(COMENTÁRIOS DE DR. PLINIO CORRÊA DE OLIVEIRA SOBRE A SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA - 22)
A propósito da plenitude da graça em
Nossa Senhora, importa considerarmos,
ainda, o testemunho de São Luís Grignion de Montfort, acompanhado de sábias
ponderações do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira.
Assim se exprime aquele Santo: “Só Maria acho graça diante de
Deus (Lc 1, 30) sem auxílio de qualquer outra criatura. E todos, depois d’Ela,
que acharam graça diante de Deus, acharam-na por intermédio d’Ela e é só por
Ela que acharão graça os que ainda virão. Maria era cheia de graças quando o
Arcanjo Gabriel A saudou (Lc 1, 28) e a graça superabundou quando o Espírito
Santo A cobriu com sua sombra inefável” (Lc 1, 28) (“Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, Editora Vozes, Petrópoles, 1961,6ª. Edição,
págs. 46)
Ouçamos agora o comentário que deste
trecho nos faz o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
“O pensamento é muito ligado ao
admirável fato do crescimento da graça em Nossa Senhora.
Sempre cheia de graça, houve porém
determinado momento em que a Santíssima Virgem, pela sua perfeita fidelidade, e
por gratuita predileção de Deus para com Ela, adquiriu naquele instante a
plenitude de dons celestiais correspondente: o momento em que o Espírito Santo
A desposou, e n’Ela quis que Nosso Senhor Jesus Cristo fosse concebido.
São Luís Grignion, com a exatíssima e
ardorosa linguagem que o caracteriza, depois de falar em plenitude, indica que
houve um transbordamento de graças a partir do momento em que Nossa Senhora se
tornou Esposa do Espírito Santo e Mãe do Salvador.
Tudo leva a crer que a gestação de
Nosso Senhor Jesus Cristo, por ter sido perfeita, tenha durado nove meses
normais. Nesse período, Maria Santíssima trazia consigo, como num tabernáculo,
o Verbo Encarnado. Isso significava um processo interno de produção do corpo
d’Ele, a qual deveria corresponder, certamente, um processo de união de alma
como Filho que Ela estava gerando. Ela Lhe dava o corpo e Ele A revestia de
graças em proporções inimagináveis.
Depois disso, Ela deveria aproveitar,
com perfeitíssima fidelidade, os trinta anos de vida oculta de seu Divino
Filho. Cada minuto de presença de Nosso Senhor Jesus Cristo na Sagrada Família
representava imensa graça para Maria e São José, superiormente correspondida
pelos dois.
E a santificação de Nossa Senhora
continua até o momento em que, depois da Ascensão de Jesus Cristo, recebe o Espírito
Santo para distribuí-Lo a toda a Igreja (em Pentecostes sabemos que o Espírito
Santo desceu sobre Ela na forma de uma chama que, em seguida, se derramou sobre
todos os Apóstolos).
Enfim, no momento em que Lhe era como
que impossível crescer ainda em santidade, de tal maneira sua alma estava
repleta de celestiais dons, Nossa Senhora teve a sua “dormição”, como é chamada
sua morte, por uma linguagem teológica muito apropriada e muito poética”.
(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João
S. Clá Dias,pp. 50/52)
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