sábado, 30 de abril de 2011

BEATO JOÃO PAULO II




Karol Jozef Wojtyla tornou-se João Paulo II em sua eleição para a Sé Apostólica a 16 de outubro de 1978, nasceu em Wadowice, cidade a 50 km de Cracóvia (Polônia), em 18 maio de 1920. Era o caçula dos três filhos de Karol Wojtyla e Emilia Kaczorowski, que morreu em 1929. Seu irmão mais velho, Edmund, um médico, morreu em 1932 e seu pai, sargento do exército, em 1941. Sua irmã, Olga, tinha morrido antes dele nascer.

Foi batizado em 20 de junho de 1920 na igreja paroquial de Wadowice pelo padre Franciszek Zak, fez sua Primeira Comunhão nove anos, e aos 18 anos o sacramento da Confirmação. Após a formatura do colégio Marcin Wadowita de Wadowice, em 1938 matriculou-se na Universidade de Cracóvia Jagiellonian.

Quando as forças de ocupação nazista fecharam a Universidade, em 1939, o jovem Karol trabalhou (1940-1944) em uma pedreira, e mais tarde em uma fábrica química Solvay para ganhar a vida e para evitar a deportação para a Alemanha.

Em 1942, sentindo-se chamado ao sacerdócio, começou a estudar no seminário clandestino de Cracóvia, dirigido pelo Arcebispo de Cracóvia, Cardeal Adam Stefan Sapieha. Ao mesmo tempo, foi um dos pioneiros do "Rapsódico Teatro", também clandestino.

Após a guerra, continuou seus estudos no seminário maior de Cracóvia, reaberto, e na Faculdade de Teologia da Universidade Jagiellonian, até sua ordenação sacerdotal em Cracóvia, que ocorreu em novembro de 1946 pelas mãos de Dom Sapieha.

Mais tarde, foi enviado para Roma, onde, sob a direção do dominicano francês Garrigou-Lagrange, em 1948, obteve seu doutorado em teologia com uma tese sobre o tema da fé nas obras de São João da Cruz (“Doctrina de fide apud Sanctum Ioannem um Cruce”). Naquela época, durante as férias, ele exerceu o seu ministério pastoral entre os imigrantes poloneses na França, Bélgica e Holanda.

Em 1948 voltou à Polônia e foi assistente na freguesia de Niegowić, perto de Cracóvia, e depois em San Floriano. Este período durou até 1951, quando retomou seus estudos em filosofia e teologia. Em 1953, na Universidade Católica de Lublin, defendeu tese sobre "Avaliação da possibilidade de fundar uma ética católica sobre o sistema ético de Max Scheler". Mais tarde tornou-se professor de Teologia Moral e Ética Social no seminário maior de Cracóvia e na Faculdade de Teologia de Lublin.

Em 04 de julho de 1958, o Papa Pio XII o nomeou Bispo Titular de Ombi e auxiliar de Cracóvia. Recebeu a ordenação episcopal em 28 de Setembro de 1958, na Catedral de Wawel (Cracóvia), das mãos de Dom Eugênio Baziak.

No dia 13 de janeiro de 1964 foi nomeado arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI, que fez dele um cardeal no consistório de 26 de junho de 1967.

Participou do Concílio Vaticano II (1962-1965), fez uma importante contribuição para a elaboração da Constituição Gaudium et Spes. Cardeal Wojtyla participou também em 5 reuniões do Sínodo dos Bispos, antes de seu pontificado.

Os cardeais reunidos no Conclave o elegeram Papa em 16 de outubro de 1978. Adotou o nome de João Paulo II em 22 de outubro e começou solenemente o seu ministério petrino como o sucessor 263 do Apóstolo. Seu pontificado foi um dos mais longos da história da Igreja, durou quase 27 anos.

João Paulo II exerceu o ministério Petrino com incansável espírito missionário, dedicando todas as suas energias Impulsionada por sua solicitude pastoral para todas as Igrejas e caridade aberta a toda a humanidade. Suas viagens apostólicas no mundo foram 104. Na Itália, ele fez 146 visitas pastorais. Como Bispo de Roma visitou 317 paróquias (de um total de 333).

Mais do que qualquer antecessor, ele conheceu o Povo de Deus e os líderes das nações: Audiências gerais realizadas às quartas-feiras (durante o pontificado foram 1166), que reuniu mais de 17 milhões e 600 mil peregrinos, sem contar as outras audiências especiais e cerimônias religiosas [ mais de 8 milhões de peregrinos durante o Grande Jubileu do Ano 2000] sozinho e os milhões de fiéis se reuniram durante visitas pastorais na Itália e no mundo. Há também inúmeras personalidades do governo na audiência: basta lembrar as 38 visitas oficiais, 738 audiências e reuniões com outros chefes de Estado e 246 audiências e encontros com primeiros-ministros.

