No dia 1º de maio de 1903 um incêndio destruiu
quase que completamente tudo o que havia dentro da gruta original de Bom Jesus
da Lapa. Coincidentemente havia chegado na cidade um grupo de protestantes
americanos, que foram logo tidos como suspeitos pela população porque andaram
pregando heresias contra o culto das imagens, etc. Evadiram-se da cidade com medo
da população ou, quem sabe, da própria justiça.
Em Salvador, o fato foi visto como sinal da Providência
para animar a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ainda sem muito fervor,
segundo alguns, e também por que uma Imagem do mesmo saiu ilesa do incêndio.
Sobre o incêndio ocorrido na gruta de Bom Jesus
da Lapa em 1º de maio de 1903, escreveu o padre espanhol Turíbio Villaronga
Segura, autor de um livro histórico sobre o Santuário, escrito em 1937, “Bom
Jesus da Lapa – Resenha Histórica” (Editora Ave Maria, São Paulo):
“O pavoroso incêndio que, segundo as
informações recolhidas, originou-se no depósito de cera, mais provavelmente por
alguma negligência, serviu para engrandecer e aumentar o Santuário. Antes do
incêndio, a Gruta era escura: depois ficou clara. O teto ou abóbada era baixa;
depois alteou-se. O altar-mor estava onde agora começa o presbitério: depois
alongou-se mais cinco metros. “A atmosfera era corrompida, úmida e quente”,
como escreveu o Engenheiro Helfeld na as visita em 1853: depois ficou ventilada
e higienizada. Existiam aos lados duas vulgares e encaliçadas paredes de
tijolos que tomavam espaço diminuindo a magnificência e beleza do maravilhoso
recinto e que faziam o mesmo efeito ao gosto artístico dos visitantes que duas
pistolas nas mãos de um santo: depois da remodelação, foi suprimido tão
antiestético aditamento. A divina Providência sabe escrever direito com linhas
tortas e tirar bens do que nós julgamos males! (págs. 178/179)
Um fato que o Autor comenta no livro e não o
refere nesse texto (o Arcebispo faz referência a ele, de passagem), foi que o
desmoronamento de uma grande pedra (ocorrido no dia seguinte ao incêndio) fez
aparecer uma outra gruta do interior da montanha, sendo esta muito maior do que
a antiga. Hoje, ao visitar o Santuário, penetra-se nela pela antiga gruta, mas
logo a seguir o romeiro entra na segunda, bem grande, espaçosa e alta, onde se
celebram Missas com mais conforto e onde estão expostos mais elementos
devocionários.
CARTA PASTORAL DE D. JERÔNYMO THOMÉ DA SILVA
Arcebispo Metropolitano de S. Salvador da Bahia e Primaz do
Brasil
Sobre o incêndio da Gruta do Senhor Bom Jesus da Lapa na
noite de 1° de maio de 1903
D. Jerônymo Thomé da Silva, por Mercê de Deus e
da Santa Sé Apostólica, Arcebispo Metropolitano de S. Salvador da Bahia e
Primaz do Brasil, etc.
Ao venerando Cabido, aos Reverendo Párocos,
Sacerdotes e todos os fiéis desta nossa Arquidiocese, Saúde, Paz e Bênção em
Jesus Cristo, nosso Mestre e Redentor.
Irmãos
e Filhos muito amados:
Surpreendido na manhã do dia 6 de maio próximo
findo, pelo conteúdo de um telegrama comunicando-nos que voraz e casual
incêndio reduzira a cinzas a Gruta do Senhor Bom Jesus da Lapa, Santuário
venerado há mais de dois séculos pelos fiéis desta e outras dioceses do Brasil,
tínhamos o imperioso dever de transmitir-vos logo tão triste notícia.
Era mister, porém, que o fizéssemos
circunstanciadamente; e, como para isto necessitamos de informações mais
detalhadas, somente agora é que podemos cumprir o doloroso encargo.
O telegrama a que aludimos, Irmãos e Filhos
muito amados, era concebido nos seguintes termos:
“Lapa, 2 de Maio – Exmo. Sr. Arcebispo. –
Bahia.
