sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A “Cortina de Fumaça” na mídia

Algumas das teses do filósofo de esquerda americano (uma espécie de “esquerda de frases de efeito”) Noam Chomsky sobre o papel da mídia nos dias hoje realmente são interessantes e cabíveis, outras duvidáveis; no entanto, vale a pena elencar algumas delas, como as citadas abaixo.
O ponto de vista do filósofo é sempre baseado na crítica da burguesia e seus instrumentos de dominação, como é o caso da mídia. Os aspectos psicológicos, éticos e até mesmo conspiratórios não são por ele analisados. Apesar do último caso de Murdoch, em Londres, quase ninguém fala sobre esse último aspecto. É claro que não se deve cair no exagero da “teoria da conspiração”, título de um filme de Mel Gibson e que criou sucesso entre as redes sociais imaginando conspiração em tudo.
Como se sabe. o magnata Rupert Murdoch disse ao parlamento britânico que não era o responsável pelo escândalo das escutas telefônicas ilegais feitas por seu jornal News of the World. No entanto, o que não ficou bem claro é que nem sempre é o dono quem dá a tônica dos jornais, pois eles apenas dirigem os negócios financeiras da empresa jornalística, enquanto os editores é que fazem a manipulação da opinião pública. Tanto nos jornais quanto nas emissoras de rádio e TV, quem realmente manda na forma de usar o sagrado direito de liberdade de expressão são os jornalistas.
Eis algumas das teses de Noam Chomsky:


A estratégia da distração (que eu chamaria de “cortina de fumaça”)

“O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas.
A técnica é a do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações sem importância.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética.
Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, atraída por temas sem importância real”.

Utilizar o aspecto emocional muito mais que a reflexão

"Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para curto-circuitar a análise racional, e neutralizar o sentido critico dos indivíduos.
Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir a determinados comportamentos".

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

"Fazer crer ao povo que está na moda a vulgaridade, a incultura, o ser mal falado ou admirar personagens sem talento ou mérito algum, o desprezo ao intelectual, o exagero do culto ao corpo e a desvalorização do espírito de sacrifício e do esforço pessoal."

O Papel da ética e da moral

A meu ver, os aspectos éticos são mais importantes. Vocês já perceberam que em quase toda notícia de um assalto o repórter sempre termina ressaltando... “o bandido até agora não foi preso”, ou então, que o ato de violência foi realizado bem perto de algum destacamento ou delegacia policial? Qual a razão dessa ênfase? É para criar descrédito nas instituições. Geralmente as notícias de caráter político também vão nessa linha. Se isso é feito de forma generalizada na imprensa não significa o propósito de criar uma comoção social, de revolta e de desejo de vingança, por exemplo, quando os crimes ficam impunes? Há ainda outro aspecto: a exposição da boa fama e da moral de pessoas perante o público, como ocorreu com a Escola de Base de São Paulo, simplesmente porque o que lhes importa é a audiência.
Uma onda recente que invade os canais de TV em todo o Brasil, cujo programa-modelo pode ser o que é dirigido pelo jornalista Datena da Band: violências, escândalos e sensacionalismos, com o intuito aparente de se defender o público das coisas erradas que ocorrem no país. O jornalista e seu canal funcionaria como o verdadeiro paladino em defesa da população. Há muita notícia que ninguém necessita de saber, como a do namorado que mata a namorada e depois se suicida, a do ladrão que executa a vítima depois do assalto, a do policial corrupto que recebe propina para soltar um bandido, etc. No caso de denúncias do tipo corrupção há um batalhão de repórteres espalhados pelo Brasil com câmaras e microfones escondidos a fim de revelar segredos, muitos dos quais de nada servem para a população serem ou não revelados. O normal seria que esses assuntos ficassem restritos aos canais competentes, ou seja, a polícia e a justiça. E não pensem que o problema se circunscreve ao Brasil: recentemente, na Espanha, um jornalista ganhou um prêmio, concedido a reportagens feitas exatamente no mesmo feitio das citadas acima – são chamadas “reportagens investigativas” ou coisa que o valha. Em toda essa onda uma coisa fica patente: cada vez mais a população vai perdendo a esperança nas instituições, nas pessoas, nos poderes, enfim, em tudo, e se cria a impressão de que tudo está perdido, o único caminho daqui pra frente é o do desespero, da revolta, da indignação...