Seu amor pelos jovens levou-o a iniciar em 1985, as Jornadas Mundiais da Juventude. As 19 edições do Dia Mundial da Juventude que teve lugar durante o seu pontificado, reuniu milhares de jovens em várias partes do mundo. Ao mesmo tempo, seus cuidados para a família foi expressa no Encontros Mundiais das Famílias, que iniciou em 1994.

João Paulo II tem promovido com sucesso o diálogo com os judeus e com os representantes de outras religiões, foi várias vezes convidado para reuniões de oração pela paz, especialmente em Assis.

Sob sua direção a Igreja se preparou para o terceiro milênio e celebrou o Grande Jubileu do ano 2000, de acordo com as orientações indicadas na Carta Apostólica “Tertio adveniente do Milênio”. Em seguida, enfrentou a nova época, recebendo suas instruções na Carta Apostólica “Novo millennio ineunte”, na qual ele indicou aos fiéis o seu caminho futuro.

Com o Ano da Redenção e o Ano Mariano da Eucaristia, João Paulo II promoveu a renovação espiritual da Igreja.

Ele deu um impulso extraordinário, à beatificação e canonização, em inúmeros exemplos da santidade de hoje, como um incentivo aos homens do nosso tempo, comemorou 147 cerimônias de beatificação - durante o qual ele proclamou Beatos 1338 - e 51 de canonização, para um total de 482 santos. Proclamou Doutora da Igreja Santa Teresinha do Menino Jesus.

Alargou notavelmente o Colégio dos Cardeais, criando 231 Consistórios em 9 (mais um “in pectore”, mas não foi publicado antes de sua morte). Ele também convocou seis reuniões plenárias do Colégio dos Cardeais.

Organizou 15 Assembléias do Sínodo dos Bispos: seis ordinárias (1980, 1983, 1987, 1990, 1994 e 2001), uma assembléia geral extraordinária (1985) e oito montagens especiais (1980, 1991, 1994, 1995, 1997, 1998 e 1999).

Entre seus principais documentos incluem 14 encíclicas, 15 exortações apostólicas, 11 constituições apostólicas e 45 cartas apostólicas.

Promulgou o Catecismo da Igreja Católica, à luz da Tradição como autorizadamente interpretada pelo Concílio Vaticano II. Reformou o Código de Direito Canônico, criou novas Instituições e reorganizou a Cúria Romana.

O Papa João Paulo II, como um médico particular, também publicou cinco livros: "Cruzando o Limiar da Esperança" (outubro 1994), "Dom e Mistério: No Cinquentenário da minha ordenação sacerdotal" (Novembro 1996), "Tríptico Romano" meditações em forma de poesias (Março 2003), "Levanta-te, Let Us" (Maio de 2004) e "Memória e Identidade" (fevereiro 2005).

João Paulo II morreu, no Vaticano, a 2 de abril de 2005, às 21:37, enquanto ia chegar ao fim no sábado e já tinha entrado o Dia do Senhor, Oitava de Páscoa e Domingo da Divina Misericórdia.

A partir dessa noite, até 08 de abril, quando tiveram o funeral do saudoso Pontífice, mais de três milhões de peregrinos vindos a Roma para prestar homenagem ao corpo do Papa, na fila até 24 horas para entrar no Basílica de São Pedro.

Em 28 de Abril do ano seguinte, o Papa Bento XVI concedeu uma dispensa o período de espera de cinco anos após a morte, para o início da Causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi oficialmente inaugurado 28 de junho de 2005 pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário para a diocese de Roma.

