Prestes a funcionar a mudança de horário, o chamado "Horário de Verão", reproduzimos abaixo nossa postagem "O Horário de Verão e as Teorias de Conspiração"
No início, a suposta economia com o horário de verão apresentava suas razões com base no consumo de velas. Isto se deu no século XVIII sob o advento das invenções de Franklin, mas suas idéias não comoveu ninguém. Somente no início do século XX a idéia veio a vingar na Europa, e no Brasil a partir de 1931. Hoje, a medida é posta em uso por quase todos os países do mundo.
De outro lado, corre solta na internet mil disparates sobre o que se denominou de “teorias de conspiração”, pela qual quase tudo o que ocorre no mundo, especialmente no político, é fruto de uma enorme conspiração universal. Banalizado assim o tema, fica difícil se comprovar uma conspiração no seu verdadeiro sentido e origem. Principalmente se essa “conspiração” não seja algo tão óbvio, nem de caráter tão político como soe acontecer com a maioria delas.
A par disso há um certo consenso sobre a teoria de que o que domina os fatos históricos ou políticos é o dinheiro. E por detrás do dinheiro há o poder e as conspirações para se chegar até ele. É somente isso que move o mundo. Quando alguns filósofos dizem que o que move o mundo são as idéias, os pragmáticos (hoje em profusão) os desmentem dizendo que o que move o mundo é o dinheiro e o poder e nada mais. E para comprovar distorcem os fatos, ou os apresentam somente pelo lado financeiro, prioridade enaltecida perante outros aspectos muito mais importantes.
Na questão do horário de verão, é claro, predomina o dinheiro: a mudança do horário faria uma economia de energia elétrica (hoje, e de velas, ontem) muito importante para o país. E se algum filósofo disser que há motivação ideológica maior do que financeira todos rirão dele. Algumas autoridades governamentais esforçam-se anualmente para comprovar o vantajoso percentual de economia feita com a mudança do horário de verão. Estes percentuais são tão imprecisos e nebulosos quanto as explicações para o grande “apagão” elétrico ocorrido em novembro deste ano que afetou mais da metade do país.
E qual seria a motivação filosófica, e não financeira, para a mudança do horário de verão em diversos países do mundo? Baseado em mais uma “teoria da conspiração”, o nosso filósofo teria que dizer (sem nada provar, é claro, devido ao caráter velado de tal “conspiração”) mais ou menos o seguinte:
a) O horário de verão visa unicamente mudar ou confundir o relógio biológico das populações, criando um horário artificial, pois o organismo humano estando acostumado com um horário natural, criando-se outro viriam várias atrapalhações no seu dia-a-dia, até mesmo de natureza orgânica (horário para acordar, comer, trabalhar, dormir, etc.);
b) Esta confusão de horários serviria para acostumar as populações com as mudanças abruptas e até mesmo anti-naturais que se fizessem no campo político ou social;
c) O caos do horário biológico serviria de forte complemento para a implantação do caos político e a anarquia: quem se acostuma com o caos em si mesmo aceita facilmente o caos social.
No início, a suposta economia com o horário de verão apresentava suas razões com base no consumo de velas. Isto se deu no século XVIII sob o advento das invenções de Franklin, mas suas idéias não comoveu ninguém. Somente no início do século XX a idéia veio a vingar na Europa, e no Brasil a partir de 1931. Hoje, a medida é posta em uso por quase todos os países do mundo.
De outro lado, corre solta na internet mil disparates sobre o que se denominou de “teorias de conspiração”, pela qual quase tudo o que ocorre no mundo, especialmente no político, é fruto de uma enorme conspiração universal. Banalizado assim o tema, fica difícil se comprovar uma conspiração no seu verdadeiro sentido e origem. Principalmente se essa “conspiração” não seja algo tão óbvio, nem de caráter tão político como soe acontecer com a maioria delas.
A par disso há um certo consenso sobre a teoria de que o que domina os fatos históricos ou políticos é o dinheiro. E por detrás do dinheiro há o poder e as conspirações para se chegar até ele. É somente isso que move o mundo. Quando alguns filósofos dizem que o que move o mundo são as idéias, os pragmáticos (hoje em profusão) os desmentem dizendo que o que move o mundo é o dinheiro e o poder e nada mais. E para comprovar distorcem os fatos, ou os apresentam somente pelo lado financeiro, prioridade enaltecida perante outros aspectos muito mais importantes.