Técnica da “cortina de fumaça”

Na manipulação da opinião pública, tão volúvel e manipulável que ela é nos dias de hoje, acho que estão se utilizando no Brasil de uma técnica que eu denominaria de “cortina de fumaça”. Um público não afeito à reflexão, sujeito aos impulsos da mídia eletrônica e imediatista, fica muito fácil de ser manipulado para desígnios escusos.
No que consiste a “cortina de fumaça”? Consiste em chamar a atenção do público para um tema e com isso proteger a imagem de algumas personalidades, deixadas em segundo plano. Como assim? Vejamos.
Vou começar por relatar os últimos casos que andei analisando. Desde que a presidente Dilma assumiu a presidência começaram a explodir denúncias contra seus ministros, dando a clara impressão de que se trata de coisa orquestrada. Quer dizer, orquestrada pela mídia. As denúncias e o desenrolar delas cansam o público de tão repetitivas e monótonas. Todo dia a mesma coisa: “o ministro viajou no avião pago por um empresário”, “o ministro mentiu”, “o ministro diz que ninguém prova que é corrupto...”, etc., etc. Isso não se parece com o denuncismo anterior, desde aqueles contra Sarney, ou contra o deputado que pagava a pensão da amante com o dinheiro de uma empresa? Estas eram do tempo de Lula, mas agora mesmo estando em “novo” governo, elas seguem o mesmo esquema.
Algumas revistas, como a “Veja” e “Istoé”, arvoraram-se a si o papel de fiscais de moral pública e se aplicam religiosamente ao denuncismo profissional. Dizem eles que faz parte da tão decantada “liberdade de expressão” acusar, denunciar, fazer o papel de ministério público e levar as pessoas às barras dos tribunais. Inclusive se orgulham de com isso estar prestando inestimável e louvável serviço à sociedade, a qual pareceria desamparada não fosse essa mídia acusatória. Considero o papel da imprensa nesse caso (toda a mídia, escrita, falada ou televisiva) como se fosse um pau de mexer em estercos: as fezes estão como que escondidas, mas o pau da mídia mexe nelas para que se sinta seu mau cheiro, sem, no entanto, aplicar nenhum desinfetante a fim de acabar com a fedentina.
Em suma: é necessário que a opinião pública esteja sendo sempre sacudida com escândalos contra o governo e as instituições sociais, pois isso faz parte da técnica de causar desilusão e frustração no público, mas é preciso que os alvos sejam pessoas específicas que giram em torno do (ou da) presidente, ou da personalidade que se quer ocultar, sem que atinja a autoridade (ou a imagem) que se quer proteger. Na hora que o escândalo estoura, a presidente (ou antes, o presidente) aparece simplesmente como juiz ou como autoridade séria e proba, ás vezes até “punindo” o culpado, mas não transparecendo que arranhe sua moral ou sua imagem perante o público.
E a mídia tem cumprido religiosamente seu papel. E repetem as fofocas contra os ministros em queda livre de forma até cansativa. O último foi o da pasta da Trabalho, e sou capaz de apostar que (logo que ele caia) não demorará uma semana para aparecer outro escândalo com outro membro do governo. Menos com Dilma, é claro.
Depois que o sujeito cai, seu nome sai do noticiário. Ninguém fala mais dos ministros defenestrados nos últimos meses do governo Dilma. Por que? Porque só se falava deles quando estavam no cargo e por causa dos escândalos, pois assim se desmoralizava a autoridade do governo enquanto tal, mas a imagem da pessoa que se queria proteger ficava incólume. Dilma nunca teve seu nome ligado a nenhum comentário desmerecedor que saía ou sai na mídia. Continua tão intocável quanto Lula.
Mas isso não ocorre somente no Brasil, pois na Espanha, apesar do grande fracasso do governo socialista de Zapatero, as notícias nunca o atingem mas somente seus ministros ou colaboradores mais próximos. Ou seja, a mídia é a mesma em toda parte, sempre protegendo as esquerdas.
Isso não é verdadeiramente uma coisa orquestrada?

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Qual o papel da figura do malandro na preparação psicológica dos chefes do tráfico de drogas?

