, ninguém poderá salvar estas vítimas inocentes do inferno do Hamas e similares.

Publicado por De Olho na Mídia com o título A História Oculta do Mundo: a pedofilia do Hamas - http://www.deolhonamidia.org.br/Comentarios/mostraComentario.asp?tID=420


Além do vídeo que a Mídia sem Máscara divulga, em inglês e sem legenda (mostrando a violência contra as crianças praticada entre muçulmanos), divulgamos um outro que trata somente da pedofilia. Tema tão profuso na internet que é difícil escolher um. Com legenda em português, o vídeo americano já teve mais de 40 mil acessos na internet. Como estes existem muitos semelhantes. Telefones para denúncias, órgãos de fiscalização da polícia, etc. E por que o mal continua a crescer? Porque faltou, nestes e nos outros vídeos, um combate sério à imoralidade, à sensualidade e ao sexo explícito que campeia em nossa sociedade. Parece um tema proibido de se tratar. Há certo medo em tratar do assunto, pois muitos o consideram "politicamente incorreto".

domingo, 30 de agosto de 2009

O biodeterminismo na medicina

Esta idéia, do “determinismo na medicina”, transparece mais como um clichê da mídia, embora ele tenha surgido sub-repticiamente ao longo dos anos, isto é, nunca foi uma idéia clara e evidente mas algo meio escondido nos meandros das notícias e dos artigos da imprensa. O que seria, então, este “determinismo na medicina”? Trata-se de vários conceitos enraizados em meios médicos e midiátidos que fazem com que aspectos morais da personalidade humana sejam vistos como meros problemas de saúde, em geral mentais. Nesta categoria está implícito, por exemplo, o que se convencionou chamar o mal de “pedofilia” , e que até autoridades em medicina dizem ser um problema médico mental, um desvio da conduta psicológica ou cerebral do indivíduo. É muito comum se dizer que alguém sofre de problemas de saúde mental pelo fato de cometer crimes abomináveis, como estupros, corrupção de menores, etc. Será que, na realidade, não se trata de um problema de corrupção moral? Será que tais indivíduos não são, nada mais nada menos, do que fruto da decadência moral da da nossa sociedade? Quem faz mais mal à delinqüência juvenil, os pedófilos ou certas revistas de mulheres nuas? Enquanto a polícia investiga e prende homens tarados que abusam de menores, estas revistas continuam a excitar o libido deles, sem que ninguém se lembre delas como fator de desagregação social e excitação de um mal tão grave como este. Dizer que tais indivíduos são maníacos sexuais até que é comum na classe popular, mas entre indivíduos mais esclarecidos, mesmo no meio jurídico, se usa outro termo: psicopata; palavra até hoje não devidamente estudada e esclarecida à sociedade.

Um estudo recente, feito no Brasil, mostra que este “determinismo” não tem fundamento médico e científico. Trata-se trabalho feito por um professor de história contemporânea de Guarulhos (SP), onde se analisa aspectos de um certo determinismo biológico que tomou conta de médicos do passado e que nada mais é do que uma análise superficial do comportamento humano. Referimo-nos ao livro divulgado pelo blog "Pós-darwinista", “Feios, sujos e malvados sob medida – A utopia médica do biodeterminismo”, que acaba de ser lançado e põe em discussão a idéia de que a história dos determinismos biológicos é muito mais ampla e difusa no tempo e no espaço. A publicação – focada na São Paulo da década de 1920 até 1945 – analisa os problemas sociais dos “feios, sujos e malvados”, ou seja, indivíduos com comportamentos considerados antissociais – os grupos mais visados eram criminosos, homossexuais, doentes mentais e mesmo operários e crianças.

De acordo com o autor do livro, Luis Ferla, a utopia médica do biodeterminismo defendia que, para melhor defesa da sociedade, os médicos deviam se lançar ao “grande projeto do conhecimento humano”. Ou, mais especificamente, ao “corpo do delinquente”, cujas particularidades “poderiam ajudar a explicar as disfunções e desequilíbrios da sociedade”.

“Ao médico cabia a tarefa de identificar corpos perigosos, para prevenir o crime antes que acontecesse. Ou seja, conhecer o criminoso antes que ele entrasse em ação. É isso que define o determinismo biológico, ou seja, a explicação da personalidade e de comportamentos a partir do corpo humano, desvalorizando condicionamentos sociais”, disse Ferla à Agência FAPESP.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Até zoológico refuta evolucionismo de Darwin

Para os darwinistas, qualquer pessoa que, sensatamente, refute toda ou parte das absurdas teorias de Darwin, será sempre um "criacionista", mesmo que admita que a evolução foi feita por Deus. O tema, quando abordado debaixo das teses contrárias às de Darwin, será sempre considerado como "religioso" e não cientifico. Assim, a "Folha On Line" (que é facciosamente favorável a Darwin) coloca na manchete da notícia abaixo a primeira palavra com que classifica um zoológico contrário ao darwinismo a pecha de "Criacionista". Para eles, ser criacionista é como se fosse uma heresia, por isso é como se fosse uma "pecha", um clichê, um epíteto derrisório... O título da notícia é este: "Criacionista, zoo britânico refuta teoria de Darwin". Agora vejam o texto da notícia e tirem suas conclusões:

"Um lugar no qual as crianças vão para aprender sobre o mundo animal se tornou uma plataforma do criacionismo na Inglaterra. Denominado Noah's Ark (Arca de Noé, em inglês), o zoológico radicado em Wraxall (vilarejo próximo a Bristol) explica aos visitantes a origem da Terra a partir da entidade divina ao longo dos séculos --e vem causando polêmica no país.

Segundo o jornal inglês "Daily Mail", a Associação Humanista Britânica (BHA, na sigla em inglês) afirma que o zoológico está "ameaçando o entendimento público acerca do mundo natural", e solicita uma providência das autoridades local e de turismo, a fim de que a tese não se propague.

A BHA diz que o Noah's Ark --localizado em uma propriedade semelhante a uma fazenda-- é capitaneado pelo casal Anthony e Christina Bush, que se apoia na tese de que o mundo foi criado por Deus em seis dias. A entidade afirma ainda que o zoo descredita fatos científicos, como a datação por radiocarbono (método pelo qual se mede o tempo de vida de uma determinada espécie ou descoberta arqueológica, a partir do elemento químico), o registro de fósseis e a velocidade da luz.

Os próprios donos do local não fazem questão de manter segredo a respeito de sua crença --mas alegam que são diferentes da corrente "purista" do criacionismo, porque o zoológico explica a vida a partir de "ambos, Deus e a evolução".

Em uma longa seção intitulada "pesquisas de criação", o site do zoológico diz que o darwinismo é falho, e afirma que deseja encorajar o "debate criacionista/evolutivo".

"Acreditamos que o zoológico ilude o público pelo fato de não admitir abertamente a agenda criacionista nas suas atividades promocionais e na má interpretação do mundo natural", afirma o diretor de educação e relações-publicas da BHA, Andrew Copson. "Estamos pedindo para que as autoridades competentes parem de promover o local. Acreditamos que o apoio a crenças religiosas ou ideológicas seja inapropriado", observa.

O governo britânico não permite o ensino do criacionismo faça parte do currículo nacional, mas orientações sobre o ensino já foram publicadas por ministros.

O pesquisador-assistente do Noah's Ark, Jon Woodward, rejeitou a acusação feita pela BHA, afirmando que o debate do Criacionismo era limitado a pôsteres em uma seção dentro do zoológico. "Estamos em busca de uma evidência, e não é 100% certo que Deus não teve envolvimento na criação da Terra", afirmou.

O zoológico tem, em média, 120 mil visitantes anuais".

Cardeal Rodé abençoa nova igreja dos Arautos

A quem incomoda o acordo entre o governo brasileiro e a Santa Sé?

Firmado o acordo no Vaticano, entre o presidente brasileiro e o Papa, logo surgiram as primeiras vozes discordantes, sempre alegando uma velha cantilena do "estado laico" que não pode interferir em assuntos religiosos. Agora o acordo chegou na Câmara dos Deputados a fim de ser referendado. Choveu protestos de todos os lados, especialmente de uma minoria composta, essencialmente, de anticlericais, antivaticanistas, ateus, agnósticos, etc. Foi até publicado um manifesto na "Folha de São Paulo" (matéria paga, diga-se de passagem) por um certo grupo que se diz "Pastores evangélicos do Brasil", que nem por isso pode ser classificado como representante de uma religião. Surgiu também ressalvas estranhas como a de alguém que se sentiu incomodado com a palavra "católica", usada apenas para destacar uma religião das demais, fato ressaltado pelo deputado Chico Abreu. Esta palavra incomodou até mesmo um grupo de mulheres que se diz "católicas" (aquelas que se autoproclamam "católicas pelo direito de decidir", mas não se dediciram ainda ser católicas de verdade), protestando contra seu uso no documento "porque o governo brasileiro é laico..." Como os incomodados não tiveram voz nem vez para sustar o acordo, o mesmo foi aprovado pela Câmara e agora segue para o Senado. Vejam a notícia divulgada pela CNBB:

Câmara dos Deputados aprova acordo do Brasil com a Santa Sé


A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem, em sessão extraordinária, o acordo do Brasil com a Santa Sé sobre o Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil. Com 20 artigos, o acordo, assinado em novembro 2008, segue agora para aprovação do Senado.

