domingo, 15 de maio de 2011

Irmã Dulce e a opinião pública


Na primeiro edição após a morte da Irmã Dulce (13 de março de 1992) o jornal "A Tarde", de Salvador, publicava em primeira página uma foto da multidão que acorreu para homenagear o "Anjo Bom da Bahia". Foi o enterro mais multitudinário de toda a história da Bahia, e talvez do Brasil. Qual a razão? Por ter sido uma freira dedicada exclusivamente ao exercício da caridade cristã, papel saliente das Ordens femininas, e por ter levado sua vocação ao grau de heroísmo, Irmã Dulce cativou o coração de uma grande multidão de fiéis. No estudo da vida dos santos muitos aspectos vão aos pouco sendo analisados e revelados: uma característica da futura Beata era a divulgação de seu trabalho perante o público. Segundo um estudioso de sua vida ela foi uma exemplar "marqueteira" de sua obra. E não o fez por promoção pessoal, isso não, pretendia simplesmente que seu trabalho fosse divugado e com isso conseguisse mais apoio, mais ajuda para transformá-lo numa ação social de grande envergadura. Daí a razão de hoje encontrarmos importantes fotos, algumas delas muito importantes para se avaliar sua obra mas muito antigas, datando das primeiras décadas de sua atividade pastoral.
No próximo dia 22 de maio, no Parque de Exposição de Salvador (BA), estaremos assistindo ás cerimônias de beatificação da Irmã Dulce, a serem presididas pelo Arcebispo resignatário Dom Geraldo Majella.

Vejam também, abaixo, reportagem do programa "Fantático", da TV Globo, em que mostra o grandioso enterro da santa ocorrido naquela época.




A respeito do físico frágil e apequenado da Irmã Dulce, no entanto com uma alma tão grande e ardorosa, divulgamos abaixo os comentários do Dr. Plínio que (apesar de terem sido feitos a propósito de Dom Chautard, outra alma santa) se aplicam muito bem a ela:

"Se na era do romantismo a opinião pública se inclinava para as almas delicadas, subtis, frágeis, exageradamente delicadas, exageradamente subtis, diríamos exageradamente frágeis se a fragilidade já não fosse em si mesma um defeito e um exagero, em nossos dias, quando a luta pela vida da alma e do corpo impõe um esforço incessante, a admiração se volta mais freqüentemente para as almas poderosas, fortes, realizadoras, enérgicas. E, como tudo quanto é humano é sujeito a exagero, somos propensos não raras vezes a glorificar a força física dos boxeurs e atletas, ou a força quase hipnótica de certos ditadores, como valores absolutos e supremos.
Nisto, como em tudo, um sadio equilíbrio se impõe. E deste equilíbrio é mestra a Igreja Católica, fonte de toda virtude.
Entre a força e a delicadeza de alma não há incompatibilidade, desde que uma e outra sejam retamente entendidas. E uma alma pode ao mesmo tempo ser delicadíssima sem nenhuma fraqueza e fortíssima sem nenhuma brutalidade".
(Extraído da revista "Catolicismo", n. 52, de abril de 1955)
Acima, a foto da miraculada que permitiu a beatificação da Irmã Dulce, dona Cláudia Cristiane Santos, com seu filho Gabriel, hoje com doze anos.

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