O quinto poder
Os informes e dados abaixo sobre o Brasil podem ser aplicados a qualquer país moderno, seja europeu, americano, africano ou asiático, pois tudo isso é decorrente da vida moderna. Dir-se-ia que a violência também foi "globalizada". No Brasil, porém, os bandidos chegaram a se organizar de tal forma que podem se considerar como um poder que rivaliza com o Estado. Teríamos já instaurado no Brasil o "quinto poder", pois o Estado possui os três poderes convencionais (Executivo, Legislativo e Judiciário), a mídia é considerada o quarto poder, e agora o banditismo tornou-se o quinto.
De tal forma este "quinto poder" tem crescido que já desafia os outros quatro. Foi o que ocorreu com a morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo, ocorrida no dia 2 de maio de 2002, quando os bandidos o julgaram e o assassinaram como se fossem juízes de um processo qualquer. É diferente do assassinato do cinegrafista da Bandeiras ocorrido há poucos dias, que ocorreu no meio de um confronto entre policiais e bandidos. Depois do desafio da mídia, resolveram os bandidos desafiar o próprio Governo, ora enfrentando a polícia, ora atacando prédios públicos ou mesmo fóruns e delegacias, com o objetivo explícito de intimidar, como ocorreu de forma massiva em São Paulo naquele triste dias das mães.
A partir de março de 2003 o denominado "crime organizado" começou a mandar matar juízes, numa acintosa afronta ao estado de direito do País. E culminou com o último assassinato da juíza em Niterói ocorrido há poços meses, desta feita um crime cometido por policiais corruptos, mas, embora policiais, aliados dos bandidos.
Depois, tornou-se comum darem ordens para que todo o comércio de certos bairros onde dominavam feche as portas. Passou-se a ver os bandidos andando pacificamente pelas ruas fortemente armados, contando com a ausência da polícia. Hoje, numa transmissão de TV em que narrava tais fatos, o repórter (da Record) chama os bandidos de soldados, dizendo “vejam os soldados fortemente armados andando pelas ruas...” É o quinto poder...
Em depoimento prestado à Justiça um dos chefes do crime organizado, José Márcio Felício, "O Geleião", afirma que o PCC (Primeiro Comando da Capital, facção criminosa similar ao "Comando Vermelho") possuía grande estrutura organizacional. Segundo delação feita pelo bandido, seus ex-comparsas tinham cerca de 2.000 “funcionários”, verdadeiro exército em ação. A maioria dessas pessoas trabalhava para a organização fornecendo importantes informações. Desse grupo, cerca de 100 pessoas fazem operações e formam o braço armado do bando. Na última invasão da “Rocinha” a polícia informa contingente numeroso de colaboradores dos bandidos, a maioria entre os próprios moradores do morro. Desta forma eles se arrogam o poder de
mandar que o comércio de determinados bairros feche as portas quando assim o desejarem. Fatos semelhantes já estão também ocorrendo em outras capitais, como Salvador, na Bahia.
A situação era essa nos morros do Alemão, Vila Cruzeiro e da Rocinha antes de serem invadidos pela polícia. A palavra “invadido” dá bem a idéia da situação: trata-se de ocupar um terreno possuído pelo inimigo em guerra. E na “ocupação” foi utilizado até tanques de guerra.
Repetimos aqui a indagação feita em postagem anterior: o crime é organizado ou o governo é desorganizado? Por que o governo de Lula esperou até o final de seu mandato (novembro de 2010) para autorizar a invasão dos morros? Autoridades policiais do Rio afirmaram que não o fizeram antes porque o governo federal não o tinha autorizado, haja vista que as forças invasoras eram também compostas de tropas federais.

Qual o papel da figura do malandro na psicologia popular?

Uma figura que a mídia sempre propagou foi a do malandro. Desde o início do século XX que ela é apresentada como certo “modelo” ao nosso povo. Primeiramente, veio o malandro do samba, do morro, pintado como um cara esperto e ladino, conseguindo levar vida mansa, inclusive enganando aos incautos. Esse modelo de esperteza ganhou a simpatia popular e passou a pautar a vida pública, inclusive de políticos.
Quando se pretendia criar uma música nova sobre o Rio, ou que se referia ao samba ou ao carnaval carioca, a figura do malandro era sempre realçada. Foi assim que o famoso Noel Rosa destacou-se em suas melodias, embora seu título mais conhecido seja o de “Poeta da Vila”. Mas outros compositores sobressaíram-se mais como exemplo de malandros realizados e completos, como Dicrós e Bezerra da Silva, sambistas famosos que criaram até uma música com o título de “ópera do malandro”, que é também o nome de uma peça de Chico Buarque.
A fim de que a figura do malandro fosse mais propagada, a Walt Disney criou um personagem famoso, o Zé Carioca: um papagaio, como não poderia deixar de ser, muito esperto e que sempre sabe se sair bem das enrascadas e dar golpes até em seus amigos. Até a década de 60, havia um outro personagem que também personificava o malandro: foi o famoso “Amigo da Onça”, criação de Péricles Moreira da Rocha na revista “O Cruzeiro”, cuja esperteza era sempre elogiada pelos leitores da revista como exemplo de inteligência e sagacidade. Outros malandros ficaram célebres no passado, alguns criados no cinema, como Oscarito que o personificava muito bem.

Será que a figura do malandro, sendo assim tão propalada como um exemplo para a sociedade, não tornou-se um mal, por inspirar em todos a idéia de que é lícito ser esperto e enganar os semelhantes? Quer dizer, será que essa figura não gerou o político corrupto e o traficante labioso? Não que os tenha produzido na raiz, mas sim que tenha criado clima psicológico na sociedade para que atuem impunemente.