Um longo debate de mais de três horas tomou conta da Câmara antes da aprovação do acordo. Um requerimento pedindo a retirada de pauta da votação do acordo foi rejeitado pela maioria dos deputados. Antes da votação os relatores das Comissões de Constituição e Justiça; de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Educação leram seus pareceres.

Plenário Aprova Acordo Brasil Santa Sé

Os relatores das duas primeiras votaram favoravelmente ao acordo na íntegra. Já o deputado Chico Abreu (PR-GO), relator da Comissão para Educação, aprovou o acordo propondo a supressão do termo “católico e de outras confissões religiosas”, contido no parágrafo único do artigo 11, sobre o ensino religioso nas escolas. A proposta gerou uma acirrada discussão quando vários parlamentares se manifestaram afirmando não ser permitido à Câmara alterar acordos bilaterais firmados entre dois estados. Seguindo proposta do presidente da Câmara, o relator modificou seu parecer apenas recomendando a supressão do termo.

Num minucioso parecer, o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT/RJ), relator da Comissão de Constituição e Justiça, citou cada um dos vinte artigos do acordo e mostrou que todos estão em consonância com o ordenamento jurídico brasileiro e com a Constituição Federal. Segundo Biscaia, outros Estados laicos, como a Itália, aprovaram acordo semelhante com o Vaticano e outras religiões. Citou, inclusive, o acordo que a Itália assinou com a Igreja Assembleia de Deus em 1988. Destacou, ainda, que o Congresso brasileiro "tem legitimidade para convalidar tratados e acordos internacionais".

“A aprovação pela Câmara dos Deputados é um passo importante em direção a homologação do acordo do Brasil com a Santa Sé. Houve um espaço amplo de debate no plenário e o parecer do deputado Antônio Carlos Biscaia (relator da Comissão de Constituição e Justiça), foi muito bem feito, o que confirma nossa convicção de que o acordo não fere o ordenamento jurídico brasileiro. A laicidade de um Estado não é coibir a prática religiosa, mas favorecer para que a religião possa ser regida da maneira mais simples possível”, afirmou o secretario geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, após a aprovação do acordo pelos deputados.

Antes de ir a plenário na Câmara, o acordo já havia sido apreciado e aprovado pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. “O texto não estabelece nenhum privilégio para a Igreja Católica, mas apenas fixa normas que podem ser consideradas de interesse de todas as religiões”, disse o deputado Bonifácio Andrada, relator da Comissão.

Para permitir a votação ontem, os líderes partidários fecharam um acordo com os evangélicos no sentido de aprovar um projeto de lei do deputado George Hilton (PP-MG), que é evangélico. O projeto dispõe sobre as garantias e direitos fundamentais ao livre exercício da crença e dos cultos religiosos. O projeto também foi aprovado pouco antes da meia noite.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Papa tinha razão sobre a AIDS

Quando Bento XVI se pronunciou sobre a AIDS, afirmando taxativamente que a única saída para a contenção da doença está na continência sexual, quer dizer, trata-se antes de tudo um problema moral e religioso, ouviu-se um verdadeiro estrondo mundial contra as sábias palavras do Pontífice. Aos poucos vai se ouvindo, aqui e acolá, outras vozes sapienciais e seguras que tratam do tema, e aos poucos as palavras do Papa vão se confirmando. Um exemplo é o pronunciamento do cientista Edward Green, especialista no assunto, divulgado hoje pela Zenit:

Declaração de Edward Green, diretor do Aids Prevention Research Project de Harvard

RÍMINI, quarta-feira, 26 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- O diretor do Aids Prevention Research Project da Harvard School of Public Health, Edward Green, assegurou que na polêmica sobre a Aids e o preservativo Bento XVI tinha razão.

Ao intervir no “Meeting pela amizade entre os povos” de Rímini o cientista, considerado como um dos máximos especialistas na matéria, confessou que “lhe chamou a atenção como cientista a proximidade entre o que o Papa disse no mês de março passado no Camarões e os resultados das descobertas científicas mais recentes”.

“O preservativo não detém a Aids. Só um comportamento sexual responsável pode fazer frente à pandemia”, destacou.

“Quando Bento XVI afirmou que na África se deviam adotar comportamentos sexuais diferentes porque confiar só nos preservativos não serve para lutar contra a Aids, a imprensa internacional se escandalizou”, continuou constatando.

Na realidade o Papa disse a verdade, insistiu: “o preservativo pode funcionar para indivíduos particulares, mas não servirá para fazer frente à situação de um continente”.

“Propor como prevenção o uso regular do preservativo na África pode ter o efeito contrário – acrescentou Green. Chama-se ‘risco de compensação’, sente-se protegido e se expõe mais”.

“Por que não se tentou mudar os costumes das pessoas? – perguntou o cientista norte-americano. A indústria mundial tardou muitos anos em compreender que as medidas de caráter técnico e médico não servem para resolver o problema”.

Green destacou o êxito que tiveram as políticas de luta contra a Aids que se aplicaram em Uganda, baseadas na estratégia sintetizada nas iniciais “ABC” por seu significado em inglês: “abstinência”, “fidelidade”, e como último recurso, o “preservativo”.

“No caso da Uganda – informou – se obteve um resultado impressionante na luta contra a Aids. O presidente soube dizer a verdade a seu povo, aos jovens que em certas ocasiões é necessário um pouco de sacrifício, abstinência e fidelidade. O resultado foi formidável”.

A propósito do tema, divulgamos abaixo um artigo de Plinio Corrêa de Oliveira, publicado há mais de 22 anos, e que confirma as palavras do Papa.


Moral cristã, salvaguarda contra a expansão da AIDS

Plínio Corrêa de Oliveira

Sem dúvida, em nosso país já tão perigosamente atingido pela expansão da Aids, é preponderante o fator moral, como coercitivo do terrível mal.

Com efeito, sabe-se que o principal foco de contágio dessa doença está nos ambientes homossexuais. Mas também os bissexuais contagiam a Aids, e isto não só nas relações com o próprio sexo, como ainda com o sexo feminino (aliás mais resistente ao contágio do que o masculino).

Esses são os dois grandes “grupos de risco” para a propagação da Aids. Há um terceiro “grupo de risco”, constituído pelas pessoas sujeitas a freqüentar transfusões de sangue, como os hemofílicos, os anêmicos, etc. Constituem eles vítimas inocentes do cruel contágio, em razão do pouco cuidado com que seja eventualmente selecionado pelos técnicos o sangue que recebem. Com efeito, pode suceder-lhes seja assim ministrado sangue contaminado de Aids...

Quanto a cada um desses três “grupos de risco”, o enfoque moral segundo os princípios da Igreja, em nosso país graças a Deus católico, é de molde a exercer a mais valiosa influência. Pois, segundo é geralmente sabido, o ato homossexual é qualificado pela Igreja como “pecado contra a natureza”, e catalogado entre os pecados que bradam ao céu e clamam a Deus por vingança. O que lhe revela toda a gravidade.

Ora, a não ser um freio moral de tanto alcance, não sei verdadeiramente como coibir de modo eficaz a homossexualidade, e portanto a expansão da Aids. O que é ainda mais digno de nota tomando-se em consideração a tendência por assim dizer suicida, já vitoriosa em diversos países, e em franca ascensão em outros, e não qualificar a homossexualidade como crime.

Poder-se-ia objetar que o próprio surgimento da ameaça da Aids exerce efeito inigualável para a repressão da homossexualidade. E que, reprimida esta, o perigo da Aids estaria extinto. A expansão da Aids constituiria portanto um perigo autodemolidor: o próprio pânico da terrível doença levaria os homens a evitá-la, abstendo-se do ato contra a natureza.

Sem contestar certo efeito salutar do perigo da Aids como fator coercitivo da homossexualidade, cumpre notar que tal valor tem algo de relativo. Pois depende do próprio viciado escolher entre as duas perspectivas difíceis que se lhe abrem: a dura batalha para a extinção do vício, ou a permanência nesse vício, embora sob o terrível risco do contágio mortal. Ora, está na psicologia de incontáveis viciados optarem pela via do vício, que lhes agrada a moleza e as apetências desordenadas.

Pelo contrário, o católico, posto ante tal alternativa não se considera livre de escolher entre uma e outra via: sabe que lhe cumpre tão só obedecer à vontade de Deus. Obedecer, sim, pelo amor e pela submissão que a este deve. Mas também pelo justo temor de que a mão de Deus o castigue duramente com as penas eternas do inferno. E, bem entendido, com proporcionados castigos nesta vida. Destes, um dos mais terríveis é a caminhada inexorável do portador da Aids, através dos mais devastadores padecimentos, rumo à morte.

Resta dizer uma palavra sobre o desleixo e a incúria responsáveis pela transmissão da Aids nas transfusões de sangue. O prejuízo sofrido pelas vítimas inocentes, em razão dessas faltas profissionais, qualifica de muito grave o pecado dos responsáveis. E a justiça de Deus pode se desfechar contra eles com todo o rigor, ainda quando consigam ardilosamente tornar despercebido o seu crime ante a justiça dos homens. O que constitui para o católico motivação de inigualável importância para que não se deixe arrastar, pela negligência ou pela precipitação, a uma transgressão contra o quinto mandamento: “Não matarás”.

