quarta-feira, 27 de março de 2024

O QUE DIZER DAS MÃOS

 



Foi com a mão que Deus

Traçando uma cruz do nada

Fendeu-o, e dele tirando o mundo

Deixou toda a Natureza criada


Por isso estamos nesta vida

Nas mãos de Deus Nosso Senhor

Pois foi de suas mãos Sagradas 

Que nasceu também o Redentor


Mãos que nos homens copiam

Tantas belezas que serão eternas

Mãos que, postas em Maria,

Fazem mil súplicas ternas 


Mãos, que nossos primeiros pais

Usaram pra comer o fruto proibido

E depois, com elas levantadas

Rogaram a Deus arrependidos


Pela primeira vez em Caim

As mãos assassinas se fizeram 

Sendo também primeiras em Abel

Que louvores a Deus deram


Com elas Deus perdoa os pecados

Traçando uma cruz no Confessionário

O padre, representante de Deus,

Livra-nos da culpa como seu emissário


São as mãos que alimentam

Mas são elas que também matam

Que curam, que sustentam,

Mas que ofendem, que desacatam 


Foi com suas mãos que Moisés 

Recebeu de Deus os Mandamentos

Mas também com elas os quebrou

Por causa de maus elementos


Tem mãos que logo chegam

Aos lábios pra serem osculadas,

Mas há outras que logo partem

Pra desferir rudes bofetadas 


Outras que juntas logo se erguem

Para implorar preces a Deus

Mas logo d'Ele se esquecem

E ferem os mandamentos seus


As mesmas que erguem o recém-nascido 

Que o amparam com bondade desvelada 

Serão aquelas que no fim da vida

Levarão seu corpo à última morada 



Duas mãos Sagradas superaram

Todas as outras em bondade

Foram as de Cristo, Nosso Senhor,

Pregadas na Cruz pela humanidade


Que crimes fizeram? Que desonra 

Pra merecer tamanho tormento:

Serem pregadas num rude madeiro 

Com angustiante sofrimento?


(Cordéis de autoria de Juraci Josino Cavalcante)













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