É claro que há um tipo de esperteza legítima, como aquela, por exemplo, da história do Gato de Botas, onde o gato faz seu amo passar por um marquês a fim de se sair bem das complicações em que se metiam. Mas a do malandro carioca sempre tendia para a desonestidade, a sagacidade para enganar o próximo, o esperto que vivia num mundo cercado de pessoas incautas e bobas. Pois bem, essa esperteza do malandro fez escola, muito bem assimilada pelos políticos e traficantes, que a usam naturalmente no seu dia a dia. Esse tipo de esperteza, porém, não é coisa nova. Há exemplos similares no passado.
Temos exemplo dentre os próprios bandidos. Um deles nos é contado pelo historiador francês Henri Robert, ao retratar a vida de um bandido que dominava a Paris do Ancien Regime. O tipo de esperteza dele é muito conhecido: fazia-se passar por um homem bom e amigo dos humildes, auxiliando os mais necessitados dos bairros pobres de Paris. Com isso conseguia proteger-se contra as investidas da polícia, pois era ocultado dela pelos próprios moradores seus vizinhos, que o tinham como um homem bom. Este tipo de esperteza tornou-se hoje o mais usado pelos traficantes, ao lado, sempre, da malandragem, do engodo, etc. Há também a lenda de Robin Hood que tornou mais popularizado esse método de acobertamento de bandidos entre os cidadãos de bem. Quer dizer, não é nenhuma novidade.

Apesar de se anunciar tanto poder dos bandidos, a invasão da Rocinha ocorreu de forma pacífica, não foi desferido nenhum tiro e alguns bandidos se entregaram sem reação. Pelo que se vê a ação militar vai aos poucos causando maior intimidação aos bandidos, o que tornará mais fácil o controle e extinção ou diminuição do tráfico de drogas e da bandidagem.
O problema não é que os bandidos formam o “crime organizado”, mas é o governo que se mostrava desorganizado.



sábado, 12 de novembro de 2011

Uma Revolução em franco recuo

O “modelo” da Revolução da Sorbonne (Paris, maio de 1968) foi facilmente disseminado pelo mundo. Com base naquela matriz ideológica, diversos grupos realizaram ações revolucionárias em várias partes do planeta.
No Brasil, como alhures, a técnica de conduzir a opinião pública é sempre a mesma. O sucesso obtido na Sorbonne de 68 tem inspirado muita gente a repetir a façanha.
Hoje, no entanto, tudo indica que as diversas revoluções similares que explodem em várias partes do globo conduzem a uma tentativa de universalizá-la mais ainda. Sendo universal, é necessário que haja unidade, pelo menos entre os agentes revolucionários. Por enquanto, a universalidade está nos meios e nos métodos de ação, mas tende a sê-lo também no campo ideológico, dos propósitos. Somente a unidade fará com que se obtenha mais êxito universal.
Quanto aos métodos, tivemos, por exemplo, as diversas manifestações de descontentamentos eclodidas entre os árabes e na Europa, depois transplantadas para os Estados Unidos da América e os países sul-americanos. Para atrair a simpatia do público revestiram-nas com o título de “indignados” e “primavera árabe”. Como o ato de indignar-se não identifica em si disposição para a revolução e o caos, mas uma atitude de revolta contra as injustiças, logo os revolucionários atraíram a simpatia de certo público e conseguiram, inclusive, derrubar alguns governos ditatoriais árabes. Com uso das armas, inclusive. Na Europa, é claro, tinha que ser diferente. E nos Estados Unidos mais ainda, com outra roupagem, outro nomes, com propósitos meio indefinidos, próprios desse tipo de revolução. Dentro do grupo “Ocupem Wall Street”, como não poderia deixar de ser, o tema principal é a guerra contra os bancos e o capitalismo dito “selvagem”, uma velha e surrada tese marxista de luta de classes.
E agora a paticipação nesse movimento está muito mais ao alcance de todos, pois, diferentemente de maio de 68, temos a internet com as redes sociais que divulgam celeremente as ordens, os contatos, as decisões e os programas predeterminados.


O Milagre da “Revolução Espontânea”

Um das características que os faz atraentes para o público é o cunho da espontaneidade. Veja o que publicamos em nossa postagem de 17.10.2011, o milagre da revoluçao espontânea.