Nesse caso, como em tantos outros, só mesmo o moral especificamente religioso constitui para o homem o parapeito salvador que o protege contra as múltiplas propensões internas para o mal.

(“Folha de São Paulo”, 21 de fevereiro de 1987

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nossa Senhora das Alegrias

Sínodo arquidiocesano de Vitória (ES), que atraiu multidão de fiéis, fez-me lembrar da bela história da devoção de Nossa Senhora das Alegrias, venerada até hoje naquela Lapa. Milhares de fiéis participaram no último domingo (23) do encerramento do I Sínodo Arquidiocesano, na Praça do Papa, em Vitória. Desde 2006, as comunidades e áreas pastorais da Igreja Católica se reúnem para elaborar planos de evangelização, e o resultado desse trabalho foi apresentado na forma de um documento com orientações específicas para a ação pastoral nos próximos anos. O Sínodo surgiu a partir das necessidades apontadas jovens, famílias e ex-católicos em uma pesquisa técnica. Na consulta, as pessoas expuseram a imagem que tinham da Igreja, e deram sugestões para um revigoramento da fé. A festividade teve início às 8h, com a chegada da imagem original de Nossa Senhora da Penha (ou das Alegrias como era antigamente chamada), que foi carregada por integrantes da Marinha até o palco central da Praça. O arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, afirmou durante a Celebração Eucarística que a Igreja usará de todos os meios evangélicos para atingir o objetivo do 1º Sínodo, que se propõe a "ser sinal de esperança para o povo, anunciando e testemunhando a Boa Nova de Jesus Cristo, à luz da evangélica opção pelos pobres, caminhando juntos, na acolhida fraterna". Na presença de diversos integrantes do clero capixaba, Dom Luiz destacou que o Sínodo deve ser "sinal de esperança aos desesperançados, às crianças e jovens e as pessoas da Terceira Idade em situação de risco; sinal de esperança às vítimas de violência e as encarcerados, aos marginalizados das periferias, e aos acamados e de todo aquele que não têm ânimo de viver". O documento conclusivo do I Sínodo Arquidiocesano, com o tema "Caminhar juntos na acolhida fraterna e na esperança", foi apresentado durante o evento. Nele encontram-se objetivos e sugestões para serem seguidos pelos cristãos, que englobam Cidadania e Cultura de Paz, Família, Celebração do Ministério Pascal, entre outros. Na opinião da fiel, o Sínodo foi importante para reunir os fiéis e para renovar os laços de fé na Igreja. "O Sínodo traz essa nova visão, não só em direcionar o que está por vir, mas nossa forma de agir. Não é só teoria, é a parte espiritual mesmo, para que a gente aprenda a se voltar para a Igreja com mais fervor, porque às vezes a gente tem a impressão de que os católicos não têm esse fervor forte", disse. A avenida Nossa Senhora dos Navegantes ficou interditada até 18 horas, em ambos os sentidos, por causa do evento católico. Pela manhã, o trânsito ficou lento sentido Vitória-Centro, mas os agentes de trânsito estavam nos pontos de desvio para orientar os motoristas. Um show com a cantora Joana encerrou do I Sínodo. Textos Históricos sobre a devoção de Nossa Senhora das Alegrias Transcrevo abaixo alguns curiosos textos de antigos documentos que falam desta devoção: “Na Capitania do Espírito Santo há duas vilas de portugueses perto uma da outra meia légua por mar. Em uma delas,que está na barra e chamam Vila Velha por ser a primeira que ali se fez, está num monte muito alto e em um penedo grande uma ermida de abóbada que se chama Nossa Senhora da Penha, que se vê logo do mar e é grande refrigério e devoção dos navegantes e quase todos vêm a ela em romaria, cumprindo as promessas que fazem nas tormentas, sentindo particular ajuda na Virgem Nossa Senhora, e diz-se nela missa muitas vezes. Esta ermida edificou-a um frade castelhano sem ordens sacras chamado frei Pedro, da ordem dos Capuchos, que aqui veio com licença de seu superior, homem de vida exemplar, o qual veio ao Brasil com zelo da salvação das almas e com ele andava pelas aldeias da Bahia em companhia dos padres. Desejando de batizar alguns desamparados e como não sabia letras nem a língua, porque este seu zelo não fosse “non sine scientia”, batizando alguns adultos sem o aparelho necessário, admoestado dos padres, lhes pediu em escrito algum aparelho na língua da terra para poder batizar alguns que achasse sem remédio e os padres não pudessem acudir e assim remediava muitos inocentes e alguns adultos. Com este mesmo zelo se foi à Capitania do Espírito Santo onde fez o mesmo algum tempo, confessando-se com os padres e comungando a miúdo, até que começou e acabou esta ermida de Nossa Senhora com ajuda dos devotos moradores, e ao pé dela fez uma casinha pequenina à honra e S. Francisco, na qual morreu com mostras de muita santidade”. (Padre José de Anchieta – “Textos Históricos” – pág. 52 – Edições Loyola, 1989) “Dele escreve Anchieta, em carta hoje perdida: “Varão evangélico, que viveu e morreu santamente”, palavras citadas por Jaboatão em “Novo Ordo Seráfico”, 2ª. Parte, vol. II, 48”. (cf. nota 56, pág. 69, obra citada acima) “...Antes levando-o pelo espiritual, me disse Francisco de Aguiar Coutinho, senhor dela, que dissera a Sua Majestade que tinha uma fortaleza na barra da sua capitania que lha defendia, e não havia mister mais, e que esta era a ermida de Nossa Senhora da Penha que ali está, aonde do mosteiro do nosso padre São Francisco, que temos na vila do Espírito Santo, vão dois frades todos os sábados a dizer missa, e a temos a nossa conta. “E na verdade a dita ermida se pode contar por uma das maravilhas do mundo, considerando-se o sítio, porque está sobre um monte alto um penedo que é outro monte, a cujo cume se sobe por cinqüenta e cinco degraus lavrados no mesmo penedo, e em cima tem um plano em que está a igreja e a capela, que é de abóbada, e ainda fica ao redor por onde anda a procissão, cercado de peitoril de parede, donde se não pode olhar para baixo sem que fuja o lume dos olhos. “Nesta ermida esteve antigamente por ermitão um frade leigo da nossa ordem, asturiano, chamado Frei Pedro, de mui santa vida, como se confirmou em sua morte, a qual conheceu alguns dias antes, e se andou despedindo das pessoas devotas, dizendo que, feita a festa de Nossa Senhora, havia de morrer. E assim sucedeu, e o acharam morto de joelhos, e com as mãos levantadas como quando orava, e na trasladação de seus ossos desta igreja para o nosso convento fez muitos milagres, e poucos enfermos os tocam com devoção que não sarem logo principalmente de febres, como tudo consta do instrumento de testemunhas que está no arquivo do mesmo convento. Nota: Durante o custodiado de Frei Vicente do Salvador, instaurou-se a 27 de julho de 1616, o processo informativo sobre a vida e as virtudes de Frei Palácios”. (“História do Brasil” – Frei Vicente do Salvador – Ed. Itatiaia, pág. 109). “Nesta vila de Vitória, da Capitania do Espírito Santo, vivia há anos passados um homem do povo singularmente devoto da Virgem Mãe de Deus. Desejando empregar seus bens em obséquio a Ela, considerou que lhe seria agradável a construção de uma ermida, como o fizera Libério Romano, num local piedoso e apropriado onde se satisfizessem os desejos dos devotos, e as almas dos frios e lânguidos despertassem para o serviço de Deus. Com tal intenção, ao procurar com máxima diligência um local apto volveu os olhos para uma alta colina, que se debruça sobre o porto marítimo, coberta de árvores altas, grossas e espessas. Julgando-a adequada, com ingentes dificuldades nela penetrou; em seu topo encontrou uma grande pedra que lhe vinha a propósito. A construção se lhe afigurou dificílima por causa da altura e aspereza da colina, sem caminho, e por ser mister transportar para cima, nos ombros, todo o material necessário; mas nada conseguia esfriar ou diminuir sua devoção. Pelo contrário; com maior fervor e engenhoso zelo pôs-se a abrir com seus servos e familiares um acesso sinuoso em torno ao monte, como melhor pôde no momento, pois doutra forma era impossível a subida. Através dele, colocou no alto, com trabalho persistente e incômodo, todo o material que lhe pareceu conveniente para o início da construção, não desistindo da tarefa antes de ver construída a ermida. O santuário da ermida é arredondado, com teto em forma de abóbada, assemelhando-se a meio limão. Para que o corpo da capela se tornasse mais iluminado e agradável, foram abertos ao longo das paredes vários e curiosíssimos arcos, através dos quais, de dentro, enxergam-se o mar, a terra, os canais e quanto a vista pode atingir. A santa ermida agradou de tal maneira a todos e suscitou tanta devoção que os moradores trataram de criar uma confraria em honra da Bem-Aventurada Virgem, ajudando-a devotamente com suas esmolas, e determinaram que em todos os sábados nela se celebrassem a missa; para este ato navegava em seus botes todo o povo da cidade, distante uma parassanga (*) rio abaixo. Junto à pedra, sobre a qual está somente a ermida, foram construídas casas para abrigo dos peregrinos que faziam lá a novena. Destas, até à entrada da ermida sobem 55 degraus. Não falamos da altura desde o sopé do monte até eles, pois é incrível. Mas a grande piedade do povo que a visita e freqüenta a torna fácil, e por isso, com razão, pode chamar-se milagre da terra ou antes do céu e da terra, pois a Virgem Beatíssima lá habita. De fato é estupendo contemplar sobre um altíssimo monte uma pedra sobreposta, que por si é outro monte, ao qual se sobe por tantos degraus. Nele se acha uma esplanada na qual foi edificada a igreja e o santuário, em torno do qual corre um muro te à altura do peito, com espaço suficiente para as procissões; de lá não se pode olhar para baixo sem sentir vertigem. “Vinte anos antes desta Custódia chegou a esta vila de Vitória, Capitania do Espírito Santo, com autorização de seus superiores, certo religioso leito de nossa Ordem, chamado frei Pedro, de origem espanhola, muito admirado pelos moradores do lugar por suas virtudes e grande santidade. A ele foi entregue esta ermida de Nossa Senhora da Penha, na qual se recolheu e viveu pelo espaço de 8 ou 9 anos em grande e constante penitência, pois ordinariamente jejuava a pão e água, usava continuamente um cilício e levava vida de exemplo e edificação para todos. Era considerado santo e como tal venerado. Dificilmente descia do monte, a não ser para confessar-se e pedir esmolas, e quando retornava subia carregado com água potável ou pedras para construir uma capela em honra de nosso santíssimo pai Francisco, onde dormia sobre uma tábua, servindo-se de uma pedra como travesseiro. Andava sempre descalço e trajava uma veste miserável e remendada. Repreendia duramente os perjuros e os que viviam fora dos deveres cristãos; recebia somente pequenas esmolas, com as quais ainda ajuda os pobres.“Ele previu com muita antecedência o seu passamento. Ao aproximar-se o dia da morte, indo-se embora disse à gente devota que devia fazer uma longa viagem depois da festa de Nossa Senhora dos Prazeres. Na quarta-feira seguinte abiu uma cova na qual queria ser enterrado. Chamando o negrinho que certo homem piedoso e nobre lhe dera como companheiro naquele monte, pediu uma vela acesa e caiu de joelhos em seu cubículo, encostando-se ao altar de se pai Francisco, ali construído. A seguir mandou que o mesmo fosse chamar o seu senhor, que tão devotado lhe era, para que o viesse sepultar. Veio o nobre e piedoso varão com a Fraternidade da Santíssima Misericórdia, os Padres da Companhia de Jesus e o povo, por causa da grande veneração que lhe tinham, encontrando-o morto, de joelhos, encostado ao altar, com as mãos elevadas ao céu. Assim tão belo ficou para manifestar claramente sua santidade; foi sepultado no lugar por ele marcado ainda em vida, pelo ano do Senhor de 1570. “...A câmara, os fidalgos e grande multidão de povo dirigiu-se processionalmente para a ermida e erguem os santos despojos que são carregados aos ombros de cinco nobres. Enfim, com hinos e cânticos e grande número de Lâmpadas chegam solenemente ao santo convento, onde são depostas as relíquias. Imediatamente começaram a brilhar os milagres; no dia da transladação, ao entrar no convento a procissão com os sagrados despojos, um Religioso que se achava recolhido na enfermaria com grandes febres, se recomendou com fé inflamada aos méritos do santo e pediu para tocar e beijar as santas relíquias; ficou imediatamente curado e nunca mais o incomodou a febre. Tendo notícia deste milagre, outros enfermos da mesma região com grande fé e devoção mandar pedir ao Guardião alguma relíquia do santo Frei Pedro; tocando nelas ficaram curados de suas enfermidades...” (*) – “parassanga” – medida antiga, equivalente a 5.250 metros. (“Narrativa da Custódia de Santo Antonio do Brasil – 1584/1621 – Frei Manuel da Ilha – Editora Vozes, 1975 –págs. 55/63) Nota n. 31 – “Frei Pedro nasceu em Medina do Rio Seco, perto de Salamanca, chegou a Vila Velha em 1558. Faleceu no alto da Penha em 1570 com fama de santidade”. (Ib. id., pág. 145).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lefebvristas continuam sem poder exercer nenhum ministério

