Como surgiu a moda, a moderna moda, tão decantada aos quatro ventos por certos setores do "jet set" e da "sociality" moderna? Sabe-se hoje, através de pesquisas históricas, que a moda teve início exatamente no mesmo período em que começou a decadência da Idade Média e surgiu o Renascimento.
É bem verdade que
sempre houve épocas em que as novidades eram recebidas com sofreguidão pelas
pessoas, mas não da forma como a moda se impôs e estabeleceu o seu império no
mundo. Tanto nos homens quanto nas mulheres, a busca por ideias novas que
causassem sensação, própria do Renascimento, redundou também na moda do vestir.
Como sempre, as mulheres foram sempre as mais ávidas pela moda.
No século XIII,
quando o Papa Gregório X sentia necessidade de advertir os católicos sobre os
perigos das vestimentas inconvenientes, principalmente para o sexo feminino,
falava-se em corpetes apertados e um pouco decotados. Mas no século
seguinte, mais ou menos, deu-se início ao que os historiadores modernos chamam
de moda. Principalmente as mulheres das classes sociais mais altas,
usavam uma peça chamada "gipon" em francês, uma espécie de gibão
acolchoado na frente para realçar os seios, mas tão curto que os moralistas o
denunciaram como indecente. Para realçar a sensualidade, embora de forma tímida
ainda, tal gibão era bem apertado, mostrando a silhueta do corpo, abotoado na
frente e com um cinto sobre os quadris.
A partir do século
XIV era elegante usar as vestes sem lados, aberto nas laterais. Na frente
havia uma espécie de corpete, chamado "plackard", como se fosse um
espartilho bem apertado. Posteriormente, se inovou ousadamente com um decote
sensual e erótico para aqueles tempos.
Numa infindável
sucessão de tempos, de lugares, de pessoas, se passou a querer copiar, como era
natural, tudo o que as damas da alta sociedade faziam. E a moda se
expandia com todos os ventos favoráveis, inclusive com aspectos deploráveis.
Quando chegamos ao século século XVI, surgiu na França um penteado chamado
"rattependale", uma moda ditada pelos renascentistas, que era o corte
de cabelo indígena das Américas, uma novidade em toda a Europa.
Ao contrário do que
se possa imaginar, a moda dos cosméticos não surgiu logo após a Idade Média.
Foi no século XVIII que tal costume se popularizou, chegando a certos exageros,
principalmente na França e na Inglaterra. A tal ponto que o Parlamento
Britânico, em 1770, aprovou uma lei proibindo o uso de tintas e cremes nos
rostos. Até mesmo os casamentos estariam passíveis de serem anulados, se por
acaso um dos noivos tivesse usado de cosméticos para iludir o outro.
Nessa época, o
exotismo já domina a moda na Europa. Os colonizadores de outros povos trazem
para a França e a Inglaterra vários objetos e roupas orientais, o vestuário
chinês, e até o turco, é aceito como a última palavra da moda. Surgem as
“chinoiseries”, depois as “turqueries”, aspectos lembrados nas cançonetas que
se ouviam em Paris, como uma em que é celebrizada a elegância do embaixador
turco Zaida Effendi em 1741.
Hoje em dia a moda
serve de parâmetro para diversos desatinos sociais, sendo dirigida por
elementos desqualificados moralmente, mas, por causa do poder financeiro
conseguem impor suas regras, seus modelos, suas modas, especialmente na
vestimenta. E há moda para tudo, não somente para a vestimenta, mas para todos
os adornos e requintes que sirvam para realçar o corpo humano. Até mesmo a tão
decantada e moderna tatuagem é coisa muito antiga, originada entre os
aborígenes das Américas e de outros povos bárbaros, e na atualidade seguida
como a coisa mais moderna e atraente. Usam o corpo como se fosse um painel de
anúncios.
Destacamos a mulher
não somente como principal agente da moda, mas até mesmo como sua principal
vítima, pois o sexo frágil é facilmente manejado pelos que investem nesse
mercado. Por exemplo, inventaram uma moda de roupas rasgadas e de imediato
aceitaram-na, porque as pessoas só pensam em estar com o pensamento comum de
todos, com o que os outros fazem e usam. Maltrapilho agora é sinônimo de
elegância, distorcendo completamente a própria personalidade humana que procura
no trajar realçar suas qualidades elevadas e morais.
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