Uma frustrada tentativa de repetição da Sorbonne-68

A “Revolução dos indignados” está ainda em curso. No entanto, tudo indica que essa Revolução não avança, mas murcha. Não queremos dizer com isso que a ação desses grupos estancou, mas sim que não encontra eco no restante da população. Trata-se, sempre, de uma minoria isolada, que não encontra apoio da população em geral. Veremos por quê.
Em São Paulo, tivemos recentemente um exemplo fraglante disso. Dentro do Campus da USP houve um crime e a droga corria solta. O reitor resolveu chamar a polícia, como é óbvio, para policiar o recinto das faculdades. “Indignadas” com a ação da reitoria, várias organizações estudantis resolveram protestar: a polícia teria que vigiar a “cracolândia”, a USP não, segundo palavras excitadoras do movimento ditas pelo ministro da Educação.
No entanto, feita uma reunião, a maioria resolveu concordar com a ação da polícia. Primeira derrota dos “indignados” revolucionários, os quais, insatisfeitos, resolveram agir contra a maioria. Cerca de 100 alunos (uma minoria irrisória) invadem o prédio da Faculdade Filosofia. Esperavam que os outros estudantes o apoiassem, mas em vão: a grande maioria, em reunião, decide a desocupação do prédio. Aí, então, cerca de 70 remanescentes daqueles 100, ao sair da Faculdade de Filosofia resolvem invadir o prédio da própria reitoria. Dessa vez, porém, o reitor resolve acionar a justiça, a qual dá um ultimato aos invasores para desocupar o prédio. Como não o fizeram, foram expulsos pelos policiais. Esta última ação ocorreu no dia 8 de novembro.
No dia seguinte, os grupos revolucionários fazem nova tentativa de conquistar a adesão dos estudantes e proclamam uma greve em protesto contra a ação policial no recinto da USP. Nova derrota. Não há adesão ao movimento, o qual mingua por falta de participantes. Será que esperavam ocorrer o mesmo que na Sorbonne de maio de 68, quando uma minoria invadiu uma faculdade, depois a própria universidade, passando posteriormente para as ruas e as fábricas? Pode ser que não, pelo menos entre os indivíduos de base, mas em todos os outros movimenos semelhates havidos em outras partes do mundo, inicialmente há sempre uma causa pequena e de pouca repercussão, para, depois se partir para uma questão nacional e até internacional, que é o escopo dos líderes. Esta, da USP, foi um fiasco total.
Uma particularidade, que a mídia chamou a atenção desde o início desse movimento: os invasores da reitoria da USP são, na maioria, filhos de gente rica ou de classe média. Alguns dos pais foram até à polícia para protestar dizendo que estavam sendo vítimas de perseguição política. Eles pleiteavam o “direito” de seus filhos fumarem maconha no recinto da USP e acusam a justiça de “perseguição política”.
O que reflete bem o tipo de ação promovida nos bastidores por gente desse tipo é retradado pelo jornal “Folha de São Paulo”(edição de 10.11.2011), ao relatar o seguinte episódio:

“Quinze socialites se reuniram anteontem à tarde, nos Jardins (zona oeste), para debater o combate à corrupção e outros temas. Antes mesmo de começar, a pauta já era outra. “Ei, menino, sabe que fim deu a confusão da USP?”, assuntou uma das integrantes do Grupo Ação em Cidanania à reportagem. PMs haviam retirado, horas antes, os invasores da reitoria. Iniciada a reunião pela psicalanista Maria Cecília Parasmo – regada a refrigerante, bolacha e bolo -, o debate ficou em torno de como “mobilizar o povo” e “para quê”. Para Ana Paula Junqueira, pré-candidata do PMDB a vereadora, o brasileiro deveria se inspirar na Primavera Árabe.. Quando o tópico voltou para os conflitos na USP, os ânimos se exaltaram. A historiadora Maria Cecília Naclério sugeriu que o grupo de invasores teria ligação com máfias (“tudo isso é orquestrado”). Já a presidente da Associação de Mulheres de Negócios, Márcia Kitz, questionou se a PM não deveria ter sido mais incisiva, com uso de bombas de efeito moral e jatos d’água. Após publicação de Vídeo pela TV Folha, ontem, o termo “socialites” ficou entre os mais comentados no Twitter em SP”. (FSP, 10.11.2011, caderno Cotidiano, C3).

A queda da disponibilidade revolucionária

Estar disponível é ter um espírito propenso e pronto para a ação. O chamado “mundo virtual” tira um pouco esta disponibilidade, pois enclausura as pessoas numa espécie de “autismo consentido” e numa acomodação egoística. No entanto, torna as pessoas mais manipuláveis.
O que deve ser manipulado pela Revolução? A mesma disponibilidade para a ação, a ação coordenada e universal, assim como a unidade da ação. As pessoas manipuláveis devem agir por impulso, sem raciocinar bem o que estão a fazer nem o seu conteúdo ideológico. Em geral as pessoas são manipuláveis por questões sentimentais, compulsivas, financeiras, etc.
Mesmo assim, tal manipulação tem encontrado muitas dificuldades. Uma delas é que o “mundo virtual” ainda é vivenciado por uma minoria da população, pelo menos em tempo integral. E parace que saturou, não indicando que há para onde crescer mais do que o que já crescreu. Assim, os próprios agentes da manipulação podem ser atingidos pelo parasitismo virtual. As redes sociais funcionam mais como necessidade que as pessoas têm hoje, num mundo tão isolacionista, de se comunicarem, mas parece que não tem surtido muito efeito quando se pretende por ele a ação das massas para promover uma revolução tendenciosa.