Traduzido de Cattolici Romani

JOÃO PAULO II E A EUCARISTIA

domingo, 24 de abril de 2011

A caridade dos reis católicos para com mendigos e doentes



São Fernando de Castela

1. Como surgiu a tradição do “lava-pés” do rei espanhol para os pobres e doentes

São Fernando, rei de Castela e Leão (século XIII), foi um modelo de santidade e bondade para todos seus súditos. Ele procurava sempre uma maneira de mostrar a todos como se pode praticar o bem pelo amor de Deus. E uma oportunidade surgiu por ocasião da Semana Santa de 1242.
Naquele ano o amor de Cristo abrasava como nunca o coração do rei, que passava noites em vigília e orações. Seus nobres lhe chamaram a atenção, pois estava bastante enfraquecido por causa das vigílias, jejuns e penitências que vinha praticando, podendo cair doente novamente. São Fernando apenas lhes respondeu sorrindo, mas censurando-os:
- Se eu não vigiar, como podereis dormir tranqüilos?
Finalmente chegou a Quinta-Feira Santa. Era costume o rei dar de comer diariamente da mesma comida de sua mesa real aos pobres que aparecessem naquele dia. Também já era costume que São Fernando pessoalmente servia aos pobres fazendo-lhes os melhores pratos de seus manjares. Porém naquela Quinta-Feira Santa ele queria fazer diferente. Chamou um criado e mandou buscar um pote de água bem limpa e uma toalha.
O moço foi cumprir as ordens do rei sem imaginar para que ele queria aquilo. Todos os que estavam ali presentes, nobres e familiares, também ficaram perplexos sem entender qual era sua intenção. O rei, enquanto isso, conversava amigavelmente com os mendigos e doentes, procurando ouvir seus queixumes e lhes fazendo grande caridade.
Finalmente, chegou o criado trazendo o pote com água e a mais limpa toalha que pôde achar. O rei tirou seu manto, o cíngulo e a espada, arregaçou as mangas até os cotovelos, tomou a toalha e a prendeu na cintura. Tomando o pote, ajoelhou-se diante do primeiro velho que estava à sua frente e começou a lavar com suas mãos reais aqueles pés asquerosos e tão sofridos. Em seguida passou para o segundo mendigo, para o terceiro e assim lavou todos os pés daqueles miseráveis.
Todos ficaram perplexos, presenciando aquela cena. Alguns nem sequer tiveram palavras para dizer alguma coisa ou alguma recriminação. Quando perceberam, alguns dos próprios nobres estavam chorando de emoção e o ambiente tornou-se muitíssimo abençoado e cheio de graças divinas. Os pobres mendigos não se continham em si de tão contentes e começavam a bendizer o rei por aquela ação caridosa. O rei lhes pediu que não se assombrassem com aquilo, mas sim com o que Deus fizera lavando nossos pecados com seu próprio sangue. O santo rei estava cheio do espírito de Deus, nem percebia o que dizia, pois a boca fala do que o coração está cheio.


A cerimônia do lava-pés tornou-se, desde então (1242), tradição na Corte Espanhola, interrompendo-se somente por ocasião da queda de Afonso XIII, em 1931. Com o tempo, o cerimonial foi se tornando mais sublime e piedoso. Num salão especialmente preparado para o ato, dispunham-se três tribunas de honra, ao centro a da Família Real, à esquerda a Presidência do Conselho, o Governador e outras autoridades, e à direita a do Corpo Diplomático. Depois surgiam doze lacaios conduzindo, um a um, doze anciãos e doze anciãs, estas vestidas de negro com mantilhas da mesma cor e os homens com capas negras e chapéus copados. Após a leitura do Evangelho do dia (Quinta-Feira Santa), a garbosa assembléia é abençoada, o casal real é aspergido com água benta e, dando-se as costas para o altar, voltam-se para o público. O rei entrega sua barretina militar a um cavaleiro e tira as luvas e dá-las a outro. A rainha, por sua vez, entrega sua bolsa e suas luvas a uma das damas. Em seguida cingem o casal com toalhas brancas trazidas em bandejas de ouro. Um nobre ajoelha-se perante cada ancião e vai lhe tirando aos poucos os sapatos e as meias. Uma duquesa ajoelha-se também perante as anciãs e lhes tira sapatos e meias. O rei ajoelha-se ante o ancião mais próximo, o qual mantém o pé sobre uma grande bacia de prata. Um bispo despeja água sobre o pé do mendigo e o rei o seca cuidadosamente e o oscula. Enquanto o rei lava os pés dos doze anciãos, alguns muito doentes, a rainha faz o mesmo com os das anciãs. Após terminar o lava-pés e lavarem-se as mãos solenemente, os reis dirigem todo mundo em procissão em direção de um lauto banquete, o qual é feito especialmente para os pobres. Da mesma forma o banquete é servido pelos soberanos. Terminada a cerimônia toda a Corte sai do local em procissão, sendo seguida piedosamente pela multidão que os acompanha.

