Quando se é criança, aquele mundo de imaginação infantil, chamado hoje de virtual, facilmente pode se trasnformar num mundo real, pois o inocente ainda não sabe avaliar a diferença entre uma coisa e outra. No entanto, não se pode dizer o mesmo de uma pessoa adulta, a qual facilmente saberia distinguir entre o real e o imaginário, entre o virtual e o verdadeiro. Ou pelo menos deveria saber distingui-lo, se não fosse o problema da internet e das manias dos jogos virtuais modernos. Está se tornando comum ocorrer fatos em que as pessoas confundem o virtual com o real ao emergir de seu mundo interior criado pelas imagens da TV, do cinema, da internet, etc. No ano passado houve um caso de um rapaz, na Itália, que assassinou um padre na rua quando saía de um cinema. Lá dentro ele assistira o filme "Código Da Vinci", um amontoado de mentiras contra o clero católico, e na rua desferiu seu ódio contra o "inimigo" que o filme colocara virtualmente em sua mente.
E mania por tais jogos cresce assustadoramente. Recentemente, em São Paulo, houve um "encontro" de fanáticos por tais jogos, uma espécie de assembléia de "nerds faixa preta" como se autoproclama, isto é, vciados incorrigíveis dos jogos eletrônicos. Vieram caravanas de várias localidades para o evento, com cobertura total da mídia. Havia 3 mil participantes. Enquanto para muitos isso possa parecer muito normal, é bom que se diga que estes encontros contribuem cada vez para incrementar o vício pela internet e aumentando paulatinamente a dependência desses viciados ao seu mundo virtual interior. De tal forma que já vêm ocorrendo várias barbaridades por causa da vivência "real" desse mundo virtual. Até mesmo suicídios têm ocorrido, conforme relatamos em nossa postagem anterior "Suicídios pela internat".
Foi o que ocorreu agora na Coréia. Um casal sul-coreano "viciado em internet" deixou sua bebê de três meses morrer de inanição enquanto criava uma filha virtual na web, disse a polícia local. Segundo a agência de notícias oficial Yonhap, o casal alimentava sua bebê prematura apenas uma vez por dia, entre períodos de 12 horas passados entre internet e um café. O oficial da polícia Chung Jin-won disse à Yonhap que o casal "perdeu a vontade de viver uma vida normal" depois que os dois perderam seus empregos. O pai, de 41 anos de idade, e sua mulher, 25 anos, foram presos na cidade de Suweon, ao sul de Seul, no início da semana, cinco meses depois de terem reportado a morte da bebê. Eles estavam foragidos desde a morte da criança. A autópsia mostrou que sua morte foi provocada por um longo período de desnutrição. O casal teria ficado obcecado em criar uma menina virtual chamada Anima, no popular jogo Prius Online, disse a polícia nesta sexta-feira. O jogo permite aos jogadores interagir com Amina e enquanto fazem isso, a ajudam a recuperar sua memória perdida e desenvolver emoções. Já houve outros casos de morte ligados ao vício em jogos de computadores na Coreia do Sul, onde um jovem morreu supostamente depois de passar cinco dias jogando com apenas pequenos intervalos. Não só na Coreia do Sul, mas em vários países vêm ocorrendo fatos semelhantes.
Será que o homem moderno, fanatizado pela internet, perdeu a noção da diferença que há entre o virtual e o mundo real?
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