Foi com a mão que Deus
Traçando uma cruz do nada
Fendeu-o, e dele tirando o mundo
Deixou toda a Natureza criada
Por isso estamos nesta vida
Nas mãos de Deus Nosso Senhor
Pois foi de suas mãos Sagradas
Que nasceu também o Redentor
Mãos que nos homens copiam
Tantas belezas que serão eternas
Mãos que, postas em Maria,
Fazem mil súplicas ternas
Mãos, que nossos primeiros pais
Usaram pra comer o fruto proibido
E depois, com elas levantadas
Rogaram a Deus arrependidos
Pela primeira vez em Caim
As mãos assassinas se fizeram
Sendo também primeiras em Abel
Que louvores a Deus deram
Com elas Deus perdoa os pecados
Traçando uma cruz no Confessionário
O padre, representante de Deus,
Livra-nos da culpa como seu emissário
São as mãos que alimentam
Mas são elas que também matam
Que curam, que sustentam,
Mas que ofendem, que desacatam
Foi com suas mãos que Moisés
Recebeu de Deus os Mandamentos
Mas também com elas os quebrou
Por causa de maus elementos
Tem mãos que logo chegam
Aos lábios pra serem osculadas,
Mas há outras que logo partem
Pra desferir rudes bofetadas
Outras que juntas logo se erguem
Para implorar preces a Deus
Mas logo d'Ele se esquecem
E ferem os mandamentos seus
As mesmas que erguem o recém-nascido
Que o amparam com bondade desvelada
Serão aquelas que no fim da vida
Levarão seu corpo à última morada
Duas mãos Sagradas superaram
Todas as outras em bondade
Foram as de Cristo, Nosso Senhor,
Pregadas na Cruz pela humanidade
Que crimes fizeram? Que desonra
Pra merecer tamanho tormento:
Serem pregadas num rude madeiro
Com angustiante sofrimento?
(Cordéis de autoria de Juraci Josino Cavalcante)
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