2. Entre as cerimônias de sagração dos reis franceses, a “cura das escrófulas”

Segundo o historiador francês Henri Robert narra em sua obra "Os Grande Processos da História", entre as cerimônias da sagração, há uma cena singularmente pitoresca, segundo descrevem os relatos daquele tempo. É a cura ou tentativa de cura das escrófulas pelo rei. Uma crença perpetuada desde São Luís IX pretendia que os reis de França tivessem o poder quase milagroso de curar pelo toque as escrófulas e até os cancros. E a tradição mantivera-se constantemente em vigor, de modo que o rei, nas festas da sagração, destinou um dia para tentar curar todas as lamentáveis chagas físicas dos doentes de seu reino.
Era uma tarefa repelente e meritória.
Dois mil e quatrocentos escrofulados e cancerosos enfileiravam-se a ambos os lados duma comprida alameda, que atravessava o parque à direita da igreja.
“Com o calor – diz o Duque de Croy, que assistia ao episódio – o mau cheiro era tremendo e o ar estava infecto, de sorte que era preciso muita coragem e força ao rei para tomar parte nessa cerimônia que eu não teria julgado, antes de ver, tão rude e repugnante”.
Luís XVI, entretanto, sem se deixar desanimar pelo cheiro e pelo aspecto daquelas chagas horrendas, tocava paternalmente cada um dos enfermos na fronte, nas duas faces e no queixo, esboçando o sinal da cruz, e dizia, cada vez, esta frase:
- Deus te cure, o rei te toca.
Um médico o assistia, levando um vaso de vinagre, em que o rei molhava a mão antes de passar ao doente seguinte. Atrás dele vinham os marechais de França e os grandes oficiais da coroa...

Apesar de alguns aspectos deploráveis em sua vida, também Luís XV (como mandava a Tradição) realizou a cerimônia da cura dos escrófilos em sua coroação; pergunta-se: qual presidente de república ou autoridade moderna praticou algo parecido?

Prece dos cristeros

O movimento dos Cristeros foi uma reação contra-revolucionária do povo católico do México contra as rigorosas leis anticlericais emanadas da Constituição de 1917 e aplicadas pelo presidente Calles. Buscavam secularizar o país e eliminar a influência da Igreja Católica. Tinham sido elaboradas leis que restringiam severamente a atividade do clero, expulsavam sacerdotes estrangeiros, fechavam escolas católicas e confiscavam propriedades da Igreja. Mais tarde, igrejas foram fechadas e foi proibida a celebração da Missa.
O levante popular contra o governo Calles começou no estado de Jalisco, na cidade de Guadalajara, em 3 de agosto de 1926. Cerca de 400 católicos armados trancaram-se na Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. Eles estavam envolvidos em um tiroteio com tropas federais e se renderam somente quando sua munição se esgotou. Jalisco se tornou centro da contra-revolução dos Cristeros. O brado de guerra dos Cristeros era Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!
A prece que vem abaixo era recitada pelos Cristeros de Jalisco ao final da recitação do rosário.


Meu Jesus tende piedade de mim! Meus pecados são mais numerosos do que as gotas de sangue que derramastes por mim. Não mereço pertencer ao exército que defende os direitos de vossa Igreja e que luta por ela. Não quero nunca mais pecar, para que assim minha vida possa ser uma oferta agradável aos vossos olhos. Lavai minha alma das iniqüidades e purificai-me de meus pecados. Por vossa Santa Cruz e por minha Santa Mãe de Guadalupe, perdoai-me.
Já que não sei como fazer penitência por meus pecados, desejo receber a morte como merecido castigo por eles. Não desejo lutar, viver ou morrer senão por Vós e por vossa Igreja. Ó Santa Mãe de Guadalupe, ficai ao meu lado, na hora da agonia deste pobre pecador. Permiti que meu último brado na terra e meu primeiro cântico no Céu possam ser Viva Cristo Rei! Amém.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A Paixão segundo o cirurgião




Sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei anatomia a fundo. Posso portanto escrever sem presunção a respeito de uma Morte como aquela.
Jesus entrou em agonia no Getsemani e Seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra. O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas. E o faz com a precisão de um clínico.
O suar sangue, ou hematidrose, é um fenômeno raríssimo. É produzido em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo.
O terror, o susto, a angústia terrível de sentir-Se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.
Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus.
Os soldados despojam Jesus e O prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de Sangue. A pele se dilacera e se rompe; o Sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio Lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios Lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de Sangue.
Depois, o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que os de acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a Cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).
Pilatos, depois de ter mostrado aquele Homem dilacerado à multidão feroz, O entrega para ser crucificado.
Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregular, cheias de pedregulhos. Os soldados O puxam com as cordas. O percurso é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando Ele cai por terra, a viga escapa-lhe, escorrega, e esfola-Lhe o dorso.
Sobre o Calvário tem início a Crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a Sua túnica está colada nas Chagas e tirá-la produz dor atroz. Quem já tirou uma atadura de gaze de uma grande ferida percebe do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, dilaceram-se as terminações nervosas postas em descoberto pelas Chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Há um risco de toda aquela dor provocar uma síncope, mas ainda não é o fim.
O Sangue começa a escorrer. Jesus é deitado de costas, as Suas Chagas incrustam-se de pedregulhos. Depositam-No sobre o braço horizontal da Cruz. os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos. Os carrascos pegam um prego (longo, pontudo e quadrado), apóiam-no sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira.
Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. O nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se pelos ombros, atingindo o cérebro. A dor mais insuportável que um homem pode provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. O nervo é destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na Cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.
O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-O primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-O tombar para trás, O encostam na estaca vertical. Depois, rapidamente encaixam o braço horizontal da Cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da Vítima esfregam dolorosamente sobre a madeira áspera.
As pontas cortantes da grande coroa de espinhos penetram o crânio. A cabeça de Jesus inclina-se para frente, uma vez que o diâmetro da coroa O impede de apoiar-Se na madeira. Cada vez que o Mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudas de dor. Pregam-lhe os pés.
Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. Seu Corpo é uma máscara de Sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, queima-Lhe, mas Ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado estende-Lhe sobre a ponta de uma vara uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.
Um estranho fenômeno se produz no Corpo de Jesus. Os músculos dos braços enrijecem-se em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos curvam-se.
É como acontece a alguém ferido de tétano. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas e generalizam: os músculos do abdômen enrijecem-se em ondas imóveis. Em seguida, aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. a respiração se faz pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, Seu rosto pálido pouco a pouco torna-se vermelho, depois transforma-se num violeta purpúreo e enfim em cianótico [cinza-azulado]. Jesus é envolvido pela asfixia. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita.
Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre-humano, Jesus toma um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforça-Se a pequenos golpes, Se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração torna-se mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Por que este esforço? Porque Jesus quer falar: “Pai, perdoai-lhes porque não
sabem o que fazem”.
Logo em seguida o Corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça.
Foram transmitidas sete frases pronunciadas por Ele na Cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-Se tendo como apoio o prego dos pés. Inimaginável!
Atraídas pelo Sangue que ainda escorre e pelo coagulado, enxames de moscas zunem ao redor do seu corpo, mas Ele não pode enxotá-las.
Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura diminui. Logo serão três da tarde, depois de uma tortura que dura três horas.
Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos arrancam-Lhe um lamento: “Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonaste?”
Jesus grita: “Tudo está consumado!”
Em seguida num grande brado diz: “Pai, em Vossas mãos entrego o Meu espírito.”
E morre.
Em meu lugar ... e no seu.

Fonte: Relato das dores de Jesus feita por um grande estudioso francês, o médico Dr. Pierre Barbet, cirurgião do hospital São José de Paris nas décadas de 20 e 30 do século passado, dando a possibilidade de compreender realmente as dores de Jesus durante a Sua Paixão.
Extraído do blog Cooperadores Arautos

terça-feira, 19 de abril de 2011

Via Crucis na Catedral de Nossa Senhora de la Almudena






Nossa Senhora de Almudena ou Virgem de Almudena é um culto mariano originário da Espanha; é a patrona de Madrid. O seu nome provém do árabe Al Mudayna, o castelo.



A Catedral Santa María la Real de La Almudena está situada em Madrid. Quando a capital da Espanha foi transferida de Toledo para Madrid em 1561, a sede da Igreja na Espanha manteve-se em Toledo por muito tempo, por isso a nova capital - estranhamente para um país católico - não tinha catedral. Os planos foram discutidos ainda no século 16 para construir uma catedral em Madrid, dedicada à Virgem da Almudena, mas a construção só teve início em 1879.
Era costume no tempo da Reconquista aproveitar os monumentos tomados dos mouros, respeitando sua cultura, e utilizá-los fazendo-se algumas adaptações, como, por exemplo, as mesquitas que eram transformadas em igrejas católicas. No caso da sé de Madrid, porém, a catedral parece ter sido construída no local de uma mesquita medieval que havia sido destruída em 1085, quando Alfonso VI conquistou a cidade.

Francisco de Cubas, o Marquês de Cubas, projetou e dirigiu a construção em estilo revival gótico. A construção cessou completamente durante a Guerra Civil Espanhola (1935), e o projeto foi abandonado até 1950, quando Fernando Chueca Goitia adaptou os planos de Cubas para um exterior barroco para combinar com o cinza e branco da fachada do Palácio Real, que fica em frente. A catedral não estava ainda concluída até 1993, quando foi consagrada pelo Papa João Paulo II. Em 22 de maio de 2004, o casamento de Felipe, Príncipe das Astúrias, com Letizia Ortiz Rocasolano (conhecida posteriormente como Letizia, princesa das Astúrias) teve lugar na catedral.
Em 28 de abril de 2004, o cardeal Antonio María Rouco Varela, Arcebispo de Madrid abençoou as novas pinturas na abside, pintado por Kiko Argüello, fundador do Caminho Neocatecumenal. A catedral é a sede do Patriarca das Índias e do Mar Oceano, um patriarcado honorífico criado no século XVI.