Veja nossa postagem Sorbonne, maio 68: motivações imediatas, meros pretextos para a ação

A Revolução e a auto-regência dos seus lideres

Um líder revolucionário, apesar de em geral ter que ser carismático, perde sua auto-regência ao se entregar inteiremente às paixões revolucionárias. Estas paixões, virulentas e irracionais, tendem a obscurecer o “lumen rationis”(a luz da razão), transforando-os em meros autômatos. Também os líderes podem ser influenciados pela tendência a agir por impulsos. É mais cômodo. Desta forma, as lideranças revolucionárias hoje são raras, pois falta-lhes o que denominamos acima de “disponibilidade revolucionária”, necessária para “tocar” a massa para a ação. Um líder perde sua capacidade de liderança quando perde também sua auto-regência, é sabendo governar-se que se governa os outros com eficiência.
Um dos recursos que a Revolução pode usar, nesse caso, é da ação integrada, liderada não por um individuo mas por um grupo, um “comitê”, um soviet. Recurso já usado na Sorbonne para se dá a idéia de que as decisões não são individuais, mas coletivas. Mas esse grupo precisa se utilizar de recursos com que possa mover a “massa” na direção revolucionária. Nesse caso, a técnica mais apropriada (já usada em várias ocasiões) é a “acupuntura social”, pela qual as massas vão agir impulsionadas por fatos ocorridos e provocados de propósito que as levem em direção diferente e até oposta daquilo que pensam e vivem. Um exemplo foi a eleição ganha pelo partido socialista espanhol em 2004, fruto de um atentado terrorista. O atentado foi feito pelos árabes, mas levou a opinião pública a desviar seus votos contrários ao governo conservador, então no poder, dando vitória aos socialistas. Assim, sem um discurso, sem ação de nenhum líder, mas de um grupo, o povo foi levado a agir de forma diferente e até contrária ao que pensava.

Veja nossa postagem: Sorbonne, maio 68: a “acupuntura social”



Vídeos:

Invasão da USP



Ocupem Wall Street



Legenda de um video:
MOVIMENTO OCUPE WALL STREET PODE SER O COMEÇO DE UM NOVO MODELO DE SOCIEDADE, E NOVOS SISTEMAS MAIS JUSTOS DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS NATURAIS.

Os indignados voltam a sair às ruas na Espanha




Uma das características dos povos muçulmanos é o grande atraso em que teimam permanecer, recusando qualquer evolução social. Isso ocorre por causa dos princípios religiosos, embora seja negado por alguns. Há séculos que são dominados por clãs e por regimes tribais. A tônica do noticiário, como se vê abaixo, é que as revoltas vão solucionar todos os problemas: basta que se coloque outro grupo político no poder e se façam eleições. Fácil, né? Quem garante que os políticos que vão suceder aos ditadores vão inaugurar um regime realmente democrático? Quem garante que não vai ser mais uma sucessão de ditaduras? Não se muda a cultura de um povo assim da noite para o dia.
A única novidade em toda essa onda é que a mídia está trombeteando aos quatro ventos que tudo está sendo feito via internet. O que é absurdo, pois muitas dessas revoltas estão sendo feitas por grupos armados, como ocorreu na Líbia e está ocorrendo agora na Síria. Outra novidade é que o movimento é apresentado ao Ocidente como exemplo de uma revolução toda virtual, nascida espontaneamente dentro das chamadas “redes sociais”. Um mito, uma mentira, como vimos acima ao comentar sobre a “espontaneidade revolucionária”.

Primavera árabe – manifestações pacíficas ou Guerra?




A queda da ditadura no Egito





A análise da Revolução, como feita acima, é baseada nas teses da obra “Revolução e Contra-Revolução”, do Prof. Plínio Corrêa de Oliveira, cujo texto pode ser obtido aqui: http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros.asp

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

DELICADAS E FRÁGEIS, PORÉM FORTES

(vê-se na foto acima, Madre Teresa de Calcutá com a Irmã Dulce, duas almas frágeis e fortes)
Se na era do romantismo a opinião pública se inclinava para as almas delicadas, subtis, frágeis, exageradamente delicadas, exageradamente subtis, diríamos exageradamente frágeis se a fragilidade já não fosse em si mesma um defeito e um exagero, em nossos dias, quando a luta pela vida da alma e do corpo impõe um esforço incessante, a admiração se volta mais freqüentemente para as almas poderosas, fortes, realizadoras, enérgicas. E, como tudo quanto é humano é sujeito a exagero, somos propensos não raras vezes a glorificar a força física dos boxeurs e atletas, ou a força quase hipnótica de certos ditadores, como valores absolutos e supremos.
Nisto, como em tudo, um sadio equilíbrio se impõe. E deste equilíbrio é mestra a Igreja Católica, fonte de toda virtude.
Entre a força e a delicadeza de alma não há incompatibilidade, desde que uma e outra sejam retamente entendidas. E uma alma pode ao mesmo tempo ser delicadíssima sem nenhuma fraqueza e fortíssima sem nenhuma brutalidade.
(Plínio Corrêa de Oliveira, em “Catolicismo” Nº 52 - Abril de 1955)

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Qual o papel dos partidos socialistas na crise européia?



