Ana Néri - Chamava-se
Ana Justina Ferreira Néri e nasceu a 13 de dezembro de 1814 na cidade de
Cachoeira, Bahia, que na época tinha o nome de Vila de Nossa Senhora do Rosário
de Cachoeira. Quando irrompeu a guerra do Paraguai, em dezembro de 1864, Ana
morava
Sem esperar o deferimento de seu pedido, Ana embarcou junto com o
exército de voluntários 5 dias depois.
Demorou quase cinco anos com o exército, perdendo na guerra um filho e
um sobrinho. Sua participação foi tida como heróica, pois não temeu permanecer
no campo de batalha para socorrer solicitamente todos os feridos que a
procuravam no hospital de campanha.
No entanto, não foi Ana Néri a primeira mulher a partir para a guerra
como enfermeira, mas sim a paulista Felisbina Rosa.
Felisbina Rosa - Nascida em
Santos (SP), em 1830, quando eclodiu a guerra do Paraguai Felisbina era viúva e
tinha um filho. Um dos motivos de sua ida para a guerra foi também para estar
ao lado de seu filho, além de prestar socorro aos feridos
Felisbina não teve a mesma sorte de Ana Néri, pois morreu na guerra. Esteve
na frente de batalha da passagem do Paraná e na batalha de Tuiuti, onde socorria
os feridos com abnegação e carinho. Regressou a Corrientes acompanhando os
feridos
As órfãs da rainha - Junto com os governadores do Brasil, vieram algumas
órfãs que a rainha de Portugal mandou para o Brasil a partir de 1551. De modo
geral eram descendentes da pequena nobreza, cujos pais haviam morrido em
viagens ou
Ana de Paiva casou-se
com Salvador da Fonseca, futuro escrivão da Provedoria da Fazenda. Ficou viúva
e retornou depois para Portugal. Apolônia de Góis viveu na Bahia onde
casou-se com Damião Lopes Mesquita. Mécia Lobo de Mendonça, Joana Barbosa
Lobo e Marta de Souza Lobo eram três irmãs, filhas de um nobre que havia
morrido na conquista das Índias, o general Baltasar Lobo de Souza. Mécia
casou-se com Jerônimo Moniz Barreto com quem teve duas filhas; Joana casou-se com Rodrigo de Argolo; e Marta
casou-se com João Gonçalves Dormundo, fazendeiro de Ilhéus, com quem teve três
filhos, os quais adotaram a grafia inglesa do nome do pai Drummond, e não
Dormundo.
As demais, Catarina de Almeida, casou-se com Gaspar Barros
Magalhães com quem teve oito filhos; Catarina Fróis, filha de Mécia
Rodrigues e Simão Rodrigues de Fróis, casou-se com Francisco de Morais e teve
três filhas; Clemência Dória,
filha de Lorenzo d'Ória foi educada no Recolhimento Nossa Senhora da Ajuda,
educandário para órfãs nobres. Casou-se com Sebastião Ferreira, moço de câmara
do infante D. Fernando. Ficou viúva e realizou um segundo casamento, com Fernão
Vaz da Costa, cunhado de Tomé de Souza; Damiana de Góis, filha de Manuel
de Góis Macedo, morto no caminho das Índias, casou-se ela com João Fernandes
Coelho; Inês da Silva, casou-se com Cristóvão Brandão; Jerônima de
Góis, casou-se com João Velho Galvão; Maria Barbosa, casou-se no Rio
de Janeiro com Manuel Gonçalves; Maria de Reboredo, casou-se com
Antonio Lamego, homem de armas; e Violante
Eça, casou-se com.o fazendeiro João de Araújo de Souza, com quem teve seis
filhos.
D. Francisca de Sande, heróica e rica senhora de Salvador, tornou-se um
exemplo histórico de adnegação em favor do próximo. No século XVII irrompeu uma
terrível epidemia sobre a capital, dizimando milhares de vítimas. O escritor Rocha Pita destaca o papel
caridoso e heróico que teve aquela matrona:
“Vivia naquele tempo D. Francisca
de Sande, viúva poderosa, e matrona das principais da Bahia; e fazendo luzir a
sua piedade, e o seu cabedal na cura dos enfermos, abriu em sua casa um
hospital, mandando ir a ele os doentes que não
cabiam na Misericórdia, e recolhendo outros que voluntariamente
escolhiam o seu, onde lhes ministrava pelas suas mãos as medicinas receitadas
dos médicos, a quem pagava, e todos os medicamentos, despendendo considerável
soma em galinhas, frangões, camas, roupas e tudo o que podia ser preciso para a
saúde, cômodo e asseio dos enfermos, dos quais a maior parte escapava por força
do seu cuidado e da sua caridade; virtudes que mereceram o agradecimento do sereníssimo
senhor rei D. Pedro, expressado em uma honrosa carta que foi servido mandar-lhe
escrever”.[1]
Heroínas
da Guerra do Paraguai – Além de Ana Neri, algumas mulheres se destacaram na famosa Guerra do
Paraguai. Duque de Caxias, em carta ao Ministro da Guerra, informa que deu
passagem no Vapor Arinos, para a Corte, à Joana
Rita dos Impossíveis, mãe de dois soldados mortos em campanha e solicitava
outra passagem de volta para o Piauí, sua terra de origem. Os historiadores
citam, por exemplo, uma mulher chamada Florisbela,
intrépida soldada do 29⁰ Corpo de Voluntários, que tomava a carabina do
primeiro homem que caía e ocupava sua posição
na guerra, indo depois ajudar aos feridos no hospital. Sabe-se pouco
sobre essa Florisbela, certamente por tratar-se de mulher de costumes dissolutos,
sem família, mas tinha fama de ser audaciosa e abnegada no exercício de suas
funções. Quando a viam com os lábios enegrecidos de pólvora pelo fato de morder
o cartucho, os soldados se animavam e a chamavam de “anjo da vitória/’.
