(COMENTÁRIOS DE DR. PLÍNIO SOBRE A VIRGEM MARIA SANTÍSSIMA)
“Nossa
Senhora Rainha é um
título que exprime o seguinte fato. Sendo Ela Mãe da Segunda Pessoa da
Santíssima Trindade e Esposa da Terceira Pessoa, Deus, para honrá-La, deu-Lhe o
império sobre o universo: todos os Anjos, todos os Santos, todos os homens
vivos, todas as almas do Purgatório, todos os réprobos no Inferno e todos os
demônios obedecem à Santíssima Virgem. De sorte que há uma mediação de poder, e
não apenas de graça, pela qual Deus executa todas as suas obras e realiza todas
as suas vontades por intermédio de sua Mãe.
Maria não apenas o canal por onde o
império de Deus passa, mas é também a Rainha que decide por uma vontade
própria, consoante os desígnios do Rei.
Nossa Senhora é uma obra-prima do que
poderíamos chamar a habilidade de Deus para ter misericórdia em relação aos
homens...”
Rainha
dos corações
Continua o Prof. Plínio Corrêa de
Oliveira:
“São Luís Grignion de Montfort faz
referência a essa linda invocação que é Nossa
Senhora Rainha dos Corações.
“Como coração entende-se, na linguagem
das Sagradas Escrituras, a mentalidade dos homens, sobretudo sua vontade e seus
desígnios.
“Nossa Senhora é Rainha dos corações
enquanto tendo um poder sobre a mente e a vontade dos homens. Este império,
Maria o exerce, não por uma imposição tirânica, mas pela ação da graça, em
virtude da qual Ela pode liberar os homens de seus defeitos e atraí-los, com
soberano agrado e particular doçura, para o bem que Ela lhes deseja.
“Esse poder de Nossa Senhora sobre as
almas nos revela quão admirável é a sua onipotência suplicante, que tudo obtém
da misericórdia divina. Tão augusto é este domínio sobre todos os corações, que
ele representa incomparavelmente mais do que ser Soberana de todos os mares, de
todas as vias terrestres, de todos os astros do céu, tal é o valor de uma alma,
ainda que seja a do último dos homens.
Cumpre notar, porém, que a vontade
(isto é, o coração) do homem moderno, com louváveis exceções, é dominada pela
Revolução. Aqueles, portanto, que querem escapar desse jugo, devem se unir ao
Coração por excelência contra-revolucionário, ao Coração de mera criatura no
qual, abaixo do Sagrado Coração de Jesus, reside a Contra-Revolução: ao
Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.
“Façamos, então, a Nossa Senhora este
pedido:
“Minha
Mãe, sois Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas que
queiram abrir-se a Vós. Suplico-Vos, pois: sede Soberana de minha alma; quebrai
os rochedos interiores de meu espírito e as resistências abjetas do fundo de
meu coração. Dissolvei, por um ato de vosso, minhas paixões desordenadas,
minhas volições péssimas, e o resíduo dos meus pecados passados que em mim
possam ter ficado. Limpai-me, ó minha Mãe, a fim de que eu seja inteiramente
vosso”
(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João
S. Clá Dias, pág. 45)
Rainha
que vencerá a Revolução
A realeza de Nossa Senhora, fato
incontestável em todas as épocas da Igreja, veio sendo explicitada cada vez
mais a partir de São Luís Grignion de Montfort, até aquele 13 de julho de 1917,
quando Maria anunciou em Fátima: “Por
fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. É uma vitória conquistada pela
Virgem, é o seu calcanhar que outra vez esmagará a cabeça da serpente, quebrará
o domínio do demônio e Ela, como triunfadora, implantará seu Reino.
Portanto, devemos confiar em que Maria já determinou atender as súplicas
de seus filhos contra-revolucionários, e que Ela, Soberana do universo, pode
fazer a Contra-Revolução conquistar, num relance, incontável número de
almas. Nossa Senhora Rainha poderá
expulsar desta Terra os revolucionários impenitentes, que não querem atender ao
seu apelo, de maneira que um dia Ela possa dizer: Por fim – segundo a promessa de Fátima – o meu Coração Imaculado triunfou!”.
(op. cit. pág. 46)
Rainha
da Prudência e do Conselho
No Cantus Mariales se diz da Virgem
Santíssima que Ela é a Rainha da prudência e do conselho.
Nossa Senhora estando presente entre
os Apóstolos, após a Ascensão de seu Divino Filho, é impossível que estes não A
tenham consultado acerca de seus trabalhos, seus ensinamentos e escritos.
Antes, é de se supor que a Ela freqüentemente recorressem.
Essas relações de Maria com a pregação
da Igreja nascente são expressas em bonitos termos por um piedoso autor: “Nossa
Senhora foi o oráculo vivo que São Pedro consultou nas suas principais
dificuldades; a estrela que São Paulo não cessou de olhar para se dirigir em
suas numerosas e perigosas navegações”.
Nada, portanto, se fez senão de acordo
com o conselho e a orientação da Santíssima Virgem. Assim se nos depara um
lindo quadro: a Igreja nos seus albores, com todos aqueles lances maravilhosos
de sua incipiente história, e toda ela inspirada e dirigida por Nossa Senhora.
Verdade é que a São Pedro, como Papa,
cabia o poder sobre toda a Igreja. Contudo, é também verdade que o Príncipe dos
Apóstolos estava completamente submisso à Mãe de Deus, a qual, por meio dele,
dirigia os demais.
Considerar Nossa Senhora como
inspiradora do espírito com que
escreveram os Evangelistas, A que deu os dados e as informações de que
eles se utilizaram, é algo que nos sugere cenas de rara beleza.
Por exemplo, Maria Santíssima tendo a
seu lado São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, e Ela que conta,
explica, interpreta e os ajuda a compreender os fatos da vida de Nosso Senhor,
realçando este ou aquele episódio, e sendo, deste modo, o aroma do bom espírito
perfumando a Igreja inteira.
É o que comenta, em seguida, o mesmo
autor: “Diz o Cardeal Hugo que Maria fez
de seu coração o tesouro das palavras e das ações de seu Filho, a fim de os
comunicar em seguida aos escritores sagrados.
Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento
das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem
Bendita. Ela mereceu ser a mestra dos Apóstolos e é Ela que ensinou aos
evangelistas os mistérios da vida de Jesus”.
Assim nos aparece o esplendor da alma
santíssima de Nossa Senhora, sua ortodoxia, sua prudência, sua sabedoria e sua
santidade, que nos levam a amá-La ainda mais”.
(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João
S. Clá Dias pág. 81)
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