(A propósito do dia de São Bruno, a 6 de outubro)
São Bruno de Hartenfaust, nasceu em 1032 na cidade de Colônia, na Alemanha. Sua conversão deveu-se a um caso extraordinário. Encontrava-se em Paris, para onde tinha ido para o enterro de um antigo professor, Raymond Diocres, célebre na Universidade parisiense, quando se deu o fato. O funeral de corpo presente foi soleníssimo devido ao peso de sua autoridade e de seu prestígio.
O fato é desta forma narrado pelo escritor Jacques Lefévre em sua obra "Les Ames du Purgatoire dans la vie des Saints", extraído da Vida daquele Santo:
"Com efeito, morreu em Paris, em 1082, o reputado professor da Sorbonne, Raymond Diocres. As cerimônias se realizaram na Catedral de Notre-Dame, e dela tomaram parte, além dos fiéis e de numerosos professores, também alunos do defunto, entre os quais São Bruno.
O caixão estava colocado no meio da nave central, recoberto, segundo o costume, de uma simples mortalha. Durante a cerimônia, quando o padre pronunciou as palavras rituais do salmo: "Respondei-me de quantos pecados e de quantas iniqüidades não estou eu culpado...", uma voz sepulcral fez-se ouvir, debaixo da mortalha, dizendo: "Por um justo julgamento de Deus, EU FUI ACUSADO".
Foi imediatamente levantada a mortalha, mas o defunto permanecia imóvel e frio. A cerimônia, por um momento interrompida, foi retomada, em meio a certa inquietação... Quando se chegou novamente ao versículo mencionado anteriormente, o cadáver levantou-se diante de todo o mundo, e gritou com uma voz ainda mais forte: "Por um justo julgamento de Deus, EU FUI JULGADO".
O pavor dos assistentes foi enorme. Alguns médicos aproximaram-se do defunto, recaído em sua imobilidade, e constataram que ele estava verdadeiramente morto. Contudo, não se teve a coragem de continuar a cerimônia neste dia, ela foi adiada para o dia seguinte.
Neste ínterim, as autoridades eclesiásticas não sabiam que medidas tomar para sair de tal impasse. Alguns diziam: "Nós não temos provas suficientes para concluir que Diocres esteja condenado. Ele apenas disse que havia sido ACUSADO e JULGADO". O próprio bispo compartilhou esta hipótese e, no dia seguinte, o ofício funeral foi retornado.
Mas no mesmo versículo, "Respondei-me...", de novo o cadáver levantou-se do caixão e gritou: "Não tenho necessidade de orações, pois, por um justo julgamento de Deus, FUI CONDENADO AO INFERNO, PARA SEMPRE".
Diante de tão terrível declaração a cerimônia foi suspensa e decidiu-se enterrar o cadáver em cemitério comum".
São Bruno, aterrado e impressionado em saber que seu antigo professor havia sido condenado ao inferno, mudou completamente de vida e se tornou num grande santo, tendo fundado depois a famosa Cartuxa.
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