Uma figura que também merece destaque é uma chamada
“Maria Curupaiti’, cujo nome
verdadeiro era Maria Francisca da
Conceição. Pernambucana, da cidade de Flores, “casou-se” aos treze anos de
idade com um cabo de esquadra do Corpo de Pantaneiros do Exército, sendo uma
das mulheres admiradas pela tropa. Havia a proibição das mulheres acompanharem
seus maridos na guerra, mas ela cortou seus cabelos, vestiu o uniforme do
marido, arranjou um boné e insinuou-se no meio dos soldados por ocasião do
embarque. Entrou em luta e vendo cair um
soldado à sua frente, pega suas armas, cinturão e cartucheira, avançando junto
com a artilharia. Quando entraram na fortaleza inimiga luta até de baioneta,
derrubando vários soldados. Seu marido morre nos combates e ela lhe dá
sepultura. Somente após ser ferida e ter que ir ao hospital descobriram que era
uma mulher.
Em 1864, por ocasião do ataque paraguaio ao Forte
Coimbra, cerca de 70 mulheres, a maioria
delas esposas de militares, fabricaram milhares de balas de fuzil. Duas delas,
mulheres simples do povo, cognominadas de “Aninha
Gargalhada” e “Maria Fuzil”,
tiveram menções honrosas pelo fato de, na escuridão da noite, terem descido ao
rio para trazer água para os defensores do forte. Dentre outras, destaca-se também a jovem Jovita Feitosa (cearense), alistada
entre os Voluntários da Pátria, tendo cortado os cabelos e vestido farda, mas
foi logo descoberta. Sua fama lhe mereceu nome de rua em Fortaleza.
Nem todas estas mulheres levavam vida honesta,
muitas delas eram pessoas de vida dissoluta, como Madame Lynch, amasiada com
Solano López, e a famosa Anita Garibaldi, esta no tempo da guerra Farroupilha
quando tornou-se amante de um sapateiro, com apenas 14 anos de idade, e depois
com o bandoleiro famoso, Garibaldi
A protetora dos órfãos de Salvador, Bahia. Apesar da grande
dificuldade na pregação da doutrina católica, oriunda muitas vezes da crise
reinante nas próprias instituições religiosas, sempre se destacava entre o povo
uma pessoa na prática das virtudes cristãs. Foi o caso de Maria de Lima das Mercês, uma mulher negra de origem humilde,
nascida no ano de 1800, que dedicou toda a sua vida à proteção e educação das
crianças de rua da Capital da Bahia entre os anos de 1820 a 1864.
Com a ajuda do
Padre Francisco Gomes de Souza, Maria de Lima das Mercês dirigiu entre 1827 até
o ano de sua morte em 1864 o Colégio Sagrado Coração de Jesus, nas dependências
da Santa Casa de Misericórdia de Salvador, direcionado ao abrigo e educação das
crianças de rua da capital baiana.
Maria sabia ler e
escrever, e com a pouca instrução que tinha ensinava mais de 300 órfãos do
Colégio com o auxílio das irmãs vicentinas as diferentes artes de ofício para
que logo pudessem se sustentar. Em 1859 recebeu auxílio financeiro da
Imperatriz Dona Teresa Cristina durante sua Visita a Cidade de Salvador.
Era conhecida pelo
povo como a "Virtuosa Maria de Lima das Mercês" pois sacrificou sua
vida humilde pela caridade de quem era ainda mais miserável. Os informes não
dão conta se a mesma tinha sido escrava e conseguiu alforria ou se já nasceu
livre. Um periódico da época descreveu que: "Maria recebia innumeras
crianças, umas brancas como os jasmins, outras negras como a noite sem
estrellas, aquellas, a rir, a brincar despreoccupadas, olhar limpido como a sua
consciencia, ou languido pela febre, das urgentes necessidades, que conduzem a
mais das vezes a podridào do vicio e do vicio á cadeia e de la aos
prezidios"
Sua morte ocorreu
em 1864, e não há registro de qualquer memória sobre seu trabalho, revelando um
certo descuido que há em nosso país nessa matéria, deixando de reconhecer para
a História importantes vultos.
Em 1862 o Fotógrafo
Hermann Kummler fez o único registro conhecido de Dona Maria das Mercês,
fotografada com uma das crianças do seu abrigo. [2]
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