Muito coincidentemente ou não, os principais países em crise na Europa são dominados por partidos socialistas, especialmente Espanha, Portugal e Grécia. Este último, com o cancro de certa democracia igualitária e populista o roendo há milênios (foi pioneiro nesse regime), está causando encrenca ainda mais grossa para o restante dos parceiros do euro. Como as medidas políticas tomadas por tais governos (socialistas) sempre andam na linha da “democracia financeira”, quer dizer, fazer do Estado um interventor em todos os campos econômicos e sociais em benefício de uma suposta divisão das riquezas ou da promoção previdenciária de uma população cada vez mais velha, no final acabam sempre numa derrocada financeira e econômica no cômputo geral.
Não foi suficiente ainda os fracassos sociais e econômicos ocorridos em governos socialistas, como o mais rotundo de todos que foi o da ex-URSS ou mesmo, por último, da Venezuela, para fazer com que ainda haja quem defenda leis ou regimes de tal natureza. Razão tinha Margareth Thatcher ao afirmar que o socialismo só dá certo enquanto perdurar o dinheiro dos capitalistas. Quando este último acabar, morre com ele o socialismo. Não é que aqueles países tornaram-se socialistas, daqueles do tipo clássico, com toda a economia controlada pelo Estado. Não, isso ainda não; mas há uma enxurrada de leis que levam para isso. E a Comunidade Econômica Européia foi o pontapé inicial dado para a completa e utópica igualdade dos países da zona do euro.
A ironia é que a corda parece vir favorecendo os países chamados “emergentes”, como os do grupo denominado BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China). E a maior de todas as ironias é que a antiga URSS, hoje representada somente pela Rússia, a maior desafiadora do império americano, antigamente chamada a “segunda maior potência do mundo”, tenha de repente se transformado num simples “emergente” ao lado do Brasil, outrora país do “terceiro mundo” (um título em desuso). Durante décadas a opinião pública mundial ouviu o bluff do poderio da URSS, e hoje não parece perceber que bravata maior arrota a China. Vem agora a complementação irônica disso tudo: vem partindo destes países ditos “emergentes” o exemplo e o conselho de como a Europa deve resolver seus problemas. Uma bravata atrás da outra, é o que se vê partindo daqui do Brasil, da China, da Índia e da Rússia.
Agora está sendo divulgado um texto reproduzido no Financial Times que ironiza a mania do governo brasileiro de sair dando conselhos aos outros países. No texto, o autor não se refere a Lula,, mas aquele governante sempre fez o mesmo quando se referia a temas internacionais: era uma espécie de guru das finanças ou de políticas internacionais. O referido texto, denominado “Dilma: os conselhos da tia”, lembra que o Brasil não está em condições de dar conselhos pois é o 152º no ranking do Banco Mundial entre as nações com o pior sistema tributário do mundo, girando em torno de 36% do PIB. Ele mostra também as contradições da presidente brasileira, que condena o protecionismo dos países europeus, mas em seguida aprova uma lei aumentando em 30% o IPI sobre carros importados. Arrogância maior vem arrotando a China, mas o texto se omite sobre o papel dela, cujo governo é oficialmente socialista e comunista.
Enfim, o conselho mais apropriado que algum político poderia dar seria que os países causadores da crise européia desistissem de suas leis cada vez mais socialistas e protecionistas. E explicassem para o mundo que papel tiveram os partidos socialistas na atual derrocada econômica em que jazem tais nações.

Situação da religião no Brasil vista por uma americana



Sarah Darnall é uma estudante americana que veio ao Brasil para estudar português. Como parte de um convênio de hospedagens com a sua universidade, esteve hospedada em minha família durante os seus estudos em nossa terra. Na elaboração de seus trabalhos escolares essas estudantes em geral pedem ajuda de meus filhos, mas nem sempre corrigindo inteiramente os erros de português (como se vê a seguir). Deixou-nos ela o texto abaixo, como parte de seus estudos, fazendo uma análise da situação religiosa de nosso povo.
Em sua primeira observação, Sarah está se referindo a um templo protestante existente em Salvador, que chama sua atenção pela suntuosidade e imponência: trata-se de um dos inúmeros deles construídos pela Igreja Universal que estão espalhados pelo Brasil (muito conhecido em Salvador por ficar em ponto estratégico, numa rua muito movimentada, ao lado do shopping Iguatemi, de grande movimentação). Nem toda a realidade foi informada à estrangeira, pois aquele templo funciona mais como hospedagem (também rendosa) do que como “casa de oração”. Em sua parte superior se instalou um hotel com vários apartamentos destinados a hospedar os visitantes de outras localidades e, circunstancialmente, há um grande auditório embaixo onde se reúnem os seus freqüentadores para ouvir as bravatas dos pastores protestantes. Cognominada de “Catedral da Fé”, o que menos se vê lá é fé, e o que mais se vê são negócios rendosos.
Já o outro comentário da estudante, provavelmente está se referindo a uma pequena igreja católica situada na Ilha dos Frades ou em algumas das outras pequenas ilhotas situadas na Baía de Todos os Santos, construída no século XVIII, mas (coisa rara) ainda em bom estado de conservação. Aquela comunidade, embora pequena, tinha razoável nível de vida no passado e começou a decair como conseqüência do êxodo em busca da capital, como aliás ocorreu com dezenas de pequenas cidades do Recôncavo da Bahia. As igrejinhas, algumas bem decoradas por nossos cuidadosos ancestrais, conservaram-se ou procuram conservá-las em bom estado, talvez com intuitos mais turísticos do que religiosos. No entanto, aí não se vê tanto mais influência do dinheiro do que nas protestantes.
Embora a estudante tenha muita razão em suas observações, no entanto é preciso salientar que no país dela, os Estados Unidos da América, os protestantes também exploram seus fiéis da mesma forma que os brasileiros. Talvez não seja tão contrastante o fenômeno porque lá a população é rica, ou, pelo menos, tem melhor situação de vida. E lá se vê menos a finalidade financeira dos metodistas, luteranos, anabatistas, presbiterianos, etc., que são, aliás, os mentores dos templos de cá.

