O aborto, na Austrália, é legal desde a década de 1970, mas o governo anunciou um plano para reduzir o número de abortos no país, em torno de 100 mil anuais. Para o governo australiano este número é excessivo. A fim de reduzir a prática do aborto, o governo federal daquele país vai investir 51 milhões de dólares australianos (aproximadamente 40 milhões de dólares americanos) num programa de aconselhamento à gestante e prevenção do aborto.
Por ser legal, o aborto tornou-se um problema de saúde pública, e está levando aquele país à crise demográfica. Tal como na Espanha e em outros países, o numero de abortos executados tem disparado desde que a prática foi legalizada. Em 1985, foram executados na Austrália 66 mil abortos. Esse número saltou para 71.000 em 1987, 83 mil em 1991, 92 mil em 1995, estabilizando-se em torno de 88 mil por ano até 2002. Em 2005, o Ministério da Saúde australiano registrou cerca de 100 mil abortos executados legalmente. E a tendência é sempre aumentar. Os dados, com exceção dos relativos ao ano de 2005, foram extraídos da página eletrônica do Medical Journal of Australia.
Aborto na Austrália pode ser: Legal a pedido; Legal em caso de violação, risco de vida da mãe, saúde, doença mental, fatores socioeconómicos ou defeitos do feto; Legal em caso de violação, risco de vida da mãe, saúde, doença mental ou defeitos do feto; Nos demais casos é ilegal, exceto se houver risco de vida da mãe, saúde, ou doença mental.
O número astronômico de abortos, cem mil anualmente, é prova de que a descriminalização não diminui o número de abortos em um país. A tragédia nacional preocupou o governo australiano que, por meio do Ministéiro da Saúde, criou um programa de financiamento para entidades que se empenhassem em apoiar mulheres grávidas em crise e informá-las a respeito dos “fatos sobre o aborto”. O ministro da saúde, Tony Abbott, esclareceu que a proposta visava criar um número telefônico pelo qual as mulheres, seus parceiros e família pudessem ser aconselhados diariamente (24h por dia, sete dias na semana). E quem venceu a licitação para operar o programa de aconselhamento foi uma organização chamada Centacare (hoje “Catholic Care”), um braço da Igreja Católica na Austrália.
Os abortistas reclamam, é claro! Colocaram em dúvida a capacitação profissional da organização, divulgaram a filosofia católica da vencedora, denunciaram o que seria uma afronta ao Estado laico, mas só esqueceram de se fazer uma perguntinha: quem acreditaria num programa em prol da redução do número de abortos desenvolvido por uma organização abortista se foram justamente os abortistas que aumentaram o número de abortos no país?!
Lá, foi o próprio governo que escolheu uma organização de leigos católicos para participar da empreitada educativa.
O ministro Tony Abbott responde aos abortistas:
“Independente de que lado estamos na discussão sobre o aborto, penso que todos nós queremos que o número de abortos diminua. E isto não é um ponto de vista religioso. Em 2006, quando o parlamento discutiu sobre a pílula RU486 (mifepristona), quase todos os oradores disseram que o número de abortos na Austrália era alto demais e deveria ser reduzido. Essa foi uma das razões pela qual o governo tomou partido do seriço de aconselhamento e apoio à gestante”.
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