segunda-feira, 18 de abril de 2011

Manuscritos do Mar Morto e os Essênios





Os famosos Manuscrios do Mar Morto, logo após sua descoberta, estavam aos cuidados dos jesuítas, mas o governo israelense os confiscou. Este fato está relatado no livro "As intrigas em Torno dos Manuscritos do Mar Morto", de autoria de Michel Baigent e Richar Leigh, editora Imago. Assim, a Igreja perdeu excelente oportunidade de estudar aqueles documentos com isenção, deixando-os nas mãos dos suspeitos judeus. É de se desconfiar que, estando nas mãos judaicas, procurem esconder alguma coisa que comprometa até mesmo a autenticidade da religião deles. Agora, as autoridades de Israel anunciam que vão colocar cópias daqueles documentos a dispoição do pública na internet. Os documentos de Qumran serão digitalizados e entregues, talvez, ao Google para serem acessados pelos inernautas de todo mundo. A arqueóloga israelense Pnina Schorr, responsável pelos trabalhos, sublinhou em entrevista à imprensa que a parte mais importante dos misteriosos e polêmicos documentos é integrada por Sagradas Escrituras escritas há 2000 anos. Quer dizer, reflete os documentos antigos da Sagrada Escritura, muitos dos quais o judaísmo hoje não aceita. Embora estejam dizendo que as reproduções serão de altíssima qualidade, não sabemos quais documentos poderão, talvez, ser deixados de publicar. Mas, mesmo sendo de altíssima qualidade, não acredito que sua visualição pelo computador dê a mesma qualidade de análise daquela feita ao vivo, coisa que somente os pesquisadores judeus tiveram acesso até hoje. Ou se permitiram algum outro estrangeiro, certamente foi com algumas reservas. A propósito de tais Manuscritos, que foram guardados nas cavernas de Qumran por uma comunidade essênia, é interessante ler as visões que a Beata Anna Catharina Emmerich teve sobre a comunidade dos essênios. Vejam o texto exibido na Glória TV.






quarta-feira, 13 de abril de 2011

Onde foi parar a riqueza da URSS?


A União Soviética tinha uma extensão territorial de 22 milhões de km 2, quatro vezes a do Império Romano, o maior da Antiguidade em seu apogeu. Um colosso. Realmente tratava-se do império mais colossal que já houve na história da humanidade. Que resta dele hoje?

A URSS e seus países satélites, em torno de 15, formavam um conglomerado impressionante envolvendo quase trezentos milhões de habitantes, extensão incomensurável e uma propalada riqueza fabulosa. Comumente era chamada de “Superpotência”.

Na época, a propaganda habilidosamente escondia uma miséria humana interna enorme ao mesmo tempo que espalhava aos quatro cantos do mundo um poder econômico e militar jamais vistos. Dizia-se que a URSS, tendo a Rússia como líder e modelo, rivalizava com os países ou impérios mais ricos do mundo em poder econômico e militar, possuindo exércitos bem preparados, armamentos modernos, submarinos ultra bem equipados e conhecimentos científicos de fazer inveja.

Quando começou a desmoronar a “Cortina de Ferro” (feita exatamente para esconder do mundo a verdade), aí foi aos poucos surgindo as feridas do falso colosso e se desmascarando o maior bluff propagandístico jamais existente. E como é que esse falso colosso conseguia rivalizar com os americanos na corrida espacial? Como é que conseguiram o “segredo” da bomba atômica e recursos (financeiros, tecnológicos e materiais) para competir com os americanos? Foram eles, inclusive, os pioneiros em lançar um homem ao espaço, cuja data foi lembrada por toda mídia mundial neste mês. Depois desse sucesso efêmero, a propaganda e a mentira não conseguiram mais superar a realidade, e os americanos sempre estiveram na frente dessa corrida, por sinal, insana.

Os primeiros sinais das fraquezas deste gigante de pés de barro começaram quando se aventuraram a divulgar seus produtos manufaturados, geralmente de péssima qualidade. Aqui mesmo no Brasil tivemos um exemplo com a chegada (e a retirada rápida de circulação) do automóvel Lada. Um avião chamado Topolev, que só tinha como clientes as 15 tristes nações participantes do bloco comunista e um outro do bloco muçulmano, foi um outro exemplo de fracasso.

Ora, a manutenção desse enorme “bluff” durante tanto tempo, sete décadas, só foi possível graças a uma poderosa máquina de marketing a serviço dos soviéticos. Rios de dinheiro, vindos do Ocidente, financiavam tal engodo, tudo a serviço de uma doutrina, de uma mística, de um regime que prometia ser a “redenção da humanidade”. Uma elite de magnatas das finanças, inclusive grandes banqueiros europeus e americanos, injetava dinheiro em profusão no governo soviético. Deu em quê? O que resta da URSS? O que representa hoje a Rússia, o carro-chefe daquele conglomerado de países miseráveis sob a batuta de um regime ditatorial e desumano?

