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terça-feira, 12 de julho de 2022

MARIA SANTÍSSIMA, MÃE DO CORPO MÍSTICO DE CRISTO

 


A conclusão da Encíclica de Pio XII sobre o Corpo Místico de Cristo pode ser rezada como se fosse uma oração:

 

 “106. Realize, veneráveis irmãos, estes nossos paternos votos, que sem dúvida são também os vossos, e alcance-nos a todos verdadeiro amor para com a Igreja, a Virgem Mãe de Deus, cuja alma santíssima foi mais repleta do divino Espírito de Jesus Cristo que todas quantas saíram das mãos de Deus, e que "em nome de toda a natureza humana" deu o seu consentimento para que se efetuasse o "matrimônio espiritual entre o Filho de Deus e a natureza humana". Ela foi que com parto admirável, porque fonte de toda a vida celestial, nos deu Cristo Senhor nosso, já no seu seio virginal ornado da dignidade de cabeça da Igreja; e recém-nascido o apresentou aos primeiros dentre os judeus e gentios que o foram adorar qual Profeta, Rei e Sacerdote. Foi ela que com seus rogos maternos "em Caná da Galiléia" moveu o seu Unigênito a operar o admirável prodígio, pelo qual "creram nele os seus discípulos" (Jo 2,11). Foi ela, a Imaculada, isenta de toda a mancha original ou atual, e sempre intimamente unida com seu Filho, que, como outra Eva, juntamente com o holocausto dos seus direitos maternos e do seu materno amor, o ofereceu no Gólgota ao Eterno Pai por todos os filhos de Adão, manchados pela sua queda miseranda; de modo que a que era fisicamente Mãe da nossa divina cabeça foi, com novo título de dor e de glória, feita espiritualmente mãe de todos os seus membros. Foi ela que com suas eficacíssimas orações obteve que o Espírito do divino Redentor, dado já na cruz, fosse depois em dia de Pentecostes conferido com aqueles dons prodigiosos à Igreja recém-nascida. Ela finalmente, suportando com ânimo forte e confiante imensas dores, verdadeira Rainha dos mártires, mais que todos os fiéis, "completou o que falta à paixão de Cristo... pelo seu corpo que é a Igreja" (Cl 1,24), e assistiu o corpo místico de Cristo, nascido do Coração rasgado do Salvador, com o mesmo amor e solicitude materna com que amamentou e acalentou no berço o menino Deus.

107. Ela pois, Mãe santíssima de todos os membros de Cristo,) a cujo Coração Imaculado confiadamente consagramos todos os homens, e que agora em corpo e alma refulge na glória e reina juntamente com seu Filho, nos alcance dele que sem interrupção corram os caudais da graça da excelsa cabeça para todos os membros do corpo místico, e, como nos tempos passados, assim hoje proteja a Igreja com seu poderoso patrocínio e lhe obtenha finalmente a ela e a toda a humana sociedade tempos mais tranqüilos.

108. Confiado nesta celeste esperança, como penhor das graças celestes e atestado da Nossa particular benevolência, a todos e a cada um de vós, veneráveis irmãos, e aos rebanhos a vós confiados, concedemos de todo o coração a bênção apostólica.

Dado em Roma, junto de São Pedro, no dia 29 de junho, festa dos Santos apóstolos Pedro e Paulo, no ano de 1943, V do nosso pontificado.  PIO PP. XII”

 

 

 

 

 

 


 

 

 


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