Fatalidade! Voraz incêndio casual, ontem para
hoje, reduziu cinzas Gruta Bom Jesus, salvando-se apenas imagem Coração de
Jesus. Entulho pedras desabadas todo teto impede sabermos sorte Imagem
Padroeiro. Providencio minuciosamente. Aguardo urgentes ordens”.
Estava o telegrama assinado pelo Revmo. P.
Agostinho Garrido, Capelão do Santuário, e fora-nos enviado pela Estação de
Caetité, por intermédio do Revmo. Cônego Tobias Pereira Coutinho, Vigário
Forâneo da região do Alto S. Francisco.
Tristemente impressionado, respondemos sem
perda de tempo, ordenando ao Vigário Forâneo que se dirigisse, quanto antes, à
vila da Lapa para dar as providências necessárias.
A fatal notícia, da qual se ocupou a imprensa
desta capital com a rapidez do raio ecoou logo por toda a parte, produzindo a
consternação e a dor no ânimo dos fieis.
O incêndio ocorrido no Santuário do Bom Jesus
da Lapa, na noite de 1° de Maio próximo findo, continua a ser até hoje um
mistério.
Tinha sido a gruta recentemente pintada e
preparada às solenidades do culto. Na manhã do dia 1º de Maio, primeira
sexta-feira do mês, os fiéis se haviam reunido diante do altar do Sagrado
Coração de Jesus para lhe tributarem as homenagens de seu amor. Onde quer que
viceje a mimosa planta do Apostolado do Oratório, que tanto embeleza e alegra o
jardim da Igreja, sempre a primeira sexta-feira de cada mês é um dia privilegiado,
em que as almas amantes de Jesus lhe oferecem perfumadas fibras de virtudes.
À tarde do referido dia, não houve cerimônia de
espécie alguma na Gruta; nenhuma luz ardia, nem mesmo a lâmpada do Santíssimo
Sacramento, que, havia cinco meses, deixou de ser ali conservada.
Acresce que, quando, à hora do costume,
fechou-se a Gruta, não se notou coisa alguma que pudesse fazer recear qualquer
sinistro, e todas as precauções possíveis estavam tomadas para evitar desastre
de qualquer natureza.
Reinava, irmãos e filhos muito amados, a maior
paz e tranquilidade no ânimo de todos os habitantes da vila da Lapa, quando,
pelas quatro e meia da madrugada do dia 2 de Maio, é o Capelão sobressaltado
com a notícia do incêndio da Gruta. Sem demora, e à toda pressa, encaminha-se
para o Santuário; abre a porta; e fica atônito vendo que a maior parte do que
havia de madeira estava entregue às chamas!
Horroroso espetáculo! Do teto desprendiam-se
enormes pedras, produzindo medonho estampido.
A Gruta parecia estremecer. Tal comoção sentiu
o Zelador, que de súbito emudeceu, recobrando a fala quatro dias depois; mas
não ficou louco, como alguém erradamente escreveu.
Duas vezes o Capelão tentou entrar, e duas
vezes foi obrigado a retroceder quase
asfixiado pelo denso fumo e calor insuportável. Dado o sinal de incêndio, a
população acudiu toda tomada de espanto e terror.
Todos queriam invadir o Santuário para prestar
os seus serviços; mas o perigo era imenso.
Depois que saíra bastante fumo e diminuíra a
intensidade do calor, puderam algumas pessoas juntamente com o Capelão,
transpor o limiar da Gruta. Deram-se por esta ocasião fatos admiráveis.
Desde o momento em que se pude penetrar no
interior da Gruta, tratou-se de retirar logo a Imagem do Sagrado Coração de
Jesus, que felizmente salvara-se das chamas. O povo, Irmãos e Filhos muito
amados, o povo, cheio de fé e de uma coragem inaudita, afrontava o perigo,
levando bacias com água para extinguir o fogo. Por todas as partes era uma
verdadeira chuva de pedras, e algumas bem pesadas, esmagavam as bacias que os
fiéis tinham em suas mãos, sem, entretanto, produzirem a menor lesão nas mesmas
pessoas. Muitas das pedras que desabaram do teto eram cortantes como navalhas,
e, pela ação do fogo, se haviam tornado incandescentes.