Depois da queda da trama, estando o engodo muito visível, as tubas da propaganda preferem silenciar o nome da Rússia, quase nada se fala dela. Quem fala hoje do Pacto de Varsóvia? Se tinha tanto poder porque emudeceu como se nada representasse no panorama militar do mundo? Falamos do que ocorre hoje, porque naqueles tempos, ao contrário, o noticiário sobre a Rússia e a URSS dominava as páginas dos jornais diariamente. Tudo o que ocorria lá era aqui noticiado. E hoje? Nada.

É porque, hoje, temos a China que ocupa o lugar da URSS. E quanta propaganda gratuita se faz também deste outro “colosso”! É costumeiramente chamada de “Superpotência emergente”, dando a entender que pode a qualquer momento voltar a ser o que era antes, caso sua situação “emergente” venha a naufragar. E o pior é que muita gente tida como séria, especialmente na grande mídia internacional, dá credibilidade a todos os informes econômicos que vêm de lá.

Ora, sabendo-se que na China ainda impera o regime comunista, para o qual a verdade é apenas uma questão de momento e pode ser impostada pelo Estado, como é que se acredita tão facilmente em seus dados? O governo de lá diz que seu PIB é o que mais cresce no mundo, mas tal realidade não é checada com critério, pois o governo chinês não permite que nenhuma entidade internacional fiscalize suas informações e procure encontrar dados incorretos ou mentirosos. A única verdade que se nos apresenta factível são as notícias de trabalho escravo, a tirania estatal contra a liberdade de expressão e uma enorme multidão de famintos que vegeta no interior daquele país grande apenas na extensão e na população.

Ah, há outra verdade inconteste: milhares de burgueses e multimilionários levaram para lá suas fortunas em empresas chamadas “joint venture”. Assim, conseguem aumentar suas fortunas, explorando o trabalho escravo dos pobres chineses, ao mesmo tempo que conseguem pagar menos impostos e colaboram com o comunismo chinês.

E se, de uma hora pra outra, o regime resolver desapropriar tudo e instalar o comunismo mais radical? E aí, onde tais burgueses vão chorar suas misérias? Duvido que, tal ocorrendo, tenham calma suficiente para agüentar tudo com resignação: é possível até que muitos se matem com desespero... Outros dirão a título de consolo: “se me arranjarem um emprego de gerente das empresas desapropriadas, não seria nada mau...”

E tal é a fortuna mundial enterrada na China que uma situação imaginada acima poderia causar a maior comoção financeira na economia do planeta. As bolsas do mundo todo estourariam de uma hora para outra e, enfim, o comunismo teria conseguido quebrar o Ocidente capitalista. Não está longe o dia em que o “bluff” chinês também irá ruir. E aí todos verão o quanto se mentia sobre a festejada riqueza chinesa.

Até agora só criaram na mídia a idéia de que a tecnologia chinesa é capaz de competir com os americanos na corrida espacial. Ou tentaram mas não vingou porque essa corrida perdeu muito seu peso na opinião pública. Um exemplo do atraso da China: um empresário baiano foi visitar aquele país, pensando talvez em levar seu rico dinheirinho para ser aplicado por lá. O seu ramo é agropecuária, sendo este o setor que quis conhecer. Que decepção! Segundo ele, a agricultura chinesa é uma das mais atrasadas do mundo, vivendo ainda com técnicas do século XVI. O Brasil está, portanto, 5 séculos na frente! E qual a razão do algodão chinês ser mais competitivo do que o nosso? Com uma área plantada cinco vezes maior (produz mais porque planta mais, embora a produtividade seja menor), utilizando-se de mão de obra barata e escrava, conseguem colocar o algodão no mercado internacional com preço bem inferior, como de resto ocorre com todo produto que vem de lá.