A Igreja instituiu a Comissão Pontifícia "Ecclesia Dei" com a missão específica de tentar reaproximar os seguidores de Mons. Lefebvre. Decorridos 21 anos, tendo o Papa dado várias manifestações de boa vontade, inclusive com o levantamento das excomunhões e aceito que rezassem missa em latim, e apesar de tudo os lerebvristas não tendo recuado de suas posições doutrinárias, resolveu agora Bento XVI (no mês passado) dar um ponto final transferindo as atribuições da "Ecclesia Dei" para o domínio da Congregação para a Doutrina da Fé. Agora os problemas com os dissidentes serão vistos apenas do ponto de vista de doutrina, o que poderá levar a Igreja a tomar medidas mais sérias e graves no futuro. Sobre o assunto veja nossa postagem anterior: Novas ordenações distanciam ainda mais Lefebvristas Segue abaixo o texto do "Motu proprio" que tomou o nome de "Ecclesiae unitatem":

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 8 de julho de 2009 (ZENIT.org).- Publicamos a carta apostólica de Bento XVI, em forma de “motu proprio”, "Ecclesiæ unitatem", sobre a Comissão Pontifícia "Ecclesia Dei".

MOTU PROPRIO DATÆ

BENEDICTUS PP. XVI

1. A tarefa de custodiar a unidade da Igreja, com a solicitude de oferecer a todos a ajuda para responder de forma oportuna a esta vocação da graça divina, corresponde em particular ao Sucessor do Apóstolo Pedro, que é perpétuo e visível fundamento da unidade seja dos bispos ou dos fiéis. A prioridade suprema e fundamental da Igreja em todos os tempos, de levar os homens até o encontro com Deus, deve favorecer-se mediante o compromisso de alcançar o testemunho comum de fé de todos os cristãos.

2. Em fidelidade a esse mandato, depois do ato com o qual o arcebispo Marcel Lefebvre, a 30 de junho de 1988, conferiu ilicitamente a ordenação episcopal a quatro sacerdotes, o Papa João Paulo II, de venerada memória, instituiu, a 2 de julho de 1988, a Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, com a tarefa de colaborar com os bispos, os dicastérios da Cúria Romana e os ambientes interessados, com o objetivo de facilitar a plena comunhão eclesial dos sacerdotes, seminaristas, comunidades ou simples religiosos e religiosas, ligados até então, de várias formas, à Fraternidade fundada por Monsenhor Lefebvre, que desejam permanecer unidos ao Sucessor de Pedro na Igreja Católica, conservando suas tradições espirituais e litúrgicas à luz do Protocolo firmado a 5 de maio anterior pelo cardeal Ratzinger e Monsenhor Lefebvre.

3. Na mesma linha, aderindo fielmente à própria tarefa de servir à comunhão universal da Igreja também em sua manifestação visível e fazendo todos os esforços possíveis para que todos os que sentem realmente o desejo de unidade possam permanecer nela ou reencontrá-la, ampliei e atualizei, com o Motu Proprio "Summorum Pontificum", a indicação geral contida no Motu Propio "Ecclesia Dei", sobre a possibilidade de utilizar o Missale Romanum de 1962, através de normas mais precisas e detalhadas.

4. No mesmo espírito e com o mesmo compromisso de favorecer a superação de qualquer fratura e divisão na Igreja e de curar uma ferida sentida cada vez com mais dor no tecido eclesial, retirei a excomunhão dos quatro bispos ordenados ilicitamente por Monsenhor Lefebvre. Com essa decisão, quis eliminar um impedimento que poderia prejudicar a abertura de uma porta ao diálogo e convidar assim os bispos e a Fraternidade São Pio X a reencontrar o caminho para a plena comunhão com a Igreja. Como expliquei na Carta aos Bispos católicos de 10 de março passado, o levantamento da excomunhão foi uma medida no âmbito da disciplina eclesiástica para liberar as pessoas do peso de consciência que representava a censura eclesiástica mais grave. Mas as questões doutrinais, obviamente, permanecem e, até que não se esclareçam, a Fraternidade não tem um estatuto canônico na Igreja e seus ministros não podem exercer de forma legítima nenhum ministério.

5. Dado que os problemas que se devem abordar agora com a Fraternidade são de natureza essencialmente doutrinal, decidi, vinte e um anos depois do Motu Proprio "Ecclesia Dei" e de acordo com o que tinha pensado fazer, reorganizar a estrutura da Comissão "Ecclesia Dei", ligando-a estreitamente com a Congregação para a Doutrina da Fé.

6. A Pontifícia Comissão "Ecclesia Dei" terá, portanto, a seguinte configuração:

a) O Presidente da Comissão é o Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé;

b) A Comissão tem seu próprio organograma composto pelo Secretário e os Oficiais;

c) A tarefa do Presidente, ajudado pelo Secretário, será expor os casos principais e as questões de caráter doutrinal para o estudo e discernimento das instâncias ordinárias da Congregação para a Doutrina da Fé, além de submeter os resultados à disposição superior do Sumo Pontífice.

7. Com esta decisão, quis, em particular, demonstrar solicitude paterna para a Fraternidade São Pio X, com a finalidade de reencontrar a plena comunhão com a Igreja.

