A devoção à Nossa Senhora da Esperança surgiu na
Europa em plena Idade Média. O mais antigo santuário que se tem notícia é o da
cidade de Mezières, na França, construído no ano 930. Aos poucos a devoção foi
se espalhando pela Europa, chegando a Portugal por ocasião da época dos
Descobrimentos.
Era venerada em Belmonte, origem da família Cabral.
Segundo o cronista Frei Antonio Brandão, a linhagem dos Cabrais veio da Grécia,
passando por Castela e de lá para Portugal em priscas eras. Na região de
Belmonte, o nome dessa ilustre família está ligada estreitamente à devoção à
Nossa Senhora da Esperança. Deve-se a uma senhora da família, provavelmente
irmã de Gil Álvares Cabral, a construção da igreja dedicada a São Tiago, em
Belmonte, no altar da qual se venerava Nossa Senhora da Esperança. Sua festa é
celebrada no terceiro domingo de setembro.
Peregrinações e devoção no Brasil
A imagem de Cabral permanece em Belmonte, mas já
esteve algumas vezes no Brasil em peregrinação. Sua primeira visita ao Brasil
foi em 1955 por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional do Rio de
Janeiro. No sesquicentenário de nossa independência, em 1972, o governo
português ofereceu ao Brasil uma cópia da imagem, recebida em Salvador pelo
Cardeal Primaz e entronizada na paróquia do STIEP (bairro de Salvador), onde é
venerada.
No entanto, foi em 1996 que a imagem original fez a maior peregrinação pelo Brasil. Em 22 de maio daquele ano a imagem foi recebida pelas autoridades no Rio de Janeiro e de lá percorreu em peregrinação todas as capitais brasileiras. Em toda capital era recebida por prefeitos, governadores, autoridades religiosas e o povo em geral, demonstrando grande apreço de nossa gente por essa devoção. No dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, a imagem se despedia no Rio de Janeiro. Após ser colocada num barco onde se realizou um exorcismo por um sacerdote, a imagem desceu à terra num andor e foi recebida festivamente por cadetes do exército que a conduziram entre bandeiras dos estados brasileiros, de Portugal e de outros países, em meio à exuberante beleza natural da Baía de Guanabara. Abrindo a procissão foi rezado um terço pela multidão aglomerada para seguir a procissão. Logo após, a imagem ficou exposta na Câmara Municipal para veneração pública até o dia 11 de dezembro.
A devoção de Pedro Álvares Cabral
Quando Pedro
Álvares Cabral partiu em 1500 da praia do Restelo com destino à Terra de Santa
Cruz, trazia na nau capitânea uma imagem de Nossa Senhora da Esperança, que
seria a protetora de sua esquadra durante a viagem. Era uma pequena imagem
representando a Virgem Maria de pé, com o Menino Jesus sentado em seu braço
esquerdo e segurando, carinhosamente, com a mão direita, o pezinho d’Ele. O
Divino Infante alimenta uma pomba (símbolo do Espírito Santo) com alguns grãos,
pousada sobre o braço direito de Sua Mãe.
O fidalgo de
Belmonte, tornado então Capitão-Mor de uma esquadra que se dirigia às Índias em
missão oficial do Rei de Portugal, Dom Manuel “O Venturoso”, deveria enfrentar
“mares tormentosos” ao contornar o famoso “Cabo da Boa Esperança”,
anteriormente chamado “das Tormentas”. Segundo alguns, desviou demais o rumo de
sua viagem e sua esquadra veio avistar o Monte Pascoal no dia 22 de abril
daquele ano. Alguns dias depois, a 26 de abril, num Domingo de Páscoa, o
capitão tomava posse da nova terra desembarcando em Porto Seguro.
Os cronistas não o
dizem, mas é claro que Pedro Álvares Cabral levou para terra a piedosa imagem
de Nossa Senhora da Esperança. Assim, no Altar onde Frei Henrique de Coimbra
celebrou a primeira missa em solo brasileiro, havia não só a Santa Cruz, que
deu nome à nova terra, mas também a imagem de Nossa Senhora da Esperança. A
Virgem da Esperança, que amansou o “cabo das tormentas” e lhe trocou até o
nome, vinha agora com seu terno olhar amansar e abençoar a selvagem terra
recém-descoberta.
Alguns dias depois
seguiu Cabral a rota da Índia, agora com 11 navios, onde foi enfrentar, além do
Cabo da Boa Esperança, bárbaros reis mouros na esperança de lá também propagar
a Fé Católica. Em junho do ano seguinte começaram a chegar as seis embarcações
que restaram das 13 que partiram: dentre elas se destacava a nau capitânea,
relicário ambulante que continha intacta, soberana e vencedora a Virgem da Boa
Esperança.