Nossa presidente, na onda da propaganda chinesa, foi visitar aquele país. Segundo a mídia, Dilma conseguiu algo de bom (a troco de quê?) com a “promessa” de investimentos em torno de 12 bilhões de dólares, no Brasil, oriundos de equipamentos eletrônicos. O que a mídia cala prudentemente é que a empresa responsável por tal “promessa” é a Foxconn, responsabilizada apelo suicídio de dezenas de funcionários chineses no ano passado por causa do tratamento desumano que dava aos mesmos. Veja a notícia no G1:
Segundo informa "O Globo", a empresa reajustou os salários de seus funcionários e acabou com um “sistema” lá criado, que consistia no seguinte: construiu uma verdadeira cidade-fábrica em Shenzhen, onde milhares de trabalhadores dormiam, comiam, trabalhavam e faziam suas compras. Não se parece um pouco com as antigas senzalas do sistema escravagista brasileiro? Pois bem, após reajustar os salários e acabar com a cidade-fábrica (ou senzala) a empresa começou a perder competitividade e suas ações caíram na bolsa.
Prometendo instalar uma fábrica no Brasil, certamente obteve alguma “compensação” do governo brasileiro, isto é, fechar os olhos para a violação das leis trabalhistas. É assim que os magnatas das finanças mudam facilmente suas empresas de um país para outro. Ser competitivo é ter produto mais barato, mesmo que isso se obtenha com exploração do ser humano como ocorre na China. Se fôssemos relacionar aqui as empresas que saíram do Ocidente (Estados Unidos e Europa, principalmente) e instalaram-se na China, não caberia numa simples postagem. Se a riqueza da ex União Soviética não passava de um “bluff”, esvaziado com a implosão do bloco soviético, que dizer da propalada ‘riqueza emergente da China” se não que é a repetição do mesmo engodo? Embora com extensão territorial menor do que a da URSS, cerca de 9,5 milhões de km2, a China, no entanto representa importante base de apoio aos magnatas das finanças ocidentais na Ásia, que abrem suas empresas também em outros países vizinhos, como nos chamados "Tigres Asiáticos". O “made in China” tornou-se uma etiqueta de qualquer produto oriundo da região.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A necessidade de reverenciar os mortos



O tema da reverência devida aos mortos veio à tona nesses últimos dias. Três notícias chamaram a atenção para o assunto: na primeira, a cremação do cadáver do ex vice presidente; na segunda, a desistência dos japoneses de incinerar os cadáveres vítimas do terremoto e tsunami; e na última, a cremação isolada de uma das crianças assassinadas no massacre de Realengo, no Rio. A cremação e incineração são sempre consideradas a mesma coisa. No entanto, é preciso que se frise que, geralmente, a cremação é o ato de se queimar os cadáveres, atingindo ou não sua total decomposição; diz-se que é uma incineração quando tudo vira cinzas. Antigamente, especialmente entre os pagãos, a cremação era feita em fogueiras comuns. Aliás, ainda hoje existe tal costume na Índia. A cremação entre os países ditos civilizados é feita em fornos incineradores a temperaturas altíssimas, fazendo com que todos os elementos do corpo, isto é, carne, cabelos e até os ossos, se vaporem completamente e virem um montão de cinzas, chegando assim à incineração. Há também o costume de incinerar apenas as ossadas restantes da decomposição do corpo. Como a temperatura de tais fornos chega a atingir mil graus, não ficará nenhuma célula do corpo que reste no final do processo. A incineração reduz um corpo de 70 quilos num montão de cinzas que mal chega a um quilo. O que motivaria uma família a mandar cremar o corpo de um ente querido falecido? Várias são as razões, mas nenhuma delas de natureza prática ou sanitária, a não ser em épocas de calamidades, quando então o processo é tolerado a fim de não se propagar pragas e pestes públicas. Existe uma razão natural que deveria mover as pessoas ao contrário, isto é, deixar que os corpos se decompusessem da forma como foram formados: naturalmente. Nem vamos colocar o problema aqui sob o ponto de vista da Igreja, que antigamente negava até mesmo exéquias aos corpos cremados. Com o último Concílio, o Código de Direito Canônico mudou as normas, estabelecendo o seguinte: "A Igreja aconselha vivamente que se conserve o piedoso costume de sepultar o cadáver dos defuntos; sem embargo, não proíbe a cremação, a não ser que haja sido eleita por razões contrárias à doutrina cristã" (Código de Direito Canônico, cânon 1176 par. 3). Analisemos o problema do ponto de vista simplesmente natural. Como é que o homem é gerado, cresce e desenvolve o seu corpo? De forma lenta e natural. O NATURAL tornou-se, no mundo de hoje, o recurso encontrado para toda norma de vida. Os alimentos mais procurados são os chamados NATURAIS. A forma de vida mais preferida é também a NATURAL. Quer dizer, quando se refere à vida, tudo deve seguir o caminho NATURAL. Quando se refere, porém, à morte, há uma tendência a fugir de seus efeitos e, por isso, procuram se desfazer do cadáver de uma forma ANTINATURAL. O processo NATURAL que Deus deixou para se desfazer de nossos corpos foi o sepultamento, onde a decomposição de suas partes vão se dando aos poucos e ao longo dos anos. Mas não é este o meio preferido por determinadas pessoas. Qual a razão de se ter tanta pressa no desfazimento do corpo através da cremação? Vejam as muitas razões que mostram a necessidade que temos de prestar reverência aos mortos e lhes dar dignas sepulturas. Aqui o texto completo no site Glória TV.


Na Índia, os corpos são queimados e depois jogados no rio


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