Peço a todos que rezem sem descanso ao Senhor pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria, "ut unum sint".

Dado em Roma, em São Pedro, dia 2 de julho de 2009, quinto ano de nosso Pontificado.

BENEDICTUS PP. XVI

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

A lição que Napoleão deu a Chávez

A festa da Assunção de Nossa Senhora, ocorrida a 15 de agosto, faz-nos lembrar o episódio abaixo, o qual demonstra que os perseguidores de nossa religião sempre são derrotados. E como.

Assim como Napoleão, o pretenso “imperador” (graças a Deus ainda não chegamos a tanto) das Américas, Hugo Chávez, também quis substituir uma devoção tradicional entre os católicos da Venezuela. A única diferença é que Chávez tentou substituir a devoção a Maria Santíssima por um bandido vulgar, Che Guevara, enquanto que o ditador corso tentou, ele mesmo, ser aceito como “Saint Napoleon”. Da mesma forma que o imperador postiço da França, o venezuelano também não obteve sucesso. Mas como foi a lição dada por Napoleão?

Napoleão havia nascido a 15 de agosto de 1769, portanto no dia da festa de Nossa Senhora da Assunção. Na época, a cidade em que nasceu pertencia à Itália, cujo idioma influenciou seu nome de batismo: “Napolione”. Sabedor de que a festa de Nossa Senhora tinha grande popularidade entre os católicos e toda a nação francesa, além do fato de se celebrar também naquele dia a coroação de Luís XIII (fato que lhe despertava mais inveja). Considerando-se um “fundador” de uma nova dinastia, não suportava que fosse reverenciado um antigo rei de França, além do mais naquele dia tão caro aos católicos. Procurou então criar uma festa religiosa que substituísse a tradicional: “Saint Napoleo” substituiria a Virgem Santíssima e o antigo rei de França.

Mandou procurar, e encontrou, algum santo ou personagem antigo que tivesse um nome igual ou semelhante ao dele: em épocas remotas se comemorou em Roma a festa de um mártir cristão cujo nome era Neopolo. Forjaram, então, uma transformação gramatical, pela qual Neopolo se chamaria na França Napoleo, muito assemelhado com Napoleon ou Napolione. Saiu então o decreto, com data de 19 de fevereiro de 1806, que impunha a substituição em solo francês da celebração da Assunção de Nossa Senhora pela de “São Napoleo” ou “Saint Napoleone”.

Em Roma, o cardeal Michele di Pietro redigiu, por ordem de Pio VII, um vigoroso protesto contra ato inadmissível em que “o poder civil substituía o culto da Assunção da Virgem Santíssima aos Céus com o de um santo desconhecido”. Ingerência intolerável do temporal no terreno religioso. Mas o caráter despótico do “imperador” postiço impediu que tal documento fosse publicado na França.

Não durou muitos anos, porém, a nova “devoção”: oito anos depois, morria ela juntamente com o seu criador.

Chávez, discípulo de Napoleão ou de Fidel?

Diferentemente de Napoleão, no entanto, o ditador venezuelano tentou criar uma religião nova. Um de seus santos principais seria “San Che Guevara”, cujo busto foi colocado no lugar da Padroeira da Venezuela, Nossa Senhora de Coromoto, na entrada do Hospital Coromoto de Maracaíbo. O hospital também mudaria de nome, é claro. Temendo reação da opinião católica, inicialmente fizeram apenas trocar a estátua de Nossa Senhora de Coromoto pelo busto do bandido argentino. A troca de nomes viria depois. Este foi o ponto inicial do enfrentamento que Chávez iniciou contra a Igreja Católica, tendo como um de seus últimos lances a recusa em conceder passaportes aos bispos que viajaram a Roma para visita “Ad Limina” ao Papa. Em busca da socialização compulsória do país e da paganização dos costumes, aprovou recentemente uma reforma do ensino, cujo objetivo final é a apropriação do Estado nas escolas particulares, especialmente as católicas. Diz-se que esta nova lei não será cumprida, estará havendo desobediência coletiva a ela. E a devoção a “Che Guevara”? O fato deu-se em 2007, e decorridos menos de dois anos depois, ninguém fala mais no assunto. Durou menos do que a de “Saint Napoleon” na França.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Igreja pretende mudar formação dos futuros sacerdotes

O Secretário da Congregação para a Educação Católica, Mons. Jean-Louis Bruguès, anunciou, em entrevista no "L'Osservatore Romano", que este dicastério poderá revelar um novo texto "breve, incisico e muito claro sobre a formação dos candidatos ao sacerdócio", o qual deveria sair à luz apenas em junho de 2010 quando findar o "Ano Sacerdotal". Nos próximos meses será convocada uma reunião da comissão interdicasterial permanente que se ocupa da formação dos seminaristas, onde o texto será apresentado.

Adiantou o purpurado que a boa formação dos seminaristas consiste naquilo que seja capaz de adaptar-se e evoluir de acordo com as mudanças da sociedade, para o qual faz falta generosidade para acolher as novas gerações e também o discernimento. Trata-se de "discernir neles (nos jovens) o que devemos alentar e o que devemos corrigir. Tenho notado que uma boa parte dos jovens que se apresentam às casas de formação em países como Itália, Espanha, França, Alemanha e Estados Unidos, têm uma boa formação profissional, baseada em uma boa formação universitária, mas ao mesmo tempo carecem de uma cultura geral e, sobretudo, lhes falta uma cultura cristã". Falou também sobre a importância do auxílio psicológico em alguns casos dos candidatos ao sacerdócio.

Como atrair multidões como esta? São os devotos de Maria...

Fé em Nossa Senhora levou cerca de um milhão de pessoas a percorrerem oito quilômetros em procissão

(Vemos acima uma vista aérea da "Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção", antigo forte onde ficava a ermida da Padroeira do Ceará, e onde hoje funciona um quartel militar).

O jornal "Diário do Nordeste", de Fortaleza, estampou a notícia abaixo:

Aproximadamente um milhão de pessoas, conforme a organização do evento, lotaram a Avenida Leste-Oeste, na tarde do último sábado, durante a VII Caminhada com Maria, organizada pela Arquidiocese de Fortaleza. Com o tema “Fidelidade de Cristo, fidelidade de Maria”, a multidão de fiéis refletiu sobre os mistérios do Rosário e cantou louvores durante todo o percurso, de oito quilômetros, compreendidos entre a Ponte do Rio Ceará, na Barra do Ceará, e a Catedral Metropolitana de Fortaleza, no Centro.

Ao meio-dia teve missa no Santuário de Nossa Senhora de Assunção, seguida de procissão até a Ponte do Rio Ceará, de onde o cortejo saiu, pontualmente, às 16 horas, culminando com a coroação da imagem da padroeira de Fortaleza, no pátio da Catedral.

Nessa edição da caminhada, a população contou com oito pontos de apoio, no Santuário de Nossa Senhora da Assunção, Ponte do Rio Ceará e mais quatro na Avenida Leste-Oeste - na esquina com a Rua Francisco Calaça; no cruzamento com a Avenida Pasteur; esquina com a Rua Francisco Cordeiro; e cruzamento com a Rua Jacinto Matos, na altura da Praça Marcílio Dias - e na Praça da Sé. Em cada um desses pontos, trio elétrico com louvores animados e ainda a assistência de integrantes da Cruz Vermelha, para prestar primeiros socorros e banheiros químicos.

Momento importante de reflexão e veneração àquela que é considerada pelos católicos a mãe da Igreja, a Caminhada contou com a presença do arcebispo de Fortaleza dom José Antônio Aparecido Tosi, do bispo auxiliar dom José Luís, do bispo emérito dom Edmilson da Cruz e de mais de 100 padres e seminaristas. “Essa caminhada é uma manifestação de fé naquela que nos ensina como devemos proceder nessa vida, e que nos deu exemplo de dignidade e de compromisso”, disse o arcebispo.

Nos relatos daqueles que caminharam pelo longo percurso, muitos milagres e graças alcançadas. A dona-de-casa Virgínia Cavalcante levou o filho de dois anos, João Pedro, nos braços, durante todo o percurso. Ela pagava uma promessa feita a Nossa Senhora de Assunção. “Eu prometi que viria com ele, se melhorasse de saúde e graças a Deus, nunca mais ficou internado”, relatou. De acordo com a dona-de-casa, a criança nasceu com um problema cardíaco e desenvolveu asma, o que demandava muitas idas aos hospitais.