Foi, pois, sob o olhar materno de Nossa Senhora da Boa Esperança que nasceu o Brasil.
NOSSA SENHORA, ESPERANÇA DOS CULPADOS
Nossa Senhora,
Esperança dos culpados: acho que seria uma invocação análoga à “Refugium
peccatorum” da Ladainha Lauretana e que tem muito significado. Porque, de fato,
para ter esperança em Nossa Senhora não precisa que a pessoa tenha feito alguma
coisa de bom.
É um erro
raciocinar da seguinte maneira: “eu tinha uma tal culpa, mas em mim havia tal
coisa boa e tomando em consideração tal outra coisa boa, Nossa Senhora teve
pena de mim e me atendeu”. Porque não é isso bem exatamente o que acontece.
Nossa Senhora é o
refúgio dos culpados, a esperança dos culpados, de todos os culpados, por pior
que seja, por mais miserável, ainda que nele nada haja que preste, Ela é a
esperança dos culpados.
A principal razão
pela qual Nossa Senhora nos socorre não é por causa de algo de bom que haja em
nós, mas devido ao bem que há n’Ela. É por causa disso que a Mãe de Deus tem
pena de nós e atende nossos pedidos. Porque Ela é boa e não porque encontrou em
nós um conjunto de coisas boas, maiores ou menores.
Então, se antes de
fazermos nossas orações, nos lembrássemos disso, encontraríamos muito mais
alento ao rezar. Exatamente o que desanima muito quando se vai rezar é a idéia
de que nossas orações não valem nada. A pessoa pensa: “afinal de contas, se eu
deito um olhar para dentro de mim e vejo quem sou, eu desanimo completamente.
Não adianta eu rezar...” Não é verdade! Se sou culpado, então o lugar próprio
para mim é (colocar-me aos pés de) Nossa Senhora, Esperança dos culpados.
(Plinio Corrêa de
Oliveira - Santo do Dia, 11 de setembro de 1969)
Paris estava
sitiada e as tropas já batiam em retirada. Em 17 de janeiro de 1871, o bispo de
Saint Brieuc, desesperado, fez um voto solene a Nossa Senhora da Esperança para
que salvasse sua pátria. Mais ou menos na mesma hora, em Pontmain, próximo às
linhas inimigas, o Sr. Barbedette, concluído seu trabalho no campo juntamente
com seus dois filhos, saiu um pouco para espairecer e ver como estava o tempo
lá fora. Surpreso, avistou sobre uma casa próxima, a poucos metros de
distância, uma jovem senhora resplandecente de luz e de incomparável beleza.
Trajava um vestido azul salpicado de brilhantes estrelas, usando sandálias
azuis com fivelas douradas. Sobre a cabeça ostentava um véu preto, e por cima
uma coroa de ouro mais alta na frente e diminuindo para trás. Um dos filhos, de
nome Eugênio, contemplava extasiado a aparição, quando viu uma vizinha sair de
sua casa. Chamou-a e mostrou a aparição, mas a mulher não a via. O irmão mais novo,
porém, de nome José, também passou a ver tudo e exclamando: “Como é linda! Como
é linda!”
A visão continuava,
mas para os três somente. Não só a vizinha, mas a própria mãe das crianças, e
até mesmo o vigário e uma professora chamados ao local, nada viam. Mas todos
pressentiam a presença do sobrenatural e logo compareceu ao logo uma multidão
de curiosos e devotos. Aos poucos a visão foi se transformando aos olhos das
crianças. Surgiu em volta da Senhora uma fita azul com quatro velas, duas na
altura dos ombros e duas dos joelhos. Em seguida outra fita comprida
desenrolou-se sob os pés da Virgem e uma pena invisível escreveu os seguintes
dizeres: “Mas, rezai, meus filhos, Deus vos atenderá dentro em breve. Meu filho
se deixa enternecer”. Viram depois nas mãos de Maria Santíssima um crucifixo
vermelho e uma estrela, que dando voltas em torno d’Ela acendeu as quatro
velas, parando sobre sua cabeça. Finalmente, por voltas das 8h e 45m da noite
um véu preto subiu pouco a pouco e escondeu a aparição.