Na questão do horário de verão, é claro, predomina o dinheiro: a mudança do horário faria uma economia de energia elétrica (hoje, e de velas, ontem) muito importante para o país. E se algum filósofo disser que há motivação ideológica maior do que financeira todos rirão dele. Algumas autoridades governamentais esforçam-se anualmente para comprovar o vantajoso percentual de economia feita com a mudança do horário de verão. Estes percentuais são tão imprecisos e nebulosos quanto as explicações para o grande “apagão” elétrico ocorrido em novembro deste ano que afetou mais da metade do país.
E qual seria a motivação filosófica, e não financeira, para a mudança do horário de verão em diversos países do mundo? Baseado em mais uma “teoria da conspiração”, o nosso filósofo teria que dizer (sem nada provar, é claro, devido ao caráter velado de tal “conspiração”) mais ou menos o seguinte:
a) O horário de verão visa unicamente mudar ou confundir o relógio biológico das populações, criando um horário artificial, pois o organismo humano estando acostumado com um horário natural, criando-se outro viriam várias atrapalhações no seu dia-a-dia, até mesmo de natureza orgânica (horário para acordar, comer, trabalhar, dormir, etc.);
b) Esta confusão de horários serviria para acostumar as populações com as mudanças abruptas e até mesmo anti-naturais que se fizessem no campo político ou social;
c) O caos do horário biológico serviria de forte complemento para a implantação do caos político e a anarquia: quem se acostuma com o caos em si mesmo aceita facilmente o caos social.
Um profeta do horário de verão
Assim resumida esta “teoria de conspiração” como causa do horário de verão, cuja idéia teria influenciado vários governantes do mundo, vejamos agora um precedente dela. Trata-se de um “profeta” de seu enunciado, alguém que a previu muitos anos antes: falamos do escritor de contos de terror Edgard Alan Poe, morto na segunda metade do século XIX num de seus acessos de delirium-tremens alcoólico.
Alan Poe imaginou a idéia do nosso moderno horário de verão num conto (“O Diabo no Campanário”, 1839). Havia uma certa aldeia, onde reinava a mais completa paz e harmonia, como soe acontecer com os pequenos lugares, onde todos cumpriam seus deveres, acordando sempre às 5 ou 6 horas da manhã, indo às missas das sete, almoçando ao meio-dia, fazendo a sesta da tarde, recolhendo-se após os toques do Ângelus das 18 horas, etc. Havia no lugarejo uma lenda segundo a qual viria futuramente um demônio para transformar a vida daquele povo e o levaria a uma grande agitação. Certo dia, o tal diabo, em forma de monstro, chegou na povoação, entrou pela rua principal, mas não fez mal a ninguém: ele simplesmente subiu no campanário da única pequena igrejinha e, chegando lá, adiantou o ponteiro do relógio em uma hora. Como a população só sabia as horas através do relógio da igreja, a partir daquele momento a inquietação dominou a todos: a hora de acordar, de comer, de trabalhar passou a ser completamente diferente daquela que o organismo humano de seus habitantes estava acostumado há muitos anos. E ninguém teve coragem de enfrentar o poder do diabo e subir na torre da igreja para acertar o relógio. E assim sofriam os efeitos do caos sem lutar contra ele. Que intenção conspiratória teria o diabo para adiantar o relógio de uma aldeia em uma hora? Simplesmente criar o caos no relógio biológico dos homens.
Será que não ocorre o mesmo hoje conosco a propósito do horário de verão? O simples argumento de que ele é necessário por causas econômicas, embora isto seja duvidoso, faz com que todos se acomodem e passem a conviver com este caos em nossa rotina. Pois é, segundo um pensar moderno o dinheiro move tudo. É mais importante economizar uns míseros trocados (que não vão servir para nada) do que a tranqüilidade da rotina e menos estresse na forma de viver.