O auxiliar de serviços gerais Antônio Carlos Torres de Lima também estava na Caminhada agradecendo pelas bênçãos recebidas. Depois de começar a participar da Renovação Carismática, ele deixou de fumar e de beber: “Hoje, eu só vivo para minha família. Sou outra pessoa”. Ele levou os filhos, Alexsandra e João Vítor, para pedir a cura da esposa, que tem osteoporose e não pôde ir.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Papa concede honraria a Monsenhor João Clá


Os Arautos do Evangelho, através de sua agência noticiosa, está divulgando a notícia abaixo. O fato constitui para nós, católicos brasileiros, motivo de grande contentamento, especialmente por saber que o Vaticano está reconhecendo e premiando o excelente trabalho realizado pelo fundador dos Arautos.
São Paulo (Sábado, 15-08-2009, Gaudium Press) A medalha "Pro Ecclesia et Pontifice, uma das mais altas honrarias concedidas pelo Papa àqueles que se distinguiram por sua atuação em favor da Igreja e do Romano Pontífice, foi entregue pelo Emmo. Cardeal D. Franc Rodé a Mons. João Scognamiglio Clá Dias, numa solene celebração Eucarística, no dia 15 de agosto, na igreja de Nossa Senhora do Rosário, do seminário dos Arautos do Evangelho, localizada na Grande São Paulo.
Mons. João S. Clá Dias é fundador dos Arautos do Evangelho e de duas Sociedades de Vida Apostólica, uma clerical e outra feminina, Virgo Flos Carmeli e Regina Virginum, respectivamente.
No ato de entrega da medalha, por ocasião do 70º aniversário de Mons. João Clá, o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica destacou os méritos do homenageado, recordando as palavras de São Bernardo de Claraval: "No momento de vos entregar a condecoração com a qual o Santo Padre quis premiar vossos méritos, vêm-me à mente as palavras de São Bernardo, no início de seu tratado De laude novae militiae: "Faz algum tempo que se difunde a notícia de que um novo gênero de cavalaria apareceu no mundo " . Estas palavras podem ser aplicadas ao momento presente. Com efeito, uma nova cavalaria nasceu, graças a Vossa Excelência, não secular, mas religiosa, com um novo ideal de santidade e um heróico empenho pela Igreja.
"Neste empreendimento, nascido em vosso nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular dada à Igreja, um ato da Divina Providência em vista das necessidades do mundo de hoje."
Ao agradecer a prestigiosa condecoração com que o Santo Padre o quis agraciar, Mons. João S. Clá Dias ressaltou o brilhante papel do Cardeal D. Franc Rodé na direção do dicastério romano que lhe está confiado e as preciosas orientações que levaram à aprovação pontifícia das duas Sociedades de Vida apostólica: Regina Virginum e Virgo Flos Carmeli. Mas, sobretudo, quis expressar os sentimentos de filial adesão ao Santo Padre que palpitam no coração de todos os membros do movimento dos Arautos do Evangelho, fazendo suas as palavras de um insigne líder católico brasileiro do século XX, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: "Tudo quanto na Igreja há de santidade, de autoridade, de virtude sobrenatural, tudo isto, mas absolutamente tudo sem exceção, nem condição, nem restrição, está subordinado, condicionado, dependente da união à Cátedra de São Pedro. (...)"Por isto, é sinal de condição de vigor espiritual, uma extrema susceptibilidade, uma vibratilidade delicadíssima e vivaz dos fiéis por tudo quanto diga respeito à segurança, glória e tranqüilidade do Romano Pontífice. Depois do amor a Deus, é este o mais alto dos amores que a Religião nos ensina. Um e outro amor se confundem até.(...) E nós podemos dizer: "para nós, entre o Papa e Jesus Cristo não há diferença". Tudo o que diga respeito ao Papa diz respeito, direta, íntima, indissoluvelmente, a Jesus Cristo".
No dia anterior, 14 de agosto, o ilustre visitante inaugurou com um celebração eucarística a igreja de Nossa Senhora do Carmo, localizada na Casa- Mãe da Sociedade de Vida Apostólica feminina Regina Virginum.

Destaque da Zenit

Eis como a Zenit noticiou o fato:

Fundador dos Arautos do Evangelho recebe condecoração do Papa

A Monsenhor João Scognamiglio Clá Dias a “Pro Ecclesia et Pontifice”

SÃO PAULO, segunda-feira, 17 de agosto de 2009 (ZENIT.org).- Durante a Eucaristia na festa de Nossa Senhora da Assunção celebrada na Igreja Nossa Senhora do Rosário, em São Paulo, o cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, entregou, a 15 de agosto, em nome do Papa Bento XVI, a Cruz “Pro Ecclesia et Pontifice”, a Monsenhor Joao Scognamiglio Clá Dias, fundador e presidente geral dos Arautos do Evangelho.

Ao fazer a entrega da condecoração, o cardeal Rodé apresentou os objetivos desta recente associação internacional de fiéis de Direito Pontifício inspirada em “um novo ideal de santidade e um heróico empenho pela Igreja”.

“Nesta iniciativa nascida em seu nobre coração, não podemos deixar de ver uma graça particular concedida à Igreja, um ato da Divina Providência, ante as necessidades do mundo de hoje”, reconheceu o cardeal esloveno dirigindo-se ao fundador.

Segundo o purpurado, o ideal que monsenhor João Scognamiglio propõe “é o de seguir Cristo no grande movimento dos Arautos do Evangelho, com radicalismo evangélico, combatendo sem trégua, como diz São Bernardo, uma dupla batalha, seja contra a carne e o sangue, seja contra os espíritos malignos do mundo invisível”.

Por sua parte, Monsenhor João Scognamiglio Clá, ao dirigir-se ao cardeal Rodé, agradeceu a Bento XVI por esta condecoração.

A condecoração “Pro Ecclesia et Pontifice” foi instituída pelo Papa Leão XIII, em 1888, para distinguir sacerdotes ou leigos por suas qualidades, virtudes ou méritos, especialmente por seu amor à Santa Igreja e ao Romano Pontífice.

Os Arautos do Evangelho foram reconhecidos como associação internacional de fiéis de Direito Pontifício erigida pela Santa Sé em 22 de fevereiro de 2001.

Formada em sua maioria por jovens (consagrados no celibato ou “cooperadores”), a associação atualmente se faz presente em 57 países.

sábado, 15 de agosto de 2009

Adoção de crianças por homossexuais favorece a pedofilia


Tornou-se já rotina em alguns países a notícia da pretensão de grupos ativistas de homossexuais para que seus "casais" delinquidos adotem crianças. Querem, a todo custo, comparar a união espúria destes depravados com a do casamento comum. Uma questão ainda não foi levantada: por que não se argumenta que uma criança convivendo com tais elementos vai sofrer. inevitavelmente, assédio de pedofilia? Quem garante que um casal de homossxuais não procurará dar largas a seus instintos depravados na criança? Ou será que o crime de pedofilia só é cometido pelos tarados sexuais chamados de heterossexuais? Em todo caso, é muito oportuno o tipo de reação como a que fez o arcebispo de Montevideu, protestando contra uma lei da espécie que tentam aprovar no Uruguai. Usou o nosso argumento, o da Igreja a qual pertence, mas seria oportuno acrescentar mais este acima.

MONTEVIDÉU, 14 Ago. 09 / 02:10 pm (ACI).- Mediante um enérgico comunicado, Dom Nicolás Cotugno, Arcebispo de Montevidéu e Presidente da Comissão para a Família da Conferência Episcopal do Uruguai (CEU), advertiu a aprovação de uma lei que permitiria que casais homossexuais adotassem meninos pode ter graves conseqüências para a sociedade, e especialmente para os menores.

"O tema da adoção de crianças por parte de uniões homossexuais não é um tema de religião, de filosofia ou de sociologia. É algo que refere essencialmente ao respeito da mesma natureza humana", diz o Prelado no comunicado; e adiciona que "aceitar a adoção de meninos por casais homossexuais é ir contra a mesma natureza humana, e conseguintemente é ir contra os direitos fundamentais do ser humano enquanto pessoa".

No documento, o Bispo recorda a doutrina da Igreja, expressada pela Congregação para a Doutrina da Fé no ano 2003, onde se recorda que "reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equiparar-las ao matrimônio, significaria não somente aprovar um comportamento desviado e convertê-lo em um modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que pertencem ao patrimônio comum da humanidade".

Dom Cotugno recorda ademais que "não se respeita o interesse superior da criança quando o que se prioriza é o interesse dos que adotam, pois nestes casos se ‘instrumentaliza’ ou ‘coisifica’ a criança em função do desejo ou o querer de outros e não se atende realmente o que este necessita".

"Em definitiva –adiciona–, as crianças não podem ser utilizadas como instrumento para a reivindicação de direitos de umas pessoas, de um grupo; nem a adoção é uma instituição que possa reger-se por critérios de conveniência política. Além disso, elas realmente são discriminadas causando nelas sérios danos, já que poderiam ter sido adotadas por pais naturais".

O Arcebispo propõe "nos preocupar com uma lei de adoção que agilize os trâmites de adoção por pais naturais", já que existem "muitos casais naturais que estariam em condições de adotar e é por este lado, entre outros, por onde deve e pode vir a solução. Os meninos não necessitam só alimento e carinho, mas sim e especialmente, formação e projeção como pessoas em uma família natural".

"Quem livremente optou por uma vida de relação homossexual –recorda ademais o comunicado– assumiram um estilo de vida alheio à procriação e à possibilidade de serem pais. Quem despreza a causa não pode pretender o efeito natural da mesma. Não obstante, aceitar a adoção de crianças por casais homossexuais, daria àqueles que decidiram, por seu estilo de vida, a não serem pais o direito de sê-lo, priorizando assim seus interesses antes que os das crianças. E isto não é plausível desde nenhum ponto de vista".

O Prelado esclarece que "este questionamento não está referido aos homossexuais como pessoas, que como tais merecem o máximo respeito".

