terça-feira, 30 de maio de 2017

O GLORIOSO TÍTULO DE RAINHA



(COMENTÁRIOS DE DR. PLÍNIO SOBRE A VIRGEM MARIA SANTÍSSIMA)

“Nossa Senhora Rainha é um título que exprime o seguinte fato. Sendo Ela Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade e Esposa da Terceira Pessoa, Deus, para honrá-La, deu-Lhe o império sobre o universo: todos os Anjos, todos os Santos, todos os homens vivos, todas as almas do Purgatório, todos os réprobos no Inferno e todos os demônios obedecem à Santíssima Virgem. De sorte que há uma mediação de poder, e não apenas de graça, pela qual Deus executa todas as suas obras e realiza todas as suas vontades por intermédio de sua Mãe.
Maria não apenas o canal por onde o império de Deus passa, mas é também a Rainha que decide por uma vontade própria, consoante os desígnios do Rei.
Nossa Senhora é uma obra-prima do que poderíamos chamar a habilidade de Deus para ter misericórdia em relação aos homens...”

Rainha dos corações

Continua o Prof. Plínio Corrêa de Oliveira:
“São Luís Grignion de Montfort faz referência a essa linda invocação que é Nossa Senhora Rainha dos Corações.
“Como coração entende-se, na linguagem das Sagradas Escrituras, a mentalidade dos homens, sobretudo sua vontade e seus desígnios.
“Nossa Senhora é Rainha dos corações enquanto tendo um poder sobre a mente e a vontade dos homens. Este império, Maria o exerce, não por uma imposição tirânica, mas pela ação da graça, em virtude da qual Ela pode liberar os homens de seus defeitos e atraí-los, com soberano agrado e particular doçura, para o bem que Ela lhes deseja.
“Esse poder de Nossa Senhora sobre as almas nos revela quão admirável é a sua onipotência suplicante, que tudo obtém da misericórdia divina. Tão augusto é este domínio sobre todos os corações, que ele representa incomparavelmente mais do que ser Soberana de todos os mares, de todas as vias terrestres, de todos os astros do céu, tal é o valor de uma alma, ainda que seja a do último dos homens.
Cumpre notar, porém, que a vontade (isto é, o coração) do homem moderno, com louváveis exceções, é dominada pela Revolução. Aqueles, portanto, que querem escapar desse jugo, devem se unir ao Coração por excelência contra-revolucionário, ao Coração de mera criatura no qual, abaixo do Sagrado Coração de Jesus, reside a Contra-Revolução: ao Sapiencial e Imaculado Coração de Maria.
“Façamos, então, a Nossa Senhora este pedido:
“Minha Mãe, sois Rainha de todas as almas, mesmo das mais duras e empedernidas que queiram abrir-se a Vós. Suplico-Vos, pois: sede Soberana de minha alma; quebrai os rochedos interiores de meu espírito e as resistências abjetas do fundo de meu coração. Dissolvei, por um ato de vosso, minhas paixões desordenadas, minhas volições péssimas, e o resíduo dos meus pecados passados que em mim possam ter ficado. Limpai-me, ó minha Mãe, a fim de que eu seja inteiramente vosso”
(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João S. Clá Dias, pág. 45)

Rainha que vencerá a Revolução

A realeza de Nossa Senhora, fato incontestável em todas as épocas da Igreja, veio sendo explicitada cada vez mais a partir de São Luís Grignion de Montfort, até aquele 13 de julho de 1917, quando Maria anunciou em Fátima: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”. É uma vitória conquistada pela Virgem, é o seu calcanhar que outra vez esmagará a cabeça da serpente, quebrará o domínio do demônio e Ela, como triunfadora, implantará seu Reino.
Portanto, devemos confiar  em que Maria já determinou atender as súplicas de seus filhos contra-revolucionários, e que Ela, Soberana do universo, pode fazer a Contra-Revolução conquistar, num relance, incontável número de almas.  Nossa Senhora Rainha poderá expulsar desta Terra os revolucionários impenitentes, que não querem atender ao seu apelo, de maneira que um dia Ela possa dizer: Por fim – segundo a promessa de Fátima – o meu Coração Imaculado triunfou!”.


(op. cit.  pág. 46)

Rainha da Prudência e do Conselho

No Cantus Mariales se diz da Virgem Santíssima que Ela é a Rainha da prudência e do conselho.
Nossa Senhora estando presente entre os Apóstolos, após a Ascensão de seu Divino Filho, é impossível que estes não A tenham consultado acerca de seus trabalhos, seus ensinamentos e escritos. Antes, é de se supor que a Ela freqüentemente recorressem.
Essas relações de Maria com a pregação da Igreja nascente são expressas em bonitos termos por um piedoso autor: “Nossa Senhora foi o oráculo vivo que São Pedro consultou nas suas principais dificuldades; a estrela que São Paulo não cessou de olhar para se dirigir em suas numerosas e perigosas navegações”.
Nada, portanto, se fez senão de acordo com o conselho e a orientação da Santíssima Virgem. Assim se nos depara um lindo quadro: a Igreja nos seus albores, com todos aqueles lances maravilhosos de sua incipiente história, e toda ela inspirada e dirigida por Nossa Senhora.
Verdade é que a São Pedro, como Papa, cabia o poder sobre toda a Igreja. Contudo, é também verdade que o Príncipe dos Apóstolos estava completamente submisso à Mãe de Deus, a qual, por meio dele, dirigia os demais.
Considerar Nossa Senhora como inspiradora do espírito com que  escreveram os Evangelistas, A que deu os dados e as informações de que eles se utilizaram, é algo que nos sugere cenas de rara beleza.
Por exemplo, Maria Santíssima tendo a seu lado São Paulo, São Pedro ou São João Evangelista, e Ela que conta, explica, interpreta e os ajuda a compreender os fatos da vida de Nosso Senhor, realçando este ou aquele episódio, e sendo, deste modo, o aroma do bom espírito perfumando a Igreja inteira.
É o que comenta, em seguida, o mesmo autor: “Diz o Cardeal Hugo que Maria fez de seu coração o tesouro das palavras e das ações de seu Filho, a fim de os comunicar em seguida aos escritores sagrados.  Nenhuma criatura, diz Santo Agostinho, jamais possuiu um conhecimento das coisas divinas e do que se relaciona com a salvação, igual à Virgem Bendita. Ela mereceu ser a mestra dos Apóstolos e é Ela que ensinou aos evangelistas os mistérios da vida de Jesus”.
Assim nos aparece o esplendor da alma santíssima de Nossa Senhora, sua ortodoxia, sua prudência, sua sabedoria e sua santidade, que nos levam a amá-La ainda mais”.
(Pequeno Ofício da Imaculada Conceição Comentado – João S. Clá Dias pág. 81)


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