Dez dias depois foi assinado a armistício e terminava a guerra. O bispo de Laval, após apurados exames, publicou a 2 de fevereiro do ano seguinte uma carta pastoral em que reconhecida como verdadeira a aparição e autorizava o culto à Virgem Maria sob a invocação de Nossa Senhora da Esperança de Pontmain. Festa litúrgica: 17 de janeiro
Nossa Senhora da Esperança da América
François Le Pelch,
da Virgínia, EUA, foi a Lourdes e, no retorno, obteve a graça de ver a cura de
seu pai que era tuberculoso. O próprio Le Pelcho havia obtido anteriormente uma
cura milagrosa. "Eu não conseguia parar de chorar como andava a treinar
para a pequena cidade de Lourdes, a alegria e a paz encheu meu ser." Em
agradecimento, resolveu esculpir uma imagem de Nossa Senhora. Estava ele
prestes a concluir sua escultura e não sabia que nome dar à Imagem. Rezando à
Virgem Maria com tal fim, sua esposa teve a impressão de ouvir o nome de Nossa
Senhora da Esperança da América. Ela tinha visto num livro a foto da imagem de
Nossa Senhora de Pontmain, semelhante á escultura de 52 cm que ele estava a
concluir. A 08 de dezembro de 1996, a imagem foi abençoada pelo Papa João Paulo
II. Outras 100 imagens fizeram peregrinações pela França.
No Líbano, na
localidade de Bechouat, há uma imagem de Nossa Senhora da Esperança que é cópia
da de Pontmain. Estão ocorrendo milagres na localidade, não somente com
católicos mas até com muçulmanos. Um deles ocorreu com Tony Sukkar, 37 anos,
oriundo de Nova York. Sukkar estava paralítico e, em visita aBechouat, ficou
completamente curado ao rezar perante a imagem de Nossa Senhora da Esperança
que lá se venera. Um outro milagre foi constatado com uma criança de dez anos,
Mohammed Al-Alwwad Naef Al-Hawadi, jordaniana de pais muçulmanos.
Orações a Nossa Senhora da Esperança
Ó Maria, minha Mãe,
eu me ajoelho diante de você com o coração pesado.
O peso de meus
pecados me oprime.
O conhecimento da
minha fraqueza me desanima.
Estou atormentado
por medos e tentações de toda espécie.
Mas eu sou tão apegado às coisas deste mundo que, ao invés de saudade para o Céu
Estou cheio de
pavor com a idéia de morte.
Ó Mãe de
misericórdia, tem piedade de mim na minha aflição.
Está todo-poderoso
com seu Divino Filho.
Ele pode recusar
qualquer pedido de seu Imaculado Coração.
Mostre-se uma
verdadeira mãe para mim, sendo meu advogado perante o seu trono.
O Refúgio dos pecadores e esperança dos desesperançados, a quem devo recorrer se não você?
Alcançai-me, então, ó Mãe da Esperança, a graça da verdadeira tristeza para os meus pecados, o dom da renúncia perfeita para o Santo de Deus, dai-me a coragem de assumir minha cruz e seguir Jesus.
Ao Sagrado
Coração de Jesus a graça especial que eu peço nesta novena.
(Faça o seu
pedido.)
Mas acima de tudo
orar I,
O querida Mãe, que através da sua poderosa intercessão mais meu coração pode ser preenchido com a Santa Esperança, para que, em hora mais escura da vida eu nunca pode deixar de confiar em Deus meu Salvador; mas andando no caminho de Seus mandamentos que eu possa merecer estar unidos com Ele, e com você nas alegrias eternas do céu. Amen.
Ó Maria, minha mãe, ajoelho-me diante de Vós, com o coração pesaroso. O fardo de meus pecados me oprime. O conhecimento da minha fraqueza me desencoraja. Sou perturbado por temores e tentações de toda espécie. Mas sou tão apegado às coisas deste mundo, que ao invés de ansiar pelo céu, fico cheio de angústia ao pensar na morte. Ó Mãe de misericórdia, tem piedade de mim em meu sofrimento! Sois todo-poderosa junto ao vosso Divino Filho. Não há pedido de vosso Imaculado Coração que Ele possa recusar. Mostra-vos Mãe verdadeira para comigo, intercedendo por mim diante de seu trono. Ó Refúgio dos pecadores, e Esperança dos desesperados a quem volver-me-ei senão a Vós? Obtende, pois para mim, Ó Mãe da Esperança, a graça de um verdadeiro arrependimento de meus pecados, o dom da perfeita resignação à Santa Vontade de Deus e a coragem para tomar minha cruz e seguir Jesus. Mas acima de tudo Vos peço, ó queridíssima Mãe; que por vossa poderosíssima intercessão, meu coração seja cheio de Santa esperança para que na hora mais negra da vida, eu nunca deixe de confiar em Deus, meu Salvador; mas andando no caminho de Seus mandamentos, possa merecer ser unido com Ele e convosco, nas eternas alegrias do Céu.
V. Maria, Nossa
Esperança, tenha piedade de nó
R. Esperança
dos desesperados, Rogai por nós.
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