"As crianças são as pessoas mais vulneráveis, são os mais pobres e necessitados de nossa sociedade, dignos de cuidados e amparos especiais. É dever da família humana e da mesma sociedade, defendê-los e promovê-los em sintonia com seus direitos fundamentais e em harmonia com as exigências próprias da natureza humana", conclui.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

O VERDADEIRO SENTIDO DAS PALAVRAS: Cultura e educação – uma visão moderna

(Na foto vemos Dr. Plínio entre colegas no dia de sua formatura)

Cultura, civilização e primitivismo

Quando se procura conceituar os termos “Cultura” e “Civilização”, hoje em dia, apesar de muitos debates sobre o tema, cai-se num emaranhado de afirmações díspares e com definições diluídas e pouco convincentes. A cultura pode ser vista como qualquer manifestação do conhecimento humano, e aí ela deveria ser escrita com “c’ minúsculo. Genericamente, cultura é conhecimento, é ciência, é saber, mas estes conceitos se expandem e completam-se num termo amplo denominado Cultura, com maiúscula, onde o conhecimento humano se desenvolve em todo o seu ser. Por sua vez a cultura, qualquer que seja ela, deve tender a crescer, conseqüência lógica da constante busca do saber que é inato na natureza humana, e crescendo ela vai um dia juntar-se a outras culturas e formar um todo harmônico e lógico. Eis porque o progresso científico e tecnológico completa o desenvolvimento cultural, no bom sentido, promovendo a verdadeira Civilização.

Neste aprimoramento cultural, dentre as ciências que mais o homem necessita para seu convívio destaca-se o conhecimento jurídico, o resultado da aplicação dos conceitos de direitos e deveres na sociedade. Disto depende, em larga medida, uma pacífica convivência social. É no conhecimento e respeito que o homem tem ao direito de propriedade, por exemplo, que ele aprende e vive o verdadeiro senso de justiça, que é a noção do “meu” e do “teu” e seus limites.

As sociedades primitivas não possuem a plenitude da Cultura e da Civilização

Existiu uma civilização grega? Romana? Egípcia? Evidente; mas estas civilizações não chegaram a atingir a sua plenitude. De modo geral aprimoraram certas ciências menores, e algumas poucas maiores, como a filosofia, assim bem como algumas artes como a arquitetura e a música. Mas muito pouco, pois logo estagnaram. Somente na medida em que começaram a desenvolver certas ciências é que se aproximaram um pouco da Cultura em toda a sua plenitude. Mas nunca chegaram a desenvolver todos os conhecimentos culturais ao mesmo tempo e atingir a perfeição social possível requerida.

Por que? Porque a Civilização pode ser entendida como o estágio de progresso de um povo, representado pela vida social, artes e conhecimentos científicos. Neste sentido não se pode dizer que determinado povo chegou a constituir uma Civilização se ele desenvolveu apenas alguns setores de sua alma, mas quando tendesse a atingir o ponto máximo da cultura e desenvolvimento social em todas as atividades humanas, desde as mais simples até as mais complexas artes e ciências. Tal estágio só foi alcançado pela Europa Medieval quando nela se desenvolveu a Civilização Cristã. Desabrocharam-se na alma humana conhecimentos nunca antes imaginados e retomaram-se aqueles que algumas sociedades antigas tinham abandonado na estagnação.

Foi na Idade Média que mais se desenvolveu o relacionamento social harmônico (embora em meio a conturbações decorrentes da antiga barbárie e ainda não inteiramente superada pela recente conversão ao Cristianismo), fruto da Doutrina Social Católica aplicada a todo corpo social. Desenvolveram-se ao máximo todas as ciências maiores, como a filosofia, a teologia (antes quase inexistente), a metafísica e a própria antropologia, as artes de um modo geral, como a arquitetura, a música, a pintura, etc. Desenvolveram-se também uma infinidade de ciências menores, como a matemática, a gramática, a geografia, etc. Tendo como fundo de quadro uma literatura vasta e rica, o medieval foi o único povo (ou povos) que conheceu e viveu uma verdadeira Civilização. Diz-se geralmente que o europeu medieval formou como que um povo, tal era a unidade que havia no continente. E isto pelo fato de haver um laço comum entre todas aquelas gentes que, com suas línguas e costumes diferentes, obtiveram uma unidade: este laço era a Religião Católica que os unia.

Que dizer, então, dos povos antigos? É verdade que, na medida em que respeitaram a lei natural, as manifestações do homem na Antiguidade anterior a Cristo podem ser entendidas como expressões da cultura e de uma civilização, mas incompletas e cheias de erros. Desde a antiga Babilônia ao Império Romano, passando pelo mundo grego, aqueles povos fizeram ressurgir algo de civilização, mas em muitas coisas incipientes. Um exemplo é o senso de propriedade privada ou mesmo os conceitos de direito que se firmaram apenas com o surgimento da Civilização Cristã.

Pode-se dizer o mesmo de algumas sociedades primitivas, tipo tribal, que tenham de algum modo respeitado as leis naturais. A propriedade coletiva entre os índios é um exemplo. Posto, porém, que a tendência do homem pagão para o desregramento das paixões é mais forte, a lei é facilmente desrespeitada e o mais comum é o estabelecimento de costumes bárbaros e desumanos, geralmente inspirados e insuflados pelos feiticeiros. Pois para dominar os impulsos das paixões descontroladas é necessário mais do que conhecimento e força de vontade: é imprescindível a educação da consciência religiosa para tornar o homem dócil às graças divinas. E sem a graça de Deus o pagão tende por força de suas más inclinações para a crença em ritos fetichistas, cultos demoníacos, antropofagia, e uma infinidade de baixezas. Os costumes são depravados com vícios baixos e animalescos, até chegar ao uso de drogas alucinógenas. A brutalidade de seus instintos descontrolados impele-os facilmente para a crueldade, a vingança, a inveja, levando-os a cometer banalmente os crimes mais hediondos.

Não é deixando-se levar pela natureza que se conhece o verdadeiro estado de direito. Deus deixou ao homem a “lei natural”, por onde ele pode medir o seu comportamento e fazer o bem e evitar o mal. Mas isto não é suficiente para formar elementares conceitos de justiça e equidade, de molde a favorecer a concórdia de um bom convívio social. Resultado: a convivência, por não ser guiada pela consciência religiosa da retidão de alma, facilmente propende para as guerras. Como a paz social é ponto máximo a que se deve almejar uma verdadeira Civilização, já de per si um costume próprio a ela (a guerra, principalmente se for injusta ou por motivo fútil) não faz com que a vida primitiva se constitua uma civilização autêntica. Do mesmo modo não há verdadeira Cultura.

A Civilização e nossos sentidos

Para conhecer e amar a Deus, que encheu a Natureza de seus vestígios para que pudéssemos conhecê-LO e um coração humano propenso à bondade para amá-Lo, dispôs Ele no homem cinco sentidos. Mas tais sentidos não devem se limitar às suas funções primárias. Desta forma, a boca não se destina apenas a falar e deglutir, mas também para apetecer alimentos mais condimentados, para apurar mais o gosto, e usar as cordas vocais para entoar cânticos, louvores, recitar coisas artisticamente elaboradas pela inteligência. E assim são todos os outros sentidos, cada qual podendo ser usado pelo homem para algo mais sublime do que as suas simples funções primárias. A visão para apreciar obras de arte, a audição para ouvir cantos e músicas que causem enlevo, o olfato para cheirar perfumes e aromas agradáveis, etc.

Qual a causa disto? É que o homem deve procurar os vestígios de Deus nas coisas criadas que estão ao seu redor, mas sempre buscando-O de uma forma mais perfeita, pois o homem não é só imagem mas semelhança de Deus. Assim, o gosto das comidas não deve se resumir só em mastigar e engolir os alimentos; a fala não deve se resumir na comunicação vocal entre os homens, etc.

O homem civilizado e cristão, ademais, é dotado de um dom, sobrenatural, com que ele se utiliza destes sentidos de uma forma moderada, comedida e sapiencial, e com isto busca também a Deus em coisas mais superiores que são as do espírito. O homem primitivo, pelo contrário, não apetece algo mais sublime do que empanturrar a barriga, músicas mais suaves do que folhas ou paus roçando uns nos outros e o rufar abafado dos rústicos tambores. E a arte? Nada há de mais rude e grotesco do que os penduricalhos nas orelhas, rasgando-as, dilacerando-as, ou então as tatuagens que deformam o corpo humano, sendo este mais do que vestígio pois é a própria imagem e semelhança de Deus.

O que é Cultura; o que é Civilização

A Civilização por excelência é a Católica; a Cultura por excelência também é a Católica. Portanto, somente sendo católicos teremos verdadeira cultura e verdadeira civilização. Não há melhor definição para Cultura e Civilização do que a encontrada na obra “Revolução e Contra-Revolução”, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira:

...o elemento fundamental da cultura católica é a visão do universo elaborada segundo a doutrina da Igreja. Essa cultura compreende não só a instrução, isto é, a posse dos dados informativos necessários para uma tal elaboração, senão também uma análise e uma coordenação desses dados conforme a doutrina católica. Ela não se circunscreve ao campo teológico, ou filosófico, ou científico, senão que abarca todo o saber humano, se reflete na arte e implica a afirmação de valores que impregnam todos os aspectos da existência”.1

Só se é verdadeira Cultura por causa de tais princípios, o que destoa das culturas (com “c” minúsculo) pagãs, da Antiguidade ou indígenas, que desenvolveram (quando o fizeram) apenas alguns aspectos do saber humano. Eis a definição principal:

Civilização católica é a estruturação de todas as relações humanas, de todas as instituições humanas, e do próprio Estado, segundo a doutrina da Igreja.

