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sábado, 16 de julho de 2022

O OLHAR DE JESUS NO JUÍZO FINAL

 


Podemos imaginar como o olhar de Nosso Senhor refletiu o Seu bondoso Coração enquanto viveu entre os homens. Já antes de nascer, os místicos dizem que Ele se privou da luz de seus olhos no seio virginal de Maria Santíssima como um verdadeiro martírio, prevendo já os piores momentos que iria passar ao final de Sua vida. Ao nascer, derramou todo seu inocente olhar dentro dos olhos de Sua Mãe Santíssima, com a qual teve colóquios e olhares amorosos durante toda a vida terrena.

Em Sua Paixão e Morte, os olhares de Nosso Senhor Jesus Cristo percorriam a multidão à procura de um olhar e um coração piedosos que tivessem compaixão d’Ele. Procurava aquele contato amoroso que teve com Santa Madalena, de Coração a coração através do simples gesto do olhar, a fim de atrair as almas para Si. Até que os ímpios lhe vendaram os olhos para que não tocasse tão bondosamente os olhares das pessoas que estavam ali e as convertesse. Ao ter seu corpo deitado no santo sepulcro taparam seus olhos com duas moedas, a forma como é visto hoje no Santo Sudário de Turim. Quis assim ficar impedido de exercer seu juízo sobre os homens naquele momento para exercê-lo em sua plenitude no Juízo Final.

Finalmente, no Juízo Final teremos o último olhar de Jesus Cristo, que será terrível para os ímpios e cheio de bondade para os justos. Refletirá nesse momento tanto o Coração cheio de bondade e misericórdia quanto de Justiça. Naquele momento ninguém terá poder suficiente para lhe colocar uma venda como o fizeram na sua Paixão.

Santa Catarina de Siena diz como será aquele olhar final:

 

Aos olhos do condenado, sem embargo, ele aparecerá com aquele olhar terrível e tenebroso, que tem o mesmo condenado em si mesmo”.

 

Completa Santa Catarina dizendo que isso não quer dizer que Jesus Cristo, a Bondade suma e infinita, tenha um “olhar temível e tenebroso”, mas sim que será esta a forma com que o condenado O verá por “ter o mesmo olhar dentro de si mesmo”...

Santa Teresa de Jesus manifesta também grande temor daquele olhar terrível:

“Nunca tive tanto medo dos tormentos do inferno que não fosse menos que nada em comparação do que tinha quando me lembrava que os condenados haviam de ver irados estes olhos tão formosos e mansos e benignos do Senhor...”[1]



[1] Obras Completas de Santa Teresa de Jesus – Carmelo do Porto, Portugal – pág. 801


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