Segue abaixo o texto da estudante:

"Eu cresci nos Estados Unidos numa família religiosa. Minha família freqüentar a igreja metodista, e geralmente nós vamos à igreja todos os domingos. Mas, acho que não é por causa de sendo pessoas exremamente religiosas. É porque minha família gosta de tradições, e também porque ambos lados de minha família têm sidos metodistas por muito tempo. Vamos à igreja também porque nós gostamos dos sentimentos que nós temos depois do serviço. Acho que a situação de minha família é comum nos Estados Unidos. Muitas pessoas vão à igreja embora que elas não são muito religiosas.
No outro lado, religião é muito diferente aqui no Brasil. Primeiro, quase todas as pessoas são católicas. Não há uma grande diversidade religiosa como nos Estados Unidos. Segundo, acho que as pessoas aqui geralmente são muito devotas e querem morar de modo apropriado dos ensinamentos da igreja. Eu respeito este parte de cultura brasileira e as crenças das pessoas religiosas também. Mas, há coisas que existem na religião aqui que eu não estou de acordo com.
Quando eu cheguei no Brasil, Claudia, a outra estudante americana que mora com minha família, me convidou à casa de uma amiga dela. Tivemos que pegar o ônibus porque a casa da amiga fica muito longe de a casa de nossa família. Durante o tempo no ônibus, eu vi uma igreja enorme e nova. Claudia me explicou que a igreja foi construida recentemente, é muito caprichada e extravagante, e o pastor da igreja é muito rico. Também ela disse que quase todas as pessoas que freqüentam a igreja são extremamente pobres e moram nas favelas da cidade. Algumas delas moram muito longe da igreja mas elas pegam ou ônibus ou andam todas as semanas para chegar à igreja. E elas pagam quase todo o dinheiro que elas têm, e não é muito, para a igreja.

Não pude acreditar ou que eu vi e a explicação da igreja. Por que pessoas que têm nada têm que pagar para uma igreja ridículo? Durante minha aula de português aqui no Brasil, nossa professora nos explicou que a igreja enorme que eu vi não é a única igreja onde isto acontece. Ela disse que muitos pastores no Brasil são milionários. Também ela explicou que muitas pessoas pobres acham que a única maneira para melhorar as vidas delas é pagar dinheiro para a igreja. Elas acham que se elas pagam, Deus vai melhorar a situação delas.
Eu vi um outro exemplo desta situação de igrejas ricas numa ilha pequena quando nosso grupo de estudantes estava voltando ao Salvador depois de a viagem ao Morro de São Paulo. Estávamos numa cidade muito pequena na ilha. A cidade pareceu como um lugar que tinha dinheiro no passado mas agora não. Muitas lojas foram fechadas permanentemente. Muitas casas foram costruidas numa maneira ruim e algumas casas não tiveram telhados. Na mesma rua onde ficaram estas casas e lojas fechadas ficou uma igreja bonita e nova e branca. Foi óbvio que a igreja foi o único edifício na cidade que teve dinheiro. Eu me senti triste quando eu vi esta situação e eu pensei sobre as pessaos que moram na cidade.
Então, em minha opinião religião é uma coisa boa. Mantém tradições, cria uma comunidade para as pessoas que adoram Deus, e as crenças ajudam pessoas para morar numa maneira melhor. Mas, acho que existem no Brasil algumas igrejas que não mantem os partes bons de religião e querem dinheiro só. Acho que estas igrejas devem mudar e ajudar as pessaos que as freqüentam. Estas igrejas devem usar o dinheiro que elas recebem para ajudar pessoas pobres em vez de construindo uma igreja grande
e elegante e ridícula".



Na foto acima, vê-se um templo da IURD situado em Boston, que era uma igreja católica e foi vendida aos protestantes. Situação pior do que a da Bahia, pois aqui apenas o terreno pertence à Igreja Católica, arrendado aos protestantes (segundo se informa, ou é apenas uma desculpa esfarrapada) para a construção de um "hotel" .