De todos estes dados é fácil inferir que a cultura e a civilização católica são a cultura por excelência e a civilização por excelência”.2

Como a Igreja tem por objetivo levar o homem a Deus, a verdadeira Civilização deve ser fruto da doutrina da Igreja, a qual somente desta forma conseguirá levar o homem ao seu fim último, que é a construção do Reino de Deus aqui na terra, reino não só espiritual mas também temporal. Pode-se também dizer que a Civilização deverá ser o amor de Deus posto em prática no convívio social. E assim, o egrégio pensador católico acima citado afirma em outra oportunidade:

Há nos desígnios da Providência uma relação íntima entre a vida terrena e a vida eterna. A vida terrena é o caminho, a vida eterna é o fim. O Reino de Cristo não é deste mundo, mas é neste mundo que está o caminho pelo qual chegaremos até ele.

Pode-se dizer que o Reino de Cristo se torna efetivo na terra, em seu sentido individual e social, quando os homens no íntimo de sua alma como em suas ações, e as sociedades em suas instituições, leis, costumes, manifestações culturais e artísticas, se conformam com a Lei de Cristo.

Se Jesus Cristo é o verdadeiro ideal de perfeição de todos os homens, uma sociedade que aplique todas as suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a civilização nascidas da Igreja de Cristo têm de ser forçosamente, não só a melhor civilização, mas a única verdadeira. Di-lo o Santo Pontífice Pio X: “Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há civilização moral senão com a verdadeira religião” (Carta ao Episcopado Francês, de 28.08.1910, sobre “Lê Sillon”). De onde decorre com evidência cristalina que não há verdadeira civilização senão como decorrência e fruto da verdadeira Religião...”3


Conceitos de educação

Para o homem moderno, educar resume-se em ensinar a ler e escrever ou formar doutores. Até mesmo filósofos tradicionais assim o entendem, e muitos a definem como o desenvolvimento do intelecto. Para outros trata-se simplesmente do processo de ensinar e aprender. Os objetivos da educação, porém, são bem mais amplos: a Igreja sempre primou pela educação moral em primeiro lugar, pois não adianta termos homens letrados, doutores nas ciências humanas, mas de má formação moral. De outro lado, a educação na escola deve primar em procurar desenvolver amplamente uma inclinação natural do homem, que é a sociabilidade. Este dom (o da sociabilidade) começa na família mas deve se ampliar, crescer no convívio escolar e daí ser exercido no convívio social. E não é o fato de saber ler e escrever que faz com que este dom se desenvolva, mas a prática em comum de outros atributos ou virtudds sociais. Esta convivência social faz supor que cada indivíduo ame interiormente as virtudes morais para poder praticá-las com as demais pessoas. A honestidade, por exemplo, é uma virtude praticada e largamente exercitada dentro da própria família para depois se exteriorizar no convívio social. E não é o fato de saber ler e escrever (e tornar-se bem informado) que fará com que cada um seja uma pessoa honesta. Estão aí os diversos exemplos de doutores, políticos formados e cultos, mas desonestos e não cumpridores de seus deveres.

Esta preferência moderna pela leitura (ou pelo desenvolvimento intelectual) pode ser contestada por outros sistemas educadionais, mais eficientes quanto à formação moral, religiosa e cultural. Na Idade Média, o ensino, por exemplo, era preponderantemente via oral. Nas primeiras universidades, o aluno freqüentava as aulas com audições públicas dos mestres durante quase todo o ano e ao final era exigido dele conhecimentos mais orais do que escritos nos testes de aprovação final. Embora não faltassem também os ensinamentos escritos, destinados aos que se tornariam Doutores e Mestres, mas estes serviam mais como complemento do ensino e para documentar a exatidão de algumas matérias, como, por exemplo, a matemática.

Mas onde está a verdadeira educação? A própria origem do termo (do latim “educatio”), fala em “ação de criar”, o que é um tanto vago, mas refere-se à criação familiar. Os dicionaristas modernos dão-lhe o seguinte significado: ação de desenvolver as faculdades psíquicas, intelectuais e morais do indivíduo. Assim, o desenvolvimento intelectual é apenas parte da educação, que deve sempre ser acompanhado do aperfeiçoamento psíquico e, principalmente, do moral.

Estas duas formas de conceito entram em choque, principalmente no mundo atual, quando são profusas as críticas infundadas à educação do passado, como esta da Profa. Arilda Ines Miranda Ribeiro, da Unicamp, citando a obra “Os Donos do Poder”, do jurista Raymundo Faoro, e referindo-se à educação feminina no Brasil dos tempos coloniais. Diz ela

Como falar em educação feminina nessas condições tão desiguais? A qual educação estamos nos referindo? Bem, vamos por parte. Em primeiro lugar é necessário mencionar que o letramento, a instrução e a cultura quase inexistiram nesse período para a maioria dos habitantes da colônia. Educar era um ato pedagógico coercitivo, baseado na ação bruta da obediência severa. Em linhas gerais podemos afirmar que durante esses primeiros trezentos longos anos de formação da vida em sociedade no Brasil as mulheres, assim como outros segmentos sociais, estiveram a serviço da manutenção dos interesses de padres e portugueses, calcados na afirmativa de que os “donos do poder" sempre mandaram.” 4

Os grifos são nossos. Como a Autora tem um falso conceito de Educação (“letramento, instrução e cultura”), conclui com uma afirmação vaga e sem comprovação: “educar era um ato pedagógico coercitivo...”. Ora, quem mais instruiu, mais ensinou a ler e escrever, mais aprimorou a cultura de nosso povo no passado foram os jesuítas, os quais, não descuravam, no entanto, de fazê-lo junto com boa formação social, religiosa e moral. Pois eles estavam formando não só pessoas letradas e instruídas, mas de caráter moral e de bons costumes. O que havia de coercitivo nisto? A Autora também erra redondamente quando se refere a “outros segmentos sociais” diferentes das mulheres. Ora, o sexo não revela segmento social, sendo este uma conseqüência da posição que cada pessoa ocupa na sociedade (seja homem ou mulher). A ser verdadeira a afirmação da Autora, só haveria dois segmentos sociais: homem e mulher?

A professora Arilda não expressa um pensamento isolado, trata-se de um conceito bastante comum no mundo de hoje. Criou-se até um ministério que se chama da “Educação e Cultura”, quando deveria chamar-se Ministério da Instrução e do Ensino, ou da Cultura Literária, etc. Ou poderia até chamar-se também de “educação”, desde que o entendimento da educação fosse mudado como uma ação integrada entre a escola e a família (onde ela se inicia) para o aperfeiçoamento intelectual, psíquico, social, moral e religioso do indivíduo. Mas, não é o que ocorre: na visão da sociedade moderna, a educação é obrigação primordial do Estado (e com ele suas escolas), onde não é permitida qualquer orientação moral ou religiosa aos seus súditos. Temos aí, então, não só uma educação incompleta mas totalmente falseada e desviada de seu verdadeiro objetivo.

Mais adiante, corroborando o falso pressuposto de que Cultura é saber ler, disserta a Autora sobre quem ela afirma ter sido a primeira mulher culta do Brasil:

Como afirma SCHUMAHER (2000), Madalena Caramuru representa uma notória exceção ao padrão vigente na antiga sociedade colonial, em que as mulheres eram mantidas alijadas dos bens culturais. Essa indígena representou, através da escrita, no início da colonização e durante muito tempo, a resistência e o incorformismo as representações sociais da antiga sociedade colonial, em que as mulheres eram mantidas alijadas da escrita, e consequentemente dos bens culturais.Se outras indígenas pudessem ter tido oportunidade de escrever sobre a brutalidade dos homens que as acometia no cotidiano, certamente esses registros mudariam o curso da História do Brasil”. (*)

Um pensamento apriorístico como este, de que se manter analfabeto é ficar alijado dos bens culturais, reduz a cultura exclusivamente ao mundo das letras. No entanto, faz parte também da cultura a arte, a pintura, a música, a arquitetura, a etiqueta social, o artesanato e tantas outras manifestações do espírito humano. Além do mais, qualquer mulher, seja indígena ou não, poderia reclamar de viva voz contra os abusos cometidos contra ela sem que houvesse necessidade de fazer uma carta, como, aliás, ocorre hoje em dia: as queixas das mulheres são feitas de viva voz nas delegacias especializadas sem que seja necessário saber ler ou escrever.


1 “Revolução e Contra-Revolução” – Plínio Corrêa de Oliveira - Edições “Diários das Leis”, novembro de 1992, págs. 107/108

2 op. cit. pág. 108

3 Artigo “A Cruzada do Século XX”, de Plínio Corrêa de Oliveira, “Catolicismo”, janeiro de 1951.
4 MULHERES E EDUCAÇÃO NO BRASIL-COLÔNIA: HISTÓRIAS ENTRECRUZADAS

(*) - Estudo disponível no site www.histedbr.fae.unicamp.br Pertencente ao Grupo de Estudos e Pesquisas “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL”, da Faculdade de Educação da UNICAMP..

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