Alan Poe imaginou a idéia do nosso moderno horário de verão num conto (“O Diabo no Campanário”, 1839). Havia uma certa aldeia, onde reinava a mais completa paz e harmonia, como soe acontecer com os pequenos lugares, onde todos cumpriam seus deveres, acordando sempre às 5 ou 6 horas da manhã, indo às missas das sete, almoçando ao meio-dia, fazendo a sesta da tarde, recolhendo-se após os toques do Ângelus das 18 horas, etc. Havia no lugarejo uma lenda segundo a qual viria futuramente um demônio para transformar a vida daquele povo e o levaria a uma grande agitação. Certo dia, o tal diabo, em forma de monstro, chegou na povoação, entrou pela rua principal, mas não fez mal a ninguém: ele simplesmente subiu no campanário da única pequena igrejinha e, chegando lá, adiantou o ponteiro do relógio em uma hora. Como a população só sabia as horas através do relógio da igreja, a partir daquele momento a inquietação dominou a todos: a hora de acordar, de comer, de trabalhar passou a ser completamente diferente daquela que o organismo humano de seus habitantes estava acostumado há muitos anos. E ninguém teve coragem de enfrentar o poder do diabo e subir na torre da igreja para acertar o relógio. E assim sofriam os efeitos do caos sem lutar contra ele. Que intenção conspiratória teria o diabo para adiantar o relógio de uma aldeia em uma hora? Simplesmente criar o caos no relógio biológico dos homens.
Será que não ocorre o mesmo hoje conosco a propósito do horário de verão? O simples argumento de que ele é necessário por causas econômicas, embora isto seja duvidoso, faz com que todos se acomodem e passem a conviver com este caos em nossa rotina. Pois é, segundo um pensar moderno o dinheiro move tudo. É mais importante economizar uns míseros trocados (que não vão servir para nada) do que a tranqüilidade da rotina e menos estresse na forma de viver.
Apesar de causar mais incômidos do que economia...
Na Wikipédia há as seguintes informações sobre os incômodos desta mudança de horário:
• Nos estados brasileiros onde não vigora o horário de verão, os impactos que as pessoas sentem são na programação das emissoras de televisão e nas agências bancárias, onde o horário de funcionamento em muitos locais é antecipado em uma hora, para compatibilizar com o horário de Brasília. No entanto, algumas afiliadas ou emissoras próprias das redes de televisões (localizadas no Norte, Noroeste, Nordeste e Oeste), geralmente afiliadas às grandes Redes SBT, Record, Bandeirantes, preferem atrasar a programação nacional em uma hora para garantir a programação local no horário normal. Porém, as atrações classificadas para maiores de 12 e quatorze anos, as emissoras são obrigadas a exibir em relação do horário de Brasília, como no caso da Rede Globo entre 2009 a 2010.
• Em Portugal, quando se está no período de horário de verão, o sol põe-se entre as 18h45min e as 21h05min, em contra-partida, o nascente dá-se entre as 6h10min e as 7h55min. Notar que o horário de verão está em vigência durante a primavera e verão, mas também durante o primeiro mês de outono. Assim, os últimos dias de outubro, anteriores à mudança de horário, são o período do ano em que o sol nasce mais tarde na hora oficial, e não durante o mês de dezembro, que corresponde aos dias mais curtos.[6]
• A mudança de horário impacta os sistemas críticos de informática em uso nas empresas. Alguns destes sistemas precisam ser desligados e religados para que a atualização de horário não provoque problemas internos nos programas e nem efeitos indesejáveis. O mesmo acontece para a volta ao horário normal
• Nos estados brasileiros onde não vigora o horário de verão, os impactos que as pessoas sentem são na programação das emissoras de televisão e nas agências bancárias, onde o horário de funcionamento em muitos locais é antecipado em uma hora, para compatibilizar com o horário de Brasília. No entanto, algumas afiliadas ou emissoras próprias das redes de televisões (localizadas no Norte, Noroeste, Nordeste e Oeste), geralmente afiliadas às grandes Redes SBT, Record, Bandeirantes, preferem atrasar a programação nacional em uma hora para garantir a programação local no horário normal. Porém, as atrações classificadas para maiores de 12 e quatorze anos, as emissoras são obrigadas a exibir em relação do horário de Brasília, como no caso da Rede Globo entre 2009 a 2010.
• Em Portugal, quando se está no período de horário de verão, o sol põe-se entre as 18h45min e as 21h05min, em contra-partida, o nascente dá-se entre as 6h10min e as 7h55min. Notar que o horário de verão está em vigência durante a primavera e verão, mas também durante o primeiro mês de outono. Assim, os últimos dias de outubro, anteriores à mudança de horário, são o período do ano em que o sol nasce mais tarde na hora oficial, e não durante o mês de dezembro, que corresponde aos dias mais curtos.[6]
• A mudança de horário impacta os sistemas críticos de informática em uso nas empresas. Alguns destes sistemas precisam ser desligados e religados para que a atualização de horário não provoque problemas internos nos programas e nem efeitos indesejáveis. O mesmo acontece para a volta ao horário normal
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