Os direitos humanos na ex URSS
Com o regime comunista nada disto (direitos humanos) existe, conforme podemos constatar nas observações feitas pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, em obra publicada em novembro de 1987. Se não se respeitava tais direitos na Ucrânia e outros países escravos, no tempo da URSS, que se dirá agora após esta invasão:
“Tanto esta quanto aquela constituem condições indispensáveis da
sanidade de qualquer sistema social ou econômico. E, a quem contestasse a
presente afirmação, bastaria lembrar, simplesmente, a trágica experiência comunista das nações detrás da cortina de ferro.
“Ora, diversificam-se estas, como que ao
infinito, na imensa área de 22.400.00 km2 da chamada “União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas” (URSS), a qual abrange condições geográficas
e climatéricas que vão de um frio implacável até um calor difícil de suportar.
Ademais, nessas vastidões se radicam povos com raças, religiões, hábitos e
idiomas dos mais diversos. E, como se sabe, tal diversidade de circunstâncias é
fator propício a todas as experiências. Pois o que não der resultado favorável
aqui ou lá, bem pode dá-lo acolá.
“Acresce que as autoridades comunistas
dispuseram constantemente, para a execução dessa experiência ideal, de todos os
meios de mando... excetuada a força moral. Tiveram eles ao seu alcance todos os
recursos de uma burocracia onipotente, da força persuasiva da totalidade dos
estabelecimentos de ensino primários, secundários e universitários, de todas as
formas de propaganda escrita e falada, e, “horresco referens”, de todos os
meios de intimidação policialesca. Nesta matéria, nada lhes faltou. As câmaras
de tortura das repartições policiais, a residência com trabalhos forçados nas
geleiras infindas da Sibéria, a detenção em prisões com sevícias, maus tratos,
subnutrição e tudo mais que possa danificar física e mentalmente o homem, tudo
tem sido utilizado pela tirania soviética contra um número incontável de
desgraçados. Ao que cumpre acrescentar, como ápice da crueldade, o internamento
compulsório em “hospitais psiquiátricos”, nos quais se leva a crueldade a ponto
de destroçar a saúde mental dos seus “enfermos”, sem lhes danificar diretamente
a saúde física: modo atroz de prolongar pobres existências humanas, em
circunstâncias nas quais a vida não é senão um intérmino sofrer.
“Reunidas durante sete décadas, isto é,
quase um século, todas essas condições de mando, de persuasão, de compressão e
de terror, tudo puderam os autocratas vermelhos. Tudo, sim, exceto obter a
adesão da maioria da população, bem como produzir prosperidade em qualquer
região ou grupo étnico postos sob sua férula.
“Implantado na Rússia o regime comunista, a
desolação, o desestímulo, a miséria se estenderam como um manto sobre essa
nação-cárcere – a maior de toda a História – cujos habitantes são condenados a
uma reclusão inflexível por detrás da cortina de ferro, tornada peculiarmente
efetiva pelas rajadas de metralhadora contra os que tentassem fugir. E pela
aplicação de penalidades sinistras aos familiares dos trânsfugas, que estes
tivessem sido forçados a deixar atrás de si, quando da despedida pungente e
apressada, rumo à aventura e à liberdade.
“E, por isto, em documento da Congregação
para a Doutrina da Fé, assinado pelo Cardeal Ratzinger, Prefeito daquele
Dicastério romano, e aprovado explicitamente por João Paulo II, lê-se: “Milhões
de nossos contemporâneos aspiram legitimamente a reencontrar as liberdades
fundamentais de que estão privados por regimes totalitários e ateus, que
tomaram o poder por caminhos revolucionários e violentos, exatamente em nome da
libertação do povo. Não se pode desconhecer esta vergonha de nosso tempo:
pretendendo proporcionar-lhes liberdade, mantêm-se nações inteiras em condições
de escravidão indignas do homem. Aqueles que, talvez por inconsciência, se
tornam cúmplices de semelhantes escravidões, traem os pobres que eles quereriam
servir” (Instrução sobre alguns aspectos
da “Teologia da Libertação”, 6-8-84, XI, 10 – Coleção Documentos Pontifícios,
Vozes, Petrópolis, 1984, 2ª ed., vol. 203, p. 39)[1]
[1] “Projeto de Constituição Angustia o País” – Plínio Corrêa de Oliveira - Ed. Vera Cruz Ltda – p. 9
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