O Apóstolo São Paulo fala sobre as mulheres
“Porém
quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da
mulher, e Deus a cabeça de Cristo. Todo o homem que faz oração ou que profetiza
com a cabeça coberta, desonra a sua cabeça. E toda a mulher, que faz oração ou
que profetiza, não tendo coberta a cabeça, desonra a sua cabeça, porque é como
se estivesse rapada. Portanto, se a mulher se não cobre, corte o cabelo. E, se
é vergonhoso para a mulher cortar ou rapar o cabelo, cubra a sua cabeça. O homem, na verdade, não deve cobrir a sua
cabeça, porque é a imagem e a glória de Deus, mas a mulher é a glória do homem.
De fato, o homem não foi feito da mulher, mas a mulher do homem. E o homem não
foi criado por causa da mulher, mas sim a mulher por causa do homem. Por isso a
mulher deve trazer sobre a cabeça (o
sinal do) poder por causa dos anjos. Contudo nem o homem existe sem a mulher,
nem a mulher sem o homem, no Senhor. Porque, se a mulher foi tirada do homem,
também o homem é concebido pela mulher e todas as coisas vêm de Deus. Julgai
vós mesmos, é decente que uma mulher faça oração a Deus, não tendo véu? Não vos ensina a própria natureza que é
desonroso para o homem deixar crescer os cabelos? Pelo contrário, é glória para
a mulher deixá-los crescer, porque os cabelos foram-lhes dados como véu”. (I Cor 11, 3-15).
"Do
mesmo modo orem também as mulheres em traje honesto, ataviando-se com modéstia
e sobriedade, e não com cabelos frisados, nem com ouro, nem pérolas ou vestidos
custosos, mas sim como convém a mulheres que fazem profissão de piedade.
"A
mulher aprenda, em silêncio, com toda a sujeição. Não permito à mulher que
ensine, nem que tenha domínio sobre o homem, mas esteja em silêncio, porque
Adão foi formado primeiro, e depois, Eva. Adão não foi seduzido, mas a mulher
(é que, sendo) seduzida, prevaricou. Contudo, salvar-se-á pela educação dos
filhos, se permanecer na fé, na caridade e na santidade, unidas á
modéstia" (I Tim 2, 9-15).
Quem está sem mulher, está cuidando
das coisas que são do Senhor, como há de agradar a Deus... E a mulher solteira
e virgem cuida das coisas que são do Senhor, para ser santa de corpo e de
espírito" (I Cor 7, 32-34).
O apostolado das mulheres nas missões de São Paulo
Não era diferente das
palavras como o Apóstolo considerava a presença feminina em seu apostolado. Eis
um relato de um respeitado biógrafo de São Paulo:
“Quem haveria de pensar que o Evangelho faria sua entrada
na Europa tão calada e ocultamente? Não solenemente como no Areópago ante os
filósofos, não dramaticamente como em Chipre ante o homem de Estado, mas em
forma de idílio como uma manhã de verão fresca pelo rocio ou como uma deliciosa
aurora no Oriente. Estes suaves e contudo vigorosos tons de sentimento
introduziu a mulher no Evangelho já no tempo de Jesus. E em Filipos continua
ecoando. Quando o Evangelho veio para a Europa, chegou primeiramente para as
mulheres, porque os homens não estavam presentes, como também entre os
samaritanos foi uma mulher a que Jesus iniciou no mistério do reino de Deus. As
mulheres foram as últimas ao pé da cruz, na sepultura, assim as primeiras junto
ao sepulcro vazio. Nas tristes histórias de hipocrisias, ódios, perseguições,
injúrias, deserções e covardes fugas não encontramos no Evangelho mulher
alguma. Os homens, como mensageiros da fé,e missionários e defensores dos
interesses religiosos estão, na verdade, mais na luz do reverbero; porém, onde
estaria a Europa cristã sem a mulher cristã em casa como mãe, esposa, irmã,
como auxiliadora virginal-maternal da miséria de todas as classes? São Paulo
teve para este lado da feminilidade uma profunda compreensão e foi o primeiro
em empregar a mulher ativamente na missão. Ele aprecia a mulher dotada de
gênio, como Priscila que instrui ao douto Apolo. Em qualquer de suas cartas
dispensa saudações e reconhecimento para as mulheres. Reconhece os serviços de
Cloe em Corinto, de Febe em Cencreas, a quem confia sua carta aos romanos, e o
ser pequena mulher a mãe de Rufo que foi também para ele uma mãe. Quando
escreve ao rico comerciante Filemon não esquece de saudar sua esposa Apfia.
Aprecia especialmente o trabalho da mulher de família e a educação dos filhos,
pela qual a mulher adquire o céu; aprecia as filhas virgens de Filipe de
Cesarea, dotadas de profecia; seu cuidado se dirige também às boas viúvas, que
se destacavam no campo da caridade e por isso eram mantidas pela comunidade (I
Tim 5, 3-16). Como profundo conhecedor do gênero humano tem uma olhada para
todos os bons lados do caráter feminino. As nobres mulheres de Filipos como
santas figuras estão às portas da Europa, como se quisessem recordar a todas
suas irmãs desta parte do mundo que as mulheres da Europa têm na Igreja cristã
um santo destino, de ser sacerdotisas, às quais se confiou em primeiro lugar o
sagrado fogo que fez feliz e grande a nossa parte do mundo.
Mas tampouco devemos esquecer àqueles nobres varões, como
Epafrodito, a quem São Paulo chama seu “companheiro de armas, co-militante e
colaborador”, que visita o Apóstolo preso em Roma e lhe traz presentes. Também
Clemente e Sicigo (se realmente esta última palavra é um nobre mesmo) e muitos
outros.estão ao lado daquelas mulheres, e em verdade com tal constância que São
Paulo sabe estar escritos seus nomes no livro da vida (Fil. 4, 3)[1]
[1] “San Pablo – Heraldo de Cristo” – de Josef Holzner – Editorial Herder, Barcelona, 1956 – págs. 180/185
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