Pois bem, Irmãos e Filhos muito amados, coisa
realmente admirável! Os fiéis caminhavam descalços por cima daquelas pedras sem
se cortarem, nem se queimarem, sendo para notar que, decorridas vinte e quatro
horas depois de apagado o fogo, já ninguém podia pôr as mãos ou os pés em cima
das mesmas pedras, pelo calor que ainda conservavam.
“Meu Bom Jesus!” “Meu Bom Jesus!” era o grito
lancinante do povo procurando, no meio do entulho, a veneranda Imagem do
Senhor. Infelizmente se havia queimado, e apenas encontraram-se os raios, o
resplendor e alguns fragmentos da mesma imagem carbonizados.
Imaginai, Irmãos e Filhos muito amados, a dor
que dilacerava o coração daquela pobre gente! Choravam todos como crianças, não
vendo a Imagem do Bom Jesus. Será castigo, meu Deus, perguntavam alguns, que
será isto? Mistério, respondemos nós.
Em dois dias limpou-se a Gruta, tirando-se par
mais de duzentas carradas de pedra. No Domingo seguinte depois da catástrofe, pôde
o Capelão celebrar na Gruta o Santo Sacrifício da Missa, e dirigiu uma alocução
ao povo sobre o infausto acontecimento, animando a todos, à vista das ocorrências
havidas, a não esfriarem nos sentimentos de sua fé. Ao ato religioso assistiram
mais de oitocentas pessoas, e durante e cerimônia, não houve o menor incidente.
Pela tarde, porém, do mesmo dia, por volta de
duas horas, quando a Gruta estava fechada, sentiu-se de longe de caíra uma
grande pedra, a qual parecia estar segura no teto.
Fatos desta ordem, Irmãos e Filhos muito
amados, não podem deixar de impressionar a todos, até mesmo aos incrédulos,
menos, porém, aos protestantes americanos, que são “dura cérvice et
incircumcisis cordibus” (Act Ap.
VII, 51).
Quando toda a população mostra-se consternada,
e o eco da dor repercute em todos os pontos onde chega a desoladora notícia, os
protestantes, que já de certo tempo a esta parte haviam assentado suas tendas
na vila da Lapa, exuberaram de prazer e lá estão explorando o lamentável fato,
insinuando no ânimo do povo que a Gruta não era mais do que uma cavidade de
pedras, e a Imagem e a Cruz do Bom Jesus, simples pedaço de madeira.
Como se insulta assim a crença de um povo!
Quanta audácia e quanta impiedade!
Não; a Gruta do Santuário do Senhor Bom Jesus
da Lapa é mais do que uma cavidade de pedras.
Há grutas na terra que decantam as grandezas do
Céu. A Gruta do Belém é o berço do Redentor da humanidade: ali nasceu Jesus
Cristo, saudado pelos Anjos do Céu, adorado pelos homens da terra. A Gruta de
Lourdes é o poético santuário de Maria, a terra bendita que a gloriosa Virgem
escolheu para aparecer à humilde pastorinha Bernadette Soubirous, confirmando o
dogma de sua Imaculada Conceição.
Ambas estas grutas são lugares sagrados, são
objetos da maior veneração da cristandade.
A Gruta da Lapa é mais do que uma cavidade de
pedras: é um Santuário construído pela mão da natureza, escolhido por um monge
(o Padre Francisco Mendonça Marques) há mais de dois séculos, para ser o lugar
de suas rigorosas penitências e expiações. A Gruta da Lapa é o santuário
tradicional, onde a misericórdia de Deus se há manifestado, produzindo inúmeros
prodígios em favor da triste e padecente humanidade; é um templo santificado
pelas orações do povo cristão; pela celebração do Augusto Sacrifício da Missa e
mais cerimônias da Igreja; é um santuário, enfim, onde os fiéis deste e outros Estados
do Brasil, atraídos por fatos extraordinários, vão com religioso respeito
cumprir suas promessas e implorar novas graças e bênçãos.
Dizer que a Imagem e a Cruz do Senhor Bom Jesus
da Lapa era um simples pedaço de madeira, é uma heresia que provoca justa
indignação. Sobre esta madeira diz o Sacrossanto
Concílio de Trento (Sess. 25, de sacris imag.): “Devem-se ter e conservar,
principalmente nos templos, as imagens de Jesus Cristo, da Virgem Mãe de Deus e
dos outros Santos, e dar-lhes a honra e veneração que lhes é devida; não porque
se julgue que há nelas alguma divindade ou virtude, pela qual se devam venerar,
ou porque se lhes tenha que pedir alguma coisa, ou pôr nelas nossa confiança,
como faziam outrora os gentios, que punham a sua esperança nos ídolos; senão
porque a honra que se lhes dá, se refere aos originais que representam; de
sorte que pelas imagens que beijamos, e diante das quais descobrimos a cabeça e
nos prostramos, adoramos a Jesus Cristo e veneramos os Santos que elas
representam”
.Quem dirá, Irmãos e Filhos muito amados, que o
retrato de um pai, ou de uma Mãe, seja simples pedaço de papel ou de tela, e a
bandeira de uma nação, mero pedaço de pano? Dilacerai aquele retrato, queimai-o.
Não será uma afronta a uma nação inteira, e que pode trazer graves consequências
diplomáticas? E por que? A razão é óbvia. Aquele retrato recorda-nos um ente
querido: um pai extremoso, uma mãe carinhosa. Aquela bandeira representa um
país, uma nação, com seus costumes, com suas tradições e glórias.
Do mesmo modo, a imagem do Bom Jesus representa
a Cristo, Filho de Deus vivo, e Rei imortal dos séculos, o Redentor da
humanidade, nosso Pai, nosso Mestre e o melhor amigo.
A Cruz é a bandeira do Cristianismo, é o lábaro
de uma crença que venceu no mundo. A Cruz regenerou o homem. As sociedades se
elevam quando a invocam; se perdem quando a esquecem. A Cruz, e somente a Cruz,
é que forma a nobreza do caráter, a grandeza do espírito e a energia do
patriotismo.
Inspirado nestes sentimentos foi que o monarca
da Alemanha, em junho do ano passado, assim encerrou um seu discurso em
Aguisgran: “Cada vez me vanglorio mais de ter colocado o império, o povo, o
exército, a minha própria pessoa e a dinastia sob a proteção da Cruz, sob os auspícios
d’Aquele que disse: - “O céu e a terra passarão; a minha palavra, porém, não
passará”. Ninguém de bom senso dirá que o Imperador Guilherme tivesse colocado
aquela grande, culta e poderosa nação sob a proteção de um pedaço de madeira.
Seria ridículo.
O desastre da Gruta, Irmãos e Filhos muito
amados, não terá as consequências que alguns supõem, e que os inimigos da
Religião desejam. Antes de tudo, convém tornar público e notório que a Gruta do
Bom Jesus da Lapa, a qual se acha na fralda de um majestoso e elevado morro, e
que tem um quarto de légua em circunferência, não desapareceu com o incêndio,
como talvez alguém tenha acreditado, por causa de telegramas passados em
momentos de confusão; pelo contrário, ela agora é mais ampla e espaçosa e comporta
maior número de pessoas que outrora.
As obras de reconstrução no interior do
Santuário prosseguem em grande atividade, para que, na próxima festa, a 6 de
agosto, esteja a gruta toda asseada e adornada. Outros trabalhos de maior monta
far-se-ão depois da festa.
Esperamos que o povo brasileiro, especialmente os
queridos filhos da Bahia, amantes de suas tradições e da fé que lhes legaram
seus antepassados, contribuirão generosamente com suas esmolas para as despesas
necessárias ao reparo das ditas obras. O Santuário, Irmãos e Filhos muito
amados, não dispõe de meios para fazer face a essa despesa. Suas rendas têm sido
escrupulosamente aplicadas na construção de um Colégio que ali deliberamos
fazer em benefício da infância.
Rogamos, portanto (e encarecidamente o
fazemos), aos Revmos. Párocos, Capelães de Casas Pias, Diretores do Apostolado
da Oração, da Guarda e de Honra do Sagrado Coração de Jesus e aos demais
Sacerdotes que se inflamam de zelo pela glória de Deus e de nossa Religião,
promovam, para o mencionado fim, uma subscrição entre os fiéis e pessoas de sua
amizade. Não haverá uma só família católica que deixe de atender as nossas
rogativas. Cada um dê o que puder; o rico, como rico; o pobre, como pobre. Óbolo,
qualquer que ele seja, grande ou pequeno, será sempre um público e solene testemunho
de nossa fé e amor ao Bom Jesus. Estão autorizados a receber as ofertas os
Revmos. Srs. Cônego Secretário do Arcebispado, Capelão do Santuário da Lapa e
os Vigários Forâneos do Alto São Francisco e de Sergipe. O culto do Bom Jesus
da Lapa há de continuar com o mesmo fervor, e a festa ano se fará com mais
pompa e solenidade. Outra imagem igual em tudo à primeira (da qual temos a
fotografia), por ordem nossa, já se está preparando nesta cidade, e terá os
mesmos raios e o resplendor encontrados nas ruínas do incêndio.[1]
A nova Imagem deverá seguir no dia 1º do próximo
mês de julho para ser colocada na Gruta. Estamos certos de que a fé Cristã não
abandonará aquele lugar sagrado; e muito desejamos que este ano a romaria dos
fiéis seja mais numerosa. Ali está, Irmãos e Filhos muito amados, a Imagem do
Sagrado Coração de Jesus salva do incêndio, chamando a todos; Venite ad me
omnes, e prometendo-nos conforto e alento para os nossos males e misérias.
Sim, naquele Santuário os aflitos continuarão a encontrar a consolação; os
pecados a justificação; os fracos, a força; os tíbios, o fervor; e os justos, a
perfeição.
Senhor Bom Jesus da Lapa, se foi mão perversa
que ateou o incêndio em vosso Santuário, perdoai ao celerado inimigo. Vosso
Coração é um oceano de misericórdia, cujas águas apagam os maiores crimes da
humanidade. Tende compaixão, Senhor, daqueles que, dominados pelo erro, principalmente
do protestantismo, vos perseguem e vos insultam. Conduzi os inimigos de vosso
nome ao porto da verdade e à unidade da fé, para que haja um só rebanho e um só
pastor. Volvei, ó Bom Jesus da Lapa, um olhar propício sobre o Brasil, sobre as
famílias católicas e todo o povo desta amada Diocese da Bahia. Somos vossos
filhos; queremos sempre Vos pertencer. Na medida de nossas forças trabalharemos
para que continue o vosso culto na prodigiosa Gruta da Lapa. Permitistes, ó Bom Jesus, que a Sagrada Imagem de vosso
amantíssimo Coração escapasse ao furor das chamas, para que tivéssemos um
lenitivo à nossa imensa dor. Deixai, ó Bom Jesus da Lapa, que de vosso
amabilíssimo Coração desça agora uma bênção sobre nós:
“Benedicto Dei Omnipotentis Patris et Filii et
Spiritus Sancti descendat super vos et maneat semper”.
A todas as pessoas que rezarem devotamente a
oração supra, concedemos quarenta dias de Indulgência; e oitenta dias a todos
os que visitarem o Santuário do Senhor Bom Jesus da Lapa no dia da sua festa e
na oitava seguinte.
Esta Carta Pastoral será lida nas Igrejas de
todos os Conventos, Recolhimentos e Asilos deste Arcebispado, e por ocasião da Missa
Conventual, em todas as Matrizes e Curatos, devendo depois ser arquivada na
forma do estilo.
Dado nesta cidade de S. Salvador da Bahia, em o
Paço Arquiepiscopal, sob o nosso sinal e selo de nossas Armas, aos 19 de junho
de 1903, Festa do Sagrado Coração de Jesus.
Jerônimo, Arcebispo da Bahia.
Cônego Francisco